Por um projeto de desenvolvimento que valorize o viver, o trabalho e a produção na terra

Para Marcos Rochinski, secretário geral da FETRAF, Brasil deve alterar o modelo produtivo para garantir a soberania alimentar do povo brasileiro

Escrito por: • Publicado em: 09/08/2013 - 10:59 Escrito por: Publicado em: 09/08/2013 - 10:59

Partindo da premissa de que a agricultura familiar é um modo de vida, a FETRAF-Brasil/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) nasceu lutando por um projeto de desenvolvimento que valorize o viver, o trabalho e a produção na terra.

Para tanto,sublinha Marcos Rochinski, atual secretário geral da FETRAF, é imprescindível a consolidação de um conjunto de questões que passam prioritariamente por políticas públicas para além dos aspectos econômicos. “Trabalhamos na perspectiva que o meio rural não é apenas um espaço de produção, mas um modo de vida. Portanto, precisamos de políticas com a mesma qualidade do urbano, com uma educação voltada à realidade do campo permitindo que o jovem se enxergue neste processo, políticas de acessibilidade, cultura, lazer, entre outros aspectos”, assinalou.

Segundo Rochinski, o espaço rural ainda é pouco valorizado. “Na maioria das vezes, a juventude está deixando o meio rural não por uma questão de renda, mas pela dificuldade de acesso a questões básicas. No meu município de origem (Palmeira-PR) promovemos um concurso de redação com alunos do ensino médio das escolas rurais e ficou claro que as maiores dificuldades são a penosidade do trabalho e a falta de acesso ao lazer, cultura e comunicação”, disse.

Inversão de modelo – em que pese os avanços consolidados nos últimos 10 anos, o Brasil ainda apresenta o maior índice de concentração de terras no mundo. Cerca de 85% de todas as melhores terras estão nas mãos de grandes proprietários utilizadas para o plantio de soja/milho, cana-de-açúcar ou pasto. Em sua maioria, destinadas sem nenhum valor agregado à exportação.

Para Rochinski, a inversão na lógica do modelo produtivo existente hoje, que prioriza o agronegócio, é fundamental para garantir a soberania alimentar e o desenvolvimento sustentável do País.

“Tivemos alguns avanços como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), mas precisamos ter uma agricultura familiar com propriedades mais diversificadas numa perspectiva de construir um conjunto de políticas de renda para que o agricultor não dependa apenas de um único produto”, atentou.

Reivindicar, conquistar e executar – apesar da maioria das políticas serem pensadas nacionalmente, a agricultura familiar possui a particularidade de estar enveredada também nos estados e municípios.

Rochinski cita três aspectos que devem ser levados em consideração pelo movimento sindical fetrafiano e cutista. “Precisa ser um movimento sindical propositivo, que consiga fazer a leitura das diferentes realidades para tornar isso pautas concretas de reivindicação. Os sindicatos além de serem propositivos devem ser de luta e conquistas. Somos uma entidade que não negocia em uma simples dinâmica de mesa de negociação, mas consideramos a participação social para que o trabalhador se sinta parte do processo. Somos também um movimento sindical que ajuda a consolidar as políticas públicas, pois se não tivermos uma estratégia de execução das políticas de crédito, comercialização, habitação, a maior parte acaba não sendo efetivada. Por isso, precisamos de um sindicato preparado para reivindicar, conquistar e executar”, pontuou.

A FETRAF surgiu em 2005 fruto de um processo organizativo a partir da base. Hoje, é uma entidade reconhecida nacionalmente com participação em todos os conselhos e espaço públicos, negociando diretamente com todos os ministérios.

Consolidada em 18 estados, a Federação possui em torno de 600 sindicatos filiados em mais de 1000 municípios em todo o Brasil, com aproximadamente 500 mil agricultoras e agricultores associados.

“Possuímos ainda alguns desafios organizativos. Tudo que é novo vem na contramão legislação histórica e traz consigo uma série de desafios. A legislação sindical ainda não avançou na perspectiva da liberdade e autonomia sindical, bandeira histórica da CUT. O Ministério do Trabalho já construiu no âmbito da Secretaria de Relações do Trabalho um grupo reunindo todas as centrais, a FETRAF e outras entidades do campo, abrindo as discussões sobre a necessidade de reestruturar a legislação sindical na perspectiva de termos de fato uma agricultura familiar como categoria econômica, mas também como categoria profissional reconhecida dentro do movimento sindical”, destacou.

A FETRAF-Brasil/CUT realizará entre os dias 13, 14 e 15 de agosto o seu III Congresso Nacional. O evento ocorre na cidade de Luziânia, no Centro de Treinamento Educacional (CTE/CNTI), localizado na BR 040.

Serviço: 

III Congresso da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar

DATA: 13, 14, 15 de agosto/ 2013

LOCAL: Centro de Treinamento Educacional CTE/CNTI, localizado na BR 040- entrada no KM 9,5 Setor de Chácaras Marajoara s/n- Fazenda Taveira- Posto Ipê, no município de Luziânia/ GO.

*Confirmações e informações através dos telefones: (61) 3041 5646/ 3964 56 39, ou por email: [email protected]

Título: Por um projeto de desenvolvimento que valorize o viver, o trabalho e a produção na terra, Conteúdo: Partindo da premissa de que a agricultura familiar é um modo de vida, a FETRAF-Brasil/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar) nasceu lutando por um projeto de desenvolvimento que valorize o viver, o trabalho e a produção na terra. Para tanto,sublinha Marcos Rochinski, atual secretário geral da FETRAF, é imprescindível a consolidação de um conjunto de questões que passam prioritariamente por políticas públicas para além dos aspectos econômicos. “Trabalhamos na perspectiva que o meio rural não é apenas um espaço de produção, mas um modo de vida. Portanto, precisamos de políticas com a mesma qualidade do urbano, com uma educação voltada à realidade do campo permitindo que o jovem se enxergue neste processo, políticas de acessibilidade, cultura, lazer, entre outros aspectos”, assinalou. Segundo Rochinski, o espaço rural ainda é pouco valorizado. “Na maioria das vezes, a juventude está deixando o meio rural não por uma questão de renda, mas pela dificuldade de acesso a questões básicas. No meu município de origem (Palmeira-PR) promovemos um concurso de redação com alunos do ensino médio das escolas rurais e ficou claro que as maiores dificuldades são a penosidade do trabalho e a falta de acesso ao lazer, cultura e comunicação”, disse. Inversão de modelo – em que pese os avanços consolidados nos últimos 10 anos, o Brasil ainda apresenta o maior índice de concentração de terras no mundo. Cerca de 85% de todas as melhores terras estão nas mãos de grandes proprietários utilizadas para o plantio de soja/milho, cana-de-açúcar ou pasto. Em sua maioria, destinadas sem nenhum valor agregado à exportação. Para Rochinski, a inversão na lógica do modelo produtivo existente hoje, que prioriza o agronegócio, é fundamental para garantir a soberania alimentar e o desenvolvimento sustentável do País. “Tivemos alguns avanços como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), mas precisamos ter uma agricultura familiar com propriedades mais diversificadas numa perspectiva de construir um conjunto de políticas de renda para que o agricultor não dependa apenas de um único produto”, atentou. Reivindicar, conquistar e executar – apesar da maioria das políticas serem pensadas nacionalmente, a agricultura familiar possui a particularidade de estar enveredada também nos estados e municípios. Rochinski cita três aspectos que devem ser levados em consideração pelo movimento sindical fetrafiano e cutista. “Precisa ser um movimento sindical propositivo, que consiga fazer a leitura das diferentes realidades para tornar isso pautas concretas de reivindicação. Os sindicatos além de serem propositivos devem ser de luta e conquistas. Somos uma entidade que não negocia em uma simples dinâmica de mesa de negociação, mas consideramos a participação social para que o trabalhador se sinta parte do processo. Somos também um movimento sindical que ajuda a consolidar as políticas públicas, pois se não tivermos uma estratégia de execução das políticas de crédito, comercialização, habitação, a maior parte acaba não sendo efetivada. Por isso, precisamos de um sindicato preparado para reivindicar, conquistar e executar”, pontuou. A FETRAF surgiu em 2005 fruto de um processo organizativo a partir da base. Hoje, é uma entidade reconhecida nacionalmente com participação em todos os conselhos e espaço públicos, negociando diretamente com todos os ministérios. Consolidada em 18 estados, a Federação possui em torno de 600 sindicatos filiados em mais de 1000 municípios em todo o Brasil, com aproximadamente 500 mil agricultoras e agricultores associados. “Possuímos ainda alguns desafios organizativos. Tudo que é novo vem na contramão legislação histórica e traz consigo uma série de desafios. A legislação sindical ainda não avançou na perspectiva da liberdade e autonomia sindical, bandeira histórica da CUT. O Ministério do Trabalho já construiu no âmbito da Secretaria de Relações do Trabalho um grupo reunindo todas as centrais, a FETRAF e outras entidades do campo, abrindo as discussões sobre a necessidade de reestruturar a legislação sindical na perspectiva de termos de fato uma agricultura familiar como categoria econômica, mas também como categoria profissional reconhecida dentro do movimento sindical”, destacou. A FETRAF-Brasil/CUT realizará entre os dias 13, 14 e 15 de agosto o seu III Congresso Nacional. O evento ocorre na cidade de Luziânia, no Centro de Treinamento Educacional (CTE/CNTI), localizado na BR 040. Serviço:  III Congresso da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar DATA: 13, 14, 15 de agosto/ 2013 LOCAL: Centro de Treinamento Educacional CTE/CNTI, localizado na BR 040- entrada no KM 9,5 Setor de Chácaras Marajoara s/n- Fazenda Taveira- Posto Ipê, no município de Luziânia/ GO. *Confirmações e informações através dos telefones: (61) 3041 5646/ 3964 56 39, ou por email: [email protected]



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