Fetraf denuncia a retirada de direitos dos trabalhadores no Dia Nacional de Luta e Mobilização, em Porto Alegre

Ato Unificado dos Trabalhadores do campo e da cidade contra a retirada de direitos proposta pelo governo interino de Michel Temer.

Escrito por: Fetraf-RS e CUT-RS • Publicado em: 18/08/2016 - 14:40 Escrito por: Fetraf-RS e CUT-RS Publicado em: 18/08/2016 - 14:40
 
A Fetraf-RS participou na terça-feira(16) do Ato Unificado dos Trabalhadores do campo e da cidade contra a retirada de direitos proposta pelo governo interino de Michel Temer. A manifestação que marcou, no RS, o Dia Nacional de Luta e Mobilização da Classe Trabalhadora, reuniu mais de mil pessoas e aconteceu em frente à sede da Fiergs, em Porto Alegre. A atividade contou com a presença da CUT, CTB, UGT, Nova Central, Força Sindical, CGTB, Intersindical e CSP-Conlutas.
 
A coordenadora da Fetraf-RS, Cleonice Back, salientou a importância da junção do campo e da cidade na luta por suas conquistas. “A união dos trabalhadores do campo e da cidade, das mais diversas categorias, acontece porque todos os brasileiros serão atingidos por esse ataque aos nossos direitos”, frisou. Segundo ela, uma das maiores preocupações é com o futuro da agricultura familiar. “Os pequenos agricultores serão muito penalizados”, denunciou.
 
Back alertou que a previdência rural, ameaçada por Temer, é de suma importância para a produção de comida no campo e continuidade da agricultura familiar. “Queremos ficar no interior produzindo alimentos e a previdência impacta diretamente nessa questão. Se os homens e mulheres tiverem que esperar até os 65 para se aposentar, ninguém mais vai ficar na roça e a segurança alimentar do país estará ameaçada”, alertou.
 
 
Provocação da Fiergs motiva ainda mais protestos
 
Além das centrais, houve também pronunciamentos de federações e sindicatos estaduais, todos indignados com os ataques dos golpistas aos direitos da classe trabalhadora e com a provocação vergonhosa da Fiergs, que instalou um enorme banner na entrada do pátio, onde ignora que são os empresários que causaram 11 milhões de desempregados e ainda responsabiliza a CLT e o movimento sindical.
 
“Eles não tem nenhum pudor. A caneta está nas mãos de um golpista que está disposto a assinar qualquer lei que esse Congresso de ampla maioria empresarial aprove. Então, não teria outro lugar mais adequado do que em frente à Fiergs, as entidades que financiaram o golpe e agora exigem o atendimento de sua pauta. E a pauta é o fim da CLT e dos direitos trabalhistas”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
 
Ele esclareceu que os atos de hoje visam denunciar os reais objetivos do golpe que está em curso no Brasil e que o alvo são os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas. “Michel Temer jamais seria eleito com as propostas que estão sendo discutidas agora.”
 
Momento de união para construir a greve geral
 
Claudir parabenizou a união das centrais sindicais e defendeu a construção de uma greve geral. “Vamos olhar para o próximo período de grande defesa e resistência para garantir a maior greve geral da história,” salientou.
 
O presidente da CUT-RS ponderou que é necessário mobilizar e conscientizar ainda mais a população. “Essa agenda só vai funcionar se a gente conseguir desalienar a classe trabalhadora, que ainda está impactada pela manipulação da grande mídia que todos os dias mostra a pauta dos patrões”, criticou.
 
“Querem negar o direito de se aposentar”
 
Para a presidente do CPERS Sindicato, Helenir Schurer Aguiar, a união das centrais sindicais representa um “momento histórico” e é um passo necessário para a “conscientização dos trabalhadores” para tentar barrar os ataques aos direitos trabalhistas, à reforma da previdência e as propostas de privatização em nível federal e estadual.
 
Helenir rebateu os argumentos usados pelas federações empresariais de que a reforma da Previdência é necessária para modernizar a legislação e equiparar o Brasil aos movimentos que ocorrem em outros países. “Às vezes usam a França ou outro país para aumentar o tempo de aposentadoria. Se nós tivéssemos as mesmas condições de vida, a mesma idade para começar a trabalhar e o salário que temos na Europa, a gente poderia até discutir, mas aqui no Brasil a realidade é outra. Muitas vezes, os filhos dos trabalhadores já estão no mundo do trabalho aos 14 anos. Trabalhar dos 14 aos 70 anos é sugar toda a vida do trabalhador e negar a ele o direito de ter um momento de se aposentar e poder curtir a vida”, ponderou.
 
“O que desenvolve uma nação é a geração de emprego”
 
Integrante da direção nacional da CUT-RS, Mara Feltes, enfatizou que “a direita está com as garras em cima dos direitos dos trabalhadores”. Ela destacou que o que gera renda e desenvolve uma nação é a geração de emprego e a valorização do salário mínimo, justamente o oposto do que o governo golpista está fazendo.
 
“E não podemos nos esquecer do nosso estado, do desrespeito do Sartori com o serviço público que não passa verba para hospitais, não investe em educação. O Rio Grande do Sul parou e é isso que querem para o Brasil. Mas nós não vamos deixar, pois aqui tem resistência”, finalizou Mara.
 
“Querem entregar o pré-sal ao capital estrangeiro”
 
“Todo o progresso no mundo do trabalho se deu por causa das lutas dos trabalhadores”, sublinhou o petroleiro e secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Dary Beck, acrescentando que os empresários não pensam em modernização, pois defendem práticas de trabalho escravo.
 
De acordo com ele, para os petroleiros, esse golpe tem um fator a mais, que é a entrega do pré-sal para o capital estrangeiro. “Estão entregando a nossa riqueza. Temos petróleo suficiente para garantir uma boa vida para o povo brasileiro. Se entregarem nossas reservas, daqui a pouco teremos que importar petróleo. Podemos ser uma Noruega ou uma Nigéria, esses dois países tem reservas de petróleo, a Noruega não entregou sua riqueza, ao contrário da Nigéria”, comparou Dary.
 
 
“Não vamos pagar pela ganância desse pato”
 
O diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e vice-presidente da CUT-RS, Marizar de Melo, atacou também o PLP 257/16 e a PEC 241/16. “É maior ataque aos servidores na história, uma vez que esses projetos enterram o serviço público”, apontou.
 
Marizar acredita que o pato da Fiesp está “cobrando um preço alto demais, retirando nossos direitos”. Ele avisou os golpistas que “nós não vamos pagar pela ganância desse pato”.
 
Resistência une também juventude e agricultura familiar
 
A secretária de Juventude da CUT-RS, Letícia Raddatz, alertou para os prejuízos que as medidas adotadas pelo governo golpista causam aos jovens, pois, além de atacar a CLT, houve redução nos investimentos em educação. Ele chamou a atenção para as consequências no próximo período. “Nós já somos quem mais sofre no mercado de trabalho, nossa jornada é maior, os salários são menores e somos as principais vítimas da rotatividade. As medidas de Temer vão piorar ainda mais esse cenário para a juventude”, disse Letícia.
 
Por Fetraf-RS e CUT-RS
Título: Fetraf denuncia a retirada de direitos dos trabalhadores no Dia Nacional de Luta e Mobilização, em Porto Alegre, Conteúdo:   A Fetraf-RS participou na terça-feira(16) do Ato Unificado dos Trabalhadores do campo e da cidade contra a retirada de direitos proposta pelo governo interino de Michel Temer. A manifestação que marcou, no RS, o Dia Nacional de Luta e Mobilização da Classe Trabalhadora, reuniu mais de mil pessoas e aconteceu em frente à sede da Fiergs, em Porto Alegre. A atividade contou com a presença da CUT, CTB, UGT, Nova Central, Força Sindical, CGTB, Intersindical e CSP-Conlutas.   A coordenadora da Fetraf-RS, Cleonice Back, salientou a importância da junção do campo e da cidade na luta por suas conquistas. “A união dos trabalhadores do campo e da cidade, das mais diversas categorias, acontece porque todos os brasileiros serão atingidos por esse ataque aos nossos direitos”, frisou. Segundo ela, uma das maiores preocupações é com o futuro da agricultura familiar. “Os pequenos agricultores serão muito penalizados”, denunciou.   Back alertou que a previdência rural, ameaçada por Temer, é de suma importância para a produção de comida no campo e continuidade da agricultura familiar. “Queremos ficar no interior produzindo alimentos e a previdência impacta diretamente nessa questão. Se os homens e mulheres tiverem que esperar até os 65 para se aposentar, ninguém mais vai ficar na roça e a segurança alimentar do país estará ameaçada”, alertou.     Provocação da Fiergs motiva ainda mais protestos   Além das centrais, houve também pronunciamentos de federações e sindicatos estaduais, todos indignados com os ataques dos golpistas aos direitos da classe trabalhadora e com a provocação vergonhosa da Fiergs, que instalou um enorme banner na entrada do pátio, onde ignora que são os empresários que causaram 11 milhões de desempregados e ainda responsabiliza a CLT e o movimento sindical.   “Eles não tem nenhum pudor. A caneta está nas mãos de um golpista que está disposto a assinar qualquer lei que esse Congresso de ampla maioria empresarial aprove. Então, não teria outro lugar mais adequado do que em frente à Fiergs, as entidades que financiaram o golpe e agora exigem o atendimento de sua pauta. E a pauta é o fim da CLT e dos direitos trabalhistas”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.   Ele esclareceu que os atos de hoje visam denunciar os reais objetivos do golpe que está em curso no Brasil e que o alvo são os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas. “Michel Temer jamais seria eleito com as propostas que estão sendo discutidas agora.”   Momento de união para construir a greve geral   Claudir parabenizou a união das centrais sindicais e defendeu a construção de uma greve geral. “Vamos olhar para o próximo período de grande defesa e resistência para garantir a maior greve geral da história,” salientou.   O presidente da CUT-RS ponderou que é necessário mobilizar e conscientizar ainda mais a população. “Essa agenda só vai funcionar se a gente conseguir desalienar a classe trabalhadora, que ainda está impactada pela manipulação da grande mídia que todos os dias mostra a pauta dos patrões”, criticou.   “Querem negar o direito de se aposentar”   Para a presidente do CPERS Sindicato, Helenir Schurer Aguiar, a união das centrais sindicais representa um “momento histórico” e é um passo necessário para a “conscientização dos trabalhadores” para tentar barrar os ataques aos direitos trabalhistas, à reforma da previdência e as propostas de privatização em nível federal e estadual.   Helenir rebateu os argumentos usados pelas federações empresariais de que a reforma da Previdência é necessária para modernizar a legislação e equiparar o Brasil aos movimentos que ocorrem em outros países. “Às vezes usam a França ou outro país para aumentar o tempo de aposentadoria. Se nós tivéssemos as mesmas condições de vida, a mesma idade para começar a trabalhar e o salário que temos na Europa, a gente poderia até discutir, mas aqui no Brasil a realidade é outra. Muitas vezes, os filhos dos trabalhadores já estão no mundo do trabalho aos 14 anos. Trabalhar dos 14 aos 70 anos é sugar toda a vida do trabalhador e negar a ele o direito de ter um momento de se aposentar e poder curtir a vida”, ponderou.   “O que desenvolve uma nação é a geração de emprego”   Integrante da direção nacional da CUT-RS, Mara Feltes, enfatizou que “a direita está com as garras em cima dos direitos dos trabalhadores”. Ela destacou que o que gera renda e desenvolve uma nação é a geração de emprego e a valorização do salário mínimo, justamente o oposto do que o governo golpista está fazendo.   “E não podemos nos esquecer do nosso estado, do desrespeito do Sartori com o serviço público que não passa verba para hospitais, não investe em educação. O Rio Grande do Sul parou e é isso que querem para o Brasil. Mas nós não vamos deixar, pois aqui tem resistência”, finalizou Mara.   “Querem entregar o pré-sal ao capital estrangeiro”   “Todo o progresso no mundo do trabalho se deu por causa das lutas dos trabalhadores”, sublinhou o petroleiro e secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Dary Beck, acrescentando que os empresários não pensam em modernização, pois defendem práticas de trabalho escravo.   De acordo com ele, para os petroleiros, esse golpe tem um fator a mais, que é a entrega do pré-sal para o capital estrangeiro. “Estão entregando a nossa riqueza. Temos petróleo suficiente para garantir uma boa vida para o povo brasileiro. Se entregarem nossas reservas, daqui a pouco teremos que importar petróleo. Podemos ser uma Noruega ou uma Nigéria, esses dois países tem reservas de petróleo, a Noruega não entregou sua riqueza, ao contrário da Nigéria”, comparou Dary.     “Não vamos pagar pela ganância desse pato”   O diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e vice-presidente da CUT-RS, Marizar de Melo, atacou também o PLP 257/16 e a PEC 241/16. “É maior ataque aos servidores na história, uma vez que esses projetos enterram o serviço público”, apontou.   Marizar acredita que o pato da Fiesp está “cobrando um preço alto demais, retirando nossos direitos”. Ele avisou os golpistas que “nós não vamos pagar pela ganância desse pato”.   Resistência une também juventude e agricultura familiar   A secretária de Juventude da CUT-RS, Letícia Raddatz, alertou para os prejuízos que as medidas adotadas pelo governo golpista causam aos jovens, pois, além de atacar a CLT, houve redução nos investimentos em educação. Ele chamou a atenção para as consequências no próximo período. “Nós já somos quem mais sofre no mercado de trabalho, nossa jornada é maior, os salários são menores e somos as principais vítimas da rotatividade. As medidas de Temer vão piorar ainda mais esse cenário para a juventude”, disse Letícia.   Por Fetraf-RS e CUT-RS



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