Ministra ataca Agricultura Familiar e usa falácia para justificar incêndios na Amazônia

Tereza Cristina durante entrevista em rádio que cobre a Expointer tenta culpar agricultores familiares sobre incêndios na Amazônia

Escrito por: Coordenação Nacional e Estadual: Contraf Brasil / Fetraf / Sintraf • Publicado em: 28/08/2019 - 16:07 • Última modificação: 28/08/2019 - 16:20 Escrito por: Coordenação Nacional e Estadual: Contraf Brasil / Fetraf / Sintraf Publicado em: 28/08/2019 - 16:07 Última modificação: 28/08/2019 - 16:20

Contraf Brasil Agricultura Familiar defende a preservação e conservação da Amazônia

A ministra Tereza Cristina, do Ministério da Agricultura, na manhã de hoje (28), durante entrevista à Rádio Gaúcha, que faz a cobertura da Expointer 2019, acusou a Agricultura Familiar usando a referência de pequenos produtores  de serem responsáveis pelas queimadas na Amazônia.

A ministra disse “As queimadas como todos sabem acontecem todo ano. Têm queimadas que são colocadas por pequenos produtores que aumentam suas áreas, que é uma prática agrícola da época neolítica que precisamos mudar,  e tem também a combustão espontânea (...)”. Além disso, a ministra também disse que os pequenos produtores e assentados da reforma agrária ocupam a grande parte do território da Amazônia, por isso não é culpa dos latifundiários as queimadas.

Mais uma vez o Governo Federal usa da falácia para transferir sua responsabilidade com o meio ambiente e sua população. A ministra apenas segue os passos do seu presidente, quando também usou da mesma tática, dias anteriores, apontando as ONGs como organizações que estariam por trás dos incêndios.

Diante disso, a Agricultura Familiar desmente o atual Governo e lembra que não somos o modelo de produção da monocultura e nem multinacional que prioriza o lucro e o capital. A Agricultura Familiar é um modo de vida associado à preservação ambiental das florestas, das águas e da biodiversidade, priorizamos e valorizamos a agroecologia, um modelo de diversidade de culturas plantadas em pequenas áreas.

Conseguimos produzir 70% dos alimentos que os brasileiros consomem no dia a dia usando apenas 2,3% da área, considerando os 5.072.152 estabelecimentos rurais no país. Segundo o Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a concentração fundiária aumentou, ou seja, os grandes latifúndios controlam com seus estabelecimentos, com mais de mil hectares, 47,5% das terras. Ou seja, os dados do IBGE desmascaram o Governo.

Não somos a monocultura que precisamos devastar áreas equivalentes a campos de futebol para plantar soja. Essa cultura estabelecida no território brasileiro ocupa 22 milhões de hectares e há cerca de 100 milhões de hectares a serem abertos neste modelo de produção.

Pesquisas mostram que a expansão desta área plantada tem se dado, sobretudo, no sentido norte a partir da região central brasileira, ou seja, atingindo diretamente o ecossistema frágil correspondente à Floresta Amazônica. E uma das ações que propiciam isto é apoiada pela bancada ruralista com Matopiba, projeto chamado a Última Fronteira Agrícola. Este processo provocou a degradação da vegetação, das águas, dos solos e também das condições de vida das comunidades: milhares de povos indígenas, quilombolas, agricultores familiares e populações que mantém um modo de vida tradicional, como quebradeiras de coco, geraizeiros, vazanteiros e comunidades de fecho de pasto. No projeto desenvolvimentista do Matopiba, esses grupos foram considerados invisíveis e os territórios dessas comunidades como vazios e abertos à expansão do agronegócio.

Vale ressaltar que nesta onda de expansão Bolsonaro anunciou que irá retomar o leilão para a oferta de grandes hidrelétricas na região Amazônica. Esse projeto estava parado há seis anos, e agora no atual modelo de governo o plano foi divulgado no pacote de novas privatizações, concessões e leilões para os próximos anos.

Então, são medidas como estas que geram impactos sócio-ambientais que envolvem desde queimadas nas áreas da Floresta Amazônica para expansão da área plantada.

Não é a Agricultura Familiar a responsável pelas queimadas, não precisamos trocar as nossas ferramentas como a ministra Tereza Cristina diz ao referir-se as nossas práticas e modelo de produção.

O que precisa realmente é o Governo mudar a forma de olhar a natureza, não a considerá-la uma mercadoria, pois ela não deve estar subordinada aos interesses do mercado e nem de gerar lucros para capitalistas.

A Agricultura Familiar irá continuar com o seu modelo de produção e de vida. A Floresta Amazônica também é nossa família. Temos a conscientização de que conservando a terra, a água, a nossa fauna e flora que teremos um lugar melhor para se viver, e o desenvolvimento rural com a segurança alimentar e nutricional que queremos para o nosso país.

 

Coordenação Nacional e Estadual

Contraf Brasil / Fetraf / Sintraf

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Título: Ministra ataca Agricultura Familiar e usa falácia para justificar incêndios na Amazônia, Conteúdo: A ministra Tereza Cristina, do Ministério da Agricultura, na manhã de hoje (28), durante entrevista à Rádio Gaúcha, que faz a cobertura da Expointer 2019, acusou a Agricultura Familiar usando a referência de pequenos produtores  de serem responsáveis pelas queimadas na Amazônia. A ministra disse “As queimadas como todos sabem acontecem todo ano. Têm queimadas que são colocadas por pequenos produtores que aumentam suas áreas, que é uma prática agrícola da época neolítica que precisamos mudar,  e tem também a combustão espontânea (...)”. Além disso, a ministra também disse que os pequenos produtores e assentados da reforma agrária ocupam a grande parte do território da Amazônia, por isso não é culpa dos latifundiários as queimadas. Mais uma vez o Governo Federal usa da falácia para transferir sua responsabilidade com o meio ambiente e sua população. A ministra apenas segue os passos do seu presidente, quando também usou da mesma tática, dias anteriores, apontando as ONGs como organizações que estariam por trás dos incêndios. Diante disso, a Agricultura Familiar desmente o atual Governo e lembra que não somos o modelo de produção da monocultura e nem multinacional que prioriza o lucro e o capital. A Agricultura Familiar é um modo de vida associado à preservação ambiental das florestas, das águas e da biodiversidade, priorizamos e valorizamos a agroecologia, um modelo de diversidade de culturas plantadas em pequenas áreas. Conseguimos produzir 70% dos alimentos que os brasileiros consomem no dia a dia usando apenas 2,3% da área, considerando os 5.072.152 estabelecimentos rurais no país. Segundo o Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a concentração fundiária aumentou, ou seja, os grandes latifúndios controlam com seus estabelecimentos, com mais de mil hectares, 47,5% das terras. Ou seja, os dados do IBGE desmascaram o Governo. Não somos a monocultura que precisamos devastar áreas equivalentes a campos de futebol para plantar soja. Essa cultura estabelecida no território brasileiro ocupa 22 milhões de hectares e há cerca de 100 milhões de hectares a serem abertos neste modelo de produção. Pesquisas mostram que a expansão desta área plantada tem se dado, sobretudo, no sentido norte a partir da região central brasileira, ou seja, atingindo diretamente o ecossistema frágil correspondente à Floresta Amazônica. E uma das ações que propiciam isto é apoiada pela bancada ruralista com Matopiba, projeto chamado a Última Fronteira Agrícola. Este processo provocou a degradação da vegetação, das águas, dos solos e também das condições de vida das comunidades: milhares de povos indígenas, quilombolas, agricultores familiares e populações que mantém um modo de vida tradicional, como quebradeiras de coco, geraizeiros, vazanteiros e comunidades de fecho de pasto. No projeto desenvolvimentista do Matopiba, esses grupos foram considerados invisíveis e os territórios dessas comunidades como vazios e abertos à expansão do agronegócio. Vale ressaltar que nesta onda de expansão Bolsonaro anunciou que irá retomar o leilão para a oferta de grandes hidrelétricas na região Amazônica. Esse projeto estava parado há seis anos, e agora no atual modelo de governo o plano foi divulgado no pacote de novas privatizações, concessões e leilões para os próximos anos. Então, são medidas como estas que geram impactos sócio-ambientais que envolvem desde queimadas nas áreas da Floresta Amazônica para expansão da área plantada. Não é a Agricultura Familiar a responsável pelas queimadas, não precisamos trocar as nossas ferramentas como a ministra Tereza Cristina diz ao referir-se as nossas práticas e modelo de produção. O que precisa realmente é o Governo mudar a forma de olhar a natureza, não a considerá-la uma mercadoria, pois ela não deve estar subordinada aos interesses do mercado e nem de gerar lucros para capitalistas. A Agricultura Familiar irá continuar com o seu modelo de produção e de vida. A Floresta Amazônica também é nossa família. Temos a conscientização de que conservando a terra, a água, a nossa fauna e flora que teremos um lugar melhor para se viver, e o desenvolvimento rural com a segurança alimentar e nutricional que queremos para o nosso país.   Coordenação Nacional e Estadual Contraf Brasil / Fetraf / Sintraf Acesse aqui a NOTA



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