Governo federal recua sobre fim de barreira comercial para importação de leite

Pressão de sindicatos e entidades ligadas a agricultura surtiram efeito. FETRAF-RS já havia convocado mobilização em Porto Alegre

Escrito por: Jornal Bom Dia • Publicado em: 14/02/2019 - 09:57 • Última modificação: 14/02/2019 - 10:06 Escrito por: Jornal Bom Dia Publicado em: 14/02/2019 - 09:57 Última modificação: 14/02/2019 - 10:06

divulgação Produção de leite

Devido a repercussão negativa provocada pelo fim da barreira comercial a importação de leite da Europa e Nova Zelândia, o Ministério da Agricultura divulgou em nota na terça-feira, 12 de fevereiro, que o imposto irá aumentar. O presidente Jair Bolsonaro disse pelo Twitter que o governo decidiu tomar medidas para proteger o setor. 

De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai – SUTRAF AU, Douglas Cenci, a expetativa é que o governo atenda a solicitação da categoria.  “ Esperamos que a nossa solicitação seja atendida, ou caso não seja, voltaremos a nos mobilizar. Porque a suspensão prejudica ainda mais os pequenos produtores de leite que desde 2014 vem sofrendo com perdas em função da diminuição do consumo e da queda nos preços, fazendo com que muitos produtores abandonem a atividade”, explicou o coordenador.

Em nota a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), disse que o governo deverá publicar, até quinta-feira, a medida que vai determinar o aumento do imposto de importação, atualmente de 28%. A entidade disse que o aumento vai considerar a antiga taxa antidumping, que era de 14,8% para o leite importado da União Europeia. A nova alíquota do imposto ainda não foi informada, mas a soma da antiga alíquota com a taxa antidumping dá 42,8%.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul – FETRAF-RS/CUT em conjunto com a Via Campesina já havia marcado mobilização em Porto Alegre nesta quinta-feira, 14 de fevereiro. Contudo, diante do recuo do governo a categoria cancelou o protesto. Porém, segundo Cenci, os sindicatos que representam a agricultura familiar veem com preocupação essas medidas e continuarão a acompanhar os desdobramentos para que não sejam aprovadas medidas que prejudiquem os produtores. 

 
Entenda a situação
O problema teve início quando a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia publicou no dia 6 de fevereiro, uma circular no "Diário Oficial da União" extinguindo o antidumping sobre o leite desnatado, em pó e integral importado da Europa e da Nova Zelândia. 

O antidumping é uma taxa extra sobre produtos internacionais que possuem um preço inferior ao do mercado nacional. Ao entrar no país com um valor inferior, a prática desleal prejudica o preço dos produtos e alimentos produzidos no Brasil, assim como quem trabalha no ramo, como é o caso dos agricultores familiares sobre a produção de leite.

De acordo com Cenci, a cadeia do leite é a mais importante da agricultura familiar no Rio Grande do Sul, porque é a que mais produz renda empregando mais pessoas. “Para cada 1 bilhão movimentado em leite, são gerados cerca de 200 empregos, então são muitas pessoas envolvidas e que dependem dessa atividade. Essa medida é desastrosa prejudicando e muito todos que trabalham na cadeia leiteira”, destacou. 

Mobilização Contra a Reforma da Previdência ocorre nesta quinta-feira (14)
Mesmo com o cancelamento da mobilização sobre o leite no período da manhã em Porto Alegre, a mobilização dos agricultores familiares contra a Reforma da Previdência continua no período da tarde. A partir das 18h agricultores familiares de diversas cidades do Alto Uruguai pertencentes ao SUTRA-AU e a FETRAF-RS se reúnem em frente ao Palácio Piratini, para protestar contra a proposta de mudanças no cálculo para aposentadoria. Desde 2017, os agricultores vêm lutando mais intensamente contra a proposta de Reforma da Previdência realizada pelo Governo Temer e agora de Jair Bolsonaro. “ Pedimos que as lideranças gaúchas lutem pelos direitos dos trabalhadores que serão muito prejudicados com os critérios de cálculos para a aposentaria, com aumento da idade e de tempo de contribuição. Não podemos deixar que os agricultores que trabalham diante do tempo, seja chuva ou sol, sofram ainda mais com a perda de direitos”, destacou Cenci.

Título: Governo federal recua sobre fim de barreira comercial para importação de leite, Conteúdo: Devido a repercussão negativa provocada pelo fim da barreira comercial a importação de leite da Europa e Nova Zelândia, o Ministério da Agricultura divulgou em nota na terça-feira, 12 de fevereiro, que o imposto irá aumentar. O presidente Jair Bolsonaro disse pelo Twitter que o governo decidiu tomar medidas para proteger o setor.  De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai – SUTRAF AU, Douglas Cenci, a expetativa é que o governo atenda a solicitação da categoria.  “ Esperamos que a nossa solicitação seja atendida, ou caso não seja, voltaremos a nos mobilizar. Porque a suspensão prejudica ainda mais os pequenos produtores de leite que desde 2014 vem sofrendo com perdas em função da diminuição do consumo e da queda nos preços, fazendo com que muitos produtores abandonem a atividade”, explicou o coordenador. Em nota a Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), disse que o governo deverá publicar, até quinta-feira, a medida que vai determinar o aumento do imposto de importação, atualmente de 28%. A entidade disse que o aumento vai considerar a antiga taxa antidumping, que era de 14,8% para o leite importado da União Europeia. A nova alíquota do imposto ainda não foi informada, mas a soma da antiga alíquota com a taxa antidumping dá 42,8%. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul – FETRAF-RS/CUT em conjunto com a Via Campesina já havia marcado mobilização em Porto Alegre nesta quinta-feira, 14 de fevereiro. Contudo, diante do recuo do governo a categoria cancelou o protesto. Porém, segundo Cenci, os sindicatos que representam a agricultura familiar veem com preocupação essas medidas e continuarão a acompanhar os desdobramentos para que não sejam aprovadas medidas que prejudiquem os produtores.    Entenda a situação O problema teve início quando a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia publicou no dia 6 de fevereiro, uma circular no Diário Oficial da União extinguindo o antidumping sobre o leite desnatado, em pó e integral importado da Europa e da Nova Zelândia.  O antidumping é uma taxa extra sobre produtos internacionais que possuem um preço inferior ao do mercado nacional. Ao entrar no país com um valor inferior, a prática desleal prejudica o preço dos produtos e alimentos produzidos no Brasil, assim como quem trabalha no ramo, como é o caso dos agricultores familiares sobre a produção de leite. De acordo com Cenci, a cadeia do leite é a mais importante da agricultura familiar no Rio Grande do Sul, porque é a que mais produz renda empregando mais pessoas. “Para cada 1 bilhão movimentado em leite, são gerados cerca de 200 empregos, então são muitas pessoas envolvidas e que dependem dessa atividade. Essa medida é desastrosa prejudicando e muito todos que trabalham na cadeia leiteira”, destacou.  Mobilização Contra a Reforma da Previdência ocorre nesta quinta-feira (14) Mesmo com o cancelamento da mobilização sobre o leite no período da manhã em Porto Alegre, a mobilização dos agricultores familiares contra a Reforma da Previdência continua no período da tarde. A partir das 18h agricultores familiares de diversas cidades do Alto Uruguai pertencentes ao SUTRA-AU e a FETRAF-RS se reúnem em frente ao Palácio Piratini, para protestar contra a proposta de mudanças no cálculo para aposentadoria. Desde 2017, os agricultores vêm lutando mais intensamente contra a proposta de Reforma da Previdência realizada pelo Governo Temer e agora de Jair Bolsonaro. “ Pedimos que as lideranças gaúchas lutem pelos direitos dos trabalhadores que serão muito prejudicados com os critérios de cálculos para a aposentaria, com aumento da idade e de tempo de contribuição. Não podemos deixar que os agricultores que trabalham diante do tempo, seja chuva ou sol, sofram ainda mais com a perda de direitos”, destacou Cenci.



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