Movimentos do campo lançam carta aberta e exigem sanção presidencial da Lei Assis Carvalho II

A coalizão, que reúne movimentos do campo e da cidade, alerta para urgência da ativação de medidas de fomento à produção de alimentos contra a insegurança alimentar e contra a fome

Escrito por: Contraf-Brasil • Publicado em: 13/09/2021 - 13:13 • Última modificação: 13/09/2021 - 13:36 Escrito por: Contraf-Brasil Publicado em: 13/09/2021 - 13:13 Última modificação: 13/09/2021 - 13:36

PL contra a fome

Nesta segunda-feira (13),  a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf-Brasil/CUT) em parceria com demais movimentos sindicais, sociais e ambientais divulgaram à sociedade uma carta aberta. No documento, as representações cobram a sanção presidencial, na íntegra, do Projeto de Lei (PL) 823/2021, a Lei Assis Carvalho II, de apoio à agricultura familiar camponesa. 

A carta foi enviada para deputados, senadores, prefeitos e vereadores, reforçando a necessidade de apoio e pressão pela sanção integral do PL e, paralelo à divulgação da carta,  diversas ações organizadas nas redes sociais pressionam pela sanção imediata. 


A coalizão, que reúne movimentos do campo e da cidade, alerta para sete motivos que reforçam a urgência da ativação de medidas de fomento à produção de alimentos contra a insegurança alimentar e fome de cerca de 117 milhões de pessoas, no país. 


Aprovado no Senado Federal em 25 de agosto, o PL 823 teve amplo apoio de parlamentares também na Câmara dos Deputados. Medidas de auxílio e fomento à produção rural são aguardadas desde o início da pandemia, em março de 2020.


Além de produzir cerca de 75% dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras, a agricultura familiar camponesa também conserva áreas florestais que fornecem água, energia e amenizam as mudanças climáticas.


O documento expõe a responsabilidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do ministro da Economia, Paulo Guedes. “O não atendimento desta demanda contribuirá para o aumento da inflação, da escassez dos alimentos, assim como da fome, no Brasil”, alerta a carta.



Leia a carta, na íntegra:

 

PELA SANÇÃO PRESIDENCIAL NA ÍNTEGRA DO PL 823/2021 PARA A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E CONTRA A FOME!

Os movimentos populares e sindicais do campo, das águas, das florestas e das cidades que assinam esta carta, entre eles representações de trabalhadores e trabalhadoras rurais, organizações não governamentais, ambientalistas, sociedade civil e parlamentares, realizaram uma grande mobilização na Câmara e no Senado que levou à aprovação do Projeto de Lei 823/2021.

O Projeto, que apoia a Agricultura Familiar Camponesa na produção de alimentos básicos, está neste momento sob a responsabilidade do Presidente da República para sanção integral. Considerando que nos últimos anos, com situação agravada pela pandemia, a Agricultura Familiar Camponesa não recebeu nenhum amparo por parte do Governo Federal para a produção de alimentos, enfatizamos:

1. A Agricultura Familiar e Camponesa representa a diversidade da produção de alimentos que vão à mesa das populações urbanas e rurais no Brasil. Agricultores familiares, camponeses e camponesas, povos indígenas, quilombolas, pescadores e pescadoras artesanais, povos e comunidades tradicionais são os responsáveis pela produção diversificada de alimentos saudáveis e, também, pela proteção e conservação do meio ambiente;

2. A falta de políticas públicas que apoiem essas múltiplas agriculturas e o direcionamento equivocado de uma política que privilegia a exportação têm gerado um aumento excessivo nos preços dos alimentos, prejudicando principalmente as pessoas mais carentes. É de conhecimento geral a realidade do aumento da fome no país;

3. O PL 823 inclui o fomento de inclusão produtiva rural, crédito de custeio e investimentos para produção de alimentos básicos e leite, apoio da assistência técnica na elaboração de projetos. Prevê também a comercialização de alimentos com a doação para pessoas em situação de insegurança alimentar no Programa de Aquisição de Alimentos emergencial (PAE-AF), no valor de 6 mil reais anuais para agricultores e 7 mil reais anuais no caso de mulheres agricultoras. O PL ainda prevê a renegociação de dívidas em função da pandemia.

4. A inclusão produtiva rural destina-se a milhares de agricultores e agricultoras pobres e extremamente pobres, que não têm acesso a crédito, assistência técnica e comercialização. Um valor de 2,5 mil reais para agricultores familiares e de 3,5 mil reais para agricultoras, que serão utilizados na produção de alimentos básicos, permitindo a melhoria da alimentação dessas famílias e, também, gerando renda pela comercialização dos produtos;

5. O PL 823/2021 foi aprovado pela ampla maioria dos deputados e deputadas, senadores e senadoras no Congresso Nacional;

6. A arrecadação do Governo Federal tem aumentado significativamente. No primeiro semestre de 2021, o Governo arrecadou 881,9 bilhões de reais com uma alta de 24,49% acima da inflação do IPCA, recorde no período. A demanda do fomento produtivo prevista pelo PL 823 não passa de 500 milhões de reais. É justo que o Governo Federal destine parte da arrecadação recorde para apoiar a Agricultura Familiar Camponesa a produzir e doar alimentos para quem tem fome;

7. Agricultores e agricultoras familiares recentemente tiveram expressivas perdas ocasionadas pela seca em todo o país e geadas nas regiões sul e sudeste.

Portanto, os movimentos sociais do campo, das águas, das florestas e das cidades que assinam esta carta cobram a responsabilidade do Presidente da República Jair Bolsonaro, da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do Ministro da Economia, Paulo Guedes, na SANÇÃO INTEGRAL do PL 823/2021.

O não atendimento desta demanda contribuirá para o aumento da inflação, da escassez dos alimentos, assim como da fome no Brasil.

SE O CAMPO NÃO PLANTA, O BRASIL PASSA FOME!

Aliança Pela Alimentação Adequada e Saudável

Articulação Nacional de Agroecologia - ANA

Articulação Semiárido Brasileiro - ASA

Associação Brasileira de Agroecologia - ABA

Central de Movimentos Populares - CMP

Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais e Agricultores e Agricultoras Familiares - CONTAG

Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil - (CONTRAF-BRASIL/CUT)

Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas - CONAQ

Comissão de Presidentes e Presidentas dos Conseas Estaduais - CPCE

Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional - FBSSAN

Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas - FIAN-Brasil

Greenpeace Brasil

Movimento de Mulheres Camponesas – MMC

Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB

Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA

Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais - MPP

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST

Movimento dos Atingidos Pela Mineração - MAM

Movimento Camponês Popular - MCP

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST

Pacto pela Restauração da Mata Atlântica

Terra de Direitos

União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias - UNICOPAS

Via Campesina Brasil

WWF - Brasil

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Confira o documento em PDF 

 

 

Título: Movimentos do campo lançam carta aberta e exigem sanção presidencial da Lei Assis Carvalho II, Conteúdo: Nesta segunda-feira (13),  a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf-Brasil/CUT) em parceria com demais movimentos sindicais, sociais e ambientais divulgaram à sociedade uma carta aberta. No documento, as representações cobram a sanção presidencial, na íntegra, do Projeto de Lei (PL) 823/2021, a Lei Assis Carvalho II, de apoio à agricultura familiar camponesa.  A carta foi enviada para deputados, senadores, prefeitos e vereadores, reforçando a necessidade de apoio e pressão pela sanção integral do PL e, paralelo à divulgação da carta,  diversas ações organizadas nas redes sociais pressionam pela sanção imediata.  A coalizão, que reúne movimentos do campo e da cidade, alerta para sete motivos que reforçam a urgência da ativação de medidas de fomento à produção de alimentos contra a insegurança alimentar e fome de cerca de 117 milhões de pessoas, no país.  Aprovado no Senado Federal em 25 de agosto, o PL 823 teve amplo apoio de parlamentares também na Câmara dos Deputados. Medidas de auxílio e fomento à produção rural são aguardadas desde o início da pandemia, em março de 2020. Além de produzir cerca de 75% dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras, a agricultura familiar camponesa também conserva áreas florestais que fornecem água, energia e amenizam as mudanças climáticas. O documento expõe a responsabilidade do presidente da República, Jair Bolsonaro, da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do ministro da Economia, Paulo Guedes. “O não atendimento desta demanda contribuirá para o aumento da inflação, da escassez dos alimentos, assim como da fome, no Brasil”, alerta a carta. Leia a carta, na íntegra:   PELA SANÇÃO PRESIDENCIAL NA ÍNTEGRA DO PL 823/2021 PARA A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E CONTRA A FOME! Os movimentos populares e sindicais do campo, das águas, das florestas e das cidades que assinam esta carta, entre eles representações de trabalhadores e trabalhadoras rurais, organizações não governamentais, ambientalistas, sociedade civil e parlamentares, realizaram uma grande mobilização na Câmara e no Senado que levou à aprovação do Projeto de Lei 823/2021. O Projeto, que apoia a Agricultura Familiar Camponesa na produção de alimentos básicos, está neste momento sob a responsabilidade do Presidente da República para sanção integral. Considerando que nos últimos anos, com situação agravada pela pandemia, a Agricultura Familiar Camponesa não recebeu nenhum amparo por parte do Governo Federal para a produção de alimentos, enfatizamos: 1. A Agricultura Familiar e Camponesa representa a diversidade da produção de alimentos que vão à mesa das populações urbanas e rurais no Brasil. Agricultores familiares, camponeses e camponesas, povos indígenas, quilombolas, pescadores e pescadoras artesanais, povos e comunidades tradicionais são os responsáveis pela produção diversificada de alimentos saudáveis e, também, pela proteção e conservação do meio ambiente; 2. A falta de políticas públicas que apoiem essas múltiplas agriculturas e o direcionamento equivocado de uma política que privilegia a exportação têm gerado um aumento excessivo nos preços dos alimentos, prejudicando principalmente as pessoas mais carentes. É de conhecimento geral a realidade do aumento da fome no país; 3. O PL 823 inclui o fomento de inclusão produtiva rural, crédito de custeio e investimentos para produção de alimentos básicos e leite, apoio da assistência técnica na elaboração de projetos. Prevê também a comercialização de alimentos com a doação para pessoas em situação de insegurança alimentar no Programa de Aquisição de Alimentos emergencial (PAE-AF), no valor de 6 mil reais anuais para agricultores e 7 mil reais anuais no caso de mulheres agricultoras. O PL ainda prevê a renegociação de dívidas em função da pandemia. 4. A inclusão produtiva rural destina-se a milhares de agricultores e agricultoras pobres e extremamente pobres, que não têm acesso a crédito, assistência técnica e comercialização. Um valor de 2,5 mil reais para agricultores familiares e de 3,5 mil reais para agricultoras, que serão utilizados na produção de alimentos básicos, permitindo a melhoria da alimentação dessas famílias e, também, gerando renda pela comercialização dos produtos; 5. O PL 823/2021 foi aprovado pela ampla maioria dos deputados e deputadas, senadores e senadoras no Congresso Nacional; 6. A arrecadação do Governo Federal tem aumentado significativamente. No primeiro semestre de 2021, o Governo arrecadou 881,9 bilhões de reais com uma alta de 24,49% acima da inflação do IPCA, recorde no período. A demanda do fomento produtivo prevista pelo PL 823 não passa de 500 milhões de reais. É justo que o Governo Federal destine parte da arrecadação recorde para apoiar a Agricultura Familiar Camponesa a produzir e doar alimentos para quem tem fome; 7. Agricultores e agricultoras familiares recentemente tiveram expressivas perdas ocasionadas pela seca em todo o país e geadas nas regiões sul e sudeste. Portanto, os movimentos sociais do campo, das águas, das florestas e das cidades que assinam esta carta cobram a responsabilidade do Presidente da República Jair Bolsonaro, da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do Ministro da Economia, Paulo Guedes, na SANÇÃO INTEGRAL do PL 823/2021. O não atendimento desta demanda contribuirá para o aumento da inflação, da escassez dos alimentos, assim como da fome no Brasil. SE O CAMPO NÃO PLANTA, O BRASIL PASSA FOME! Aliança Pela Alimentação Adequada e Saudável Articulação Nacional de Agroecologia - ANA Articulação Semiárido Brasileiro - ASA Associação Brasileira de Agroecologia - ABA Central de Movimentos Populares - CMP Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais e Agricultores e Agricultoras Familiares - CONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil - (CONTRAF-BRASIL/CUT) Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas - CONAQ Comissão de Presidentes e Presidentas dos Conseas Estaduais - CPCE Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional - FBSSAN Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas - FIAN-Brasil Greenpeace Brasil Movimento de Mulheres Camponesas – MMC Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais - MPP Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST Movimento dos Atingidos Pela Mineração - MAM Movimento Camponês Popular - MCP Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST Pacto pela Restauração da Mata Atlântica Terra de Direitos União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias - UNICOPAS Via Campesina Brasil WWF - Brasil  -------------- Confira o documento em PDF     



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