Lideranças da Agricultura Familiar denunciam os reais motivos da crise do leite

Várias lideranças sindicais de organizações dos produtores de leite explicam que o preço pago ao produtor e o custo de produção torna atividade inviável

Escrito por: Redação Contraf Brasil • Publicado em: 16/10/2019 - 10:44 • Última modificação: 16/10/2019 - 10:52 Escrito por: Redação Contraf Brasil Publicado em: 16/10/2019 - 10:44 Última modificação: 16/10/2019 - 10:52

Divulgação - movimentos sociais Audiência Pública na assembleia legislativa do Rio Grande do Sul

Durante os protestos contra a crise do leite em Porto Alegre, nesta última terça-feira (16), as lideranças sindicais da Fetraf do Rio Grande do Sul Rui Valença e Cleonice Back explicaram os motivos que levam os agricultores e agricultoras às ruas da capital. O preço pago pelo leite e o custo da produção são um dos principais fatores que causam a exclusão de cerca de 10 mil trabalhadores e trabalhadoras da atividade a cada ano.

Na mesa da audiência, na Assembleia Legislativa, o coordenador da Fetraf RS, Rui Valença, chamou atenção das autoridades presentes para a necessidade de tomar medidas urgentes que contenham a crise do leite. “Dados da Emater mostram que cerca de 35 mil agricultores familiares deixaram de produzir leite no Rio Grande do Sul nos últimos 4 anos. Esta situação não pode ser considerada como normal. Todas as entidades, governos e parlamento devem unir esforços para reverter este quadro que é catastrófico para a agricultura familiar produtora de leite”, pontua o coordenador da Fetraf RS.

Representando as mulheres produtoras, Cleonice Back da direção da Fetraf RS e suplente do senador Paulo Paim explicou que os agricultores e agricultoras familiares não são contra a melhoria na qualidade da produção com as normais editadas. “Não somos contra as normas de qualidade, isso não depende apenas do produtor. É preciso de políticas públicas que incentivem as melhorias desde estradas com a infraestrutura e políticas de comercialização. Colocar recursos nos programas de compras institucionais seria uma das medidas, como nos programas do PAA e PNAE. Diminuir a quantidade de alimentos industriais e valorizar a produção local. Diminuir a importação que impacta diretamente na cadeia de produção do leite brasileiro”, explica a diretora sindical.

Ainda, ela falou do dia a dia dos produtores. “Estamos cansados de pagar para trabalhar. A atividade leiteira exige muito e é um trabalho árduo. No Rio Grande do Sul existiu um aumento do número de produtores de leite devido as políticas públicas dos governos Lula e Dilma e assim nós conseguimos nos estruturar. No entanto, agora, com essa crise do leite que se arrasta há anos devido a instabilidade de preço cada vez mais produtores deixam a atividade”, relata Cleonice.

Ao final da audiência pública foi elaborado um documento chamado de Carta Aberta com as principais proposições da audiência, que foi entregue logo ao término da audiência para o Secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Otomar Vivian, que se comprometeu a discutir com o Governador Eduardo Leite sobre as principais reivindicações do setor e intermediar junto à Ministra Tereza Cristina, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a suspensão das IN 76 e 77.

Veja mais aqui: Fetraf RS vai às ruas em protesto a crise do leite

Título: Lideranças da Agricultura Familiar denunciam os reais motivos da crise do leite, Conteúdo: Durante os protestos contra a crise do leite em Porto Alegre, nesta última terça-feira (16), as lideranças sindicais da Fetraf do Rio Grande do Sul Rui Valença e Cleonice Back explicaram os motivos que levam os agricultores e agricultoras às ruas da capital. O preço pago pelo leite e o custo da produção são um dos principais fatores que causam a exclusão de cerca de 10 mil trabalhadores e trabalhadoras da atividade a cada ano. Na mesa da audiência, na Assembleia Legislativa, o coordenador da Fetraf RS, Rui Valença, chamou atenção das autoridades presentes para a necessidade de tomar medidas urgentes que contenham a crise do leite. “Dados da Emater mostram que cerca de 35 mil agricultores familiares deixaram de produzir leite no Rio Grande do Sul nos últimos 4 anos. Esta situação não pode ser considerada como normal. Todas as entidades, governos e parlamento devem unir esforços para reverter este quadro que é catastrófico para a agricultura familiar produtora de leite”, pontua o coordenador da Fetraf RS. Representando as mulheres produtoras, Cleonice Back da direção da Fetraf RS e suplente do senador Paulo Paim explicou que os agricultores e agricultoras familiares não são contra a melhoria na qualidade da produção com as normais editadas. “Não somos contra as normas de qualidade, isso não depende apenas do produtor. É preciso de políticas públicas que incentivem as melhorias desde estradas com a infraestrutura e políticas de comercialização. Colocar recursos nos programas de compras institucionais seria uma das medidas, como nos programas do PAA e PNAE. Diminuir a quantidade de alimentos industriais e valorizar a produção local. Diminuir a importação que impacta diretamente na cadeia de produção do leite brasileiro”, explica a diretora sindical. Ainda, ela falou do dia a dia dos produtores. “Estamos cansados de pagar para trabalhar. A atividade leiteira exige muito e é um trabalho árduo. No Rio Grande do Sul existiu um aumento do número de produtores de leite devido as políticas públicas dos governos Lula e Dilma e assim nós conseguimos nos estruturar. No entanto, agora, com essa crise do leite que se arrasta há anos devido a instabilidade de preço cada vez mais produtores deixam a atividade”, relata Cleonice. Ao final da audiência pública foi elaborado um documento chamado de Carta Aberta com as principais proposições da audiência, que foi entregue logo ao término da audiência para o Secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Otomar Vivian, que se comprometeu a discutir com o Governador Eduardo Leite sobre as principais reivindicações do setor e intermediar junto à Ministra Tereza Cristina, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a suspensão das IN 76 e 77. Veja mais aqui: Fetraf RS vai às ruas em protesto a crise do leite



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