Agricultores familiares acampados denunciam violência da Vale do Rio Doce e reivindicam regularização das terras

Em julho do ano passado, eles foram brutalmente atacados por mais de 50 seguranças da Prossegur, empresa que presta serviços de vigilância à Vale  

Escrito por: Leidiane Souza • Publicado em: 31/08/2021 - 17:43 • Última modificação: 31/08/2021 - 18:36 Escrito por: Leidiane Souza Publicado em: 31/08/2021 - 17:43 Última modificação: 31/08/2021 - 18:36

Contraf-Brasil

Na última semana, a Contraf-Brasil/CUT acompanhou de perto o drama vivenciado por agricultoras e agricultores familiares no estado do Pará.

Desde 2015, um grupo de agricultores têm travado uma árdua batalha para garantir a regularização do acampamento Nova Conquista I, no município de Parauapebas, área que atualmente pertence a mineradora Vale do Rio Doce.

Ao todo, vivem no acampamento mais 360 famílias, das quais cerca de 250, formadas por homens, mulheres, jovens, crianças e, em maior parte, idosos, que juntos desenvolvem atividades voltadas à agricultura Familiar, entre elas, suinocultura, psicultura, avicultura, bem como uma diversidade de produtos hortifruti.

Além da luta pela regularização da área onde vivem e produzem alimentos saudáveis e de qualidade, os moradores reivindicam o acesso à energia elétrica, um direito básico e fundamental para dignidade humana, para qualidade de vida e para o desempenho pleno de suas atividades produtivas.

Eles alegam que há muito tempo a mineradora Vale tem bloqueado o acesso dos moradores à luz, além de realizar uma série de abordagens truculentas.

Em julho do ano passado, os ocupantes do acampamento Nova Conquista contrataram uma empresa para instalar postes com vistas à distribuição de energia elétrica nas moradias, e no momento em que a instalação estava sendo concluída, os moradores realizavam uma assembleia, quando foram brutalmente atacados por mais de 50 seguranças da Prossegur, empresa que presta serviços de vigilância à Vale.  

De acordo as informações colhidas no inquérito civil, instaurado pelo Ministério Público, a ação violenta e desmedida dos seguranças que estavam fortemente armados, resultou no ferimento de cerca de 20 integrantes do grupo de agricultores, sendo que um jovem foi alvejado por 16 tiros de bala de borrada e uma idosa brutalmente atingida na cabeça e nos braços.

Os moradores alegam ainda que na mesma ocasião, a companheira coordenadora da Fetraf-Pará, Vívia Oliveira também foi agredida, caiu e bateu a cabeça durante o conflito com a Prossegur, o que contribuiu para o agravamento de seu estado de saúde.

Para a coordenação da Contraf-Brasil/CUT a ações da Vale foram completamente descabidas. Além disso, manter esses trabalhadores até os dias atuais sem acesso à energia elétrica é, no mínimo, desumano.

O coordenador da pasta de Política de Acesso à Terra, Organização da Produção, Meio Ambiente e Cooperativismo da Contraf-Brasil, Auri Junior faz um apelo para que os órgãos competentes, as demais entidades representativas da Agricultura Familiar, parlamentares, além das companheiras e companheiros agricultores  voltem o olhar para a situação vivenciada no acampamento Nova Conquista I.

 “Nós, da Contraf-Brasil/CUT nos solidarizamos a causa dos agricultores familiares e repudiamos veementemente os atos de violência protagonizados pela Vale do Rio Doce.  Nos colocamos à disposição para fortalecer esta importante luta e reivindicamos junto aos companheiros e companheiras a imediata regulamentação dessas terras, que nada mais é do que uma questão de justiça. Além disso, é fundamental que haja também a reparação aos danos sofridos por esses companheiros, pois é inaceitável que trabalhadores e trabalhadoras que só querem um pedaço de terra para produzir e viver sejam tratados com tanta violência”, pontuou o dirigente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Título: Agricultores familiares acampados denunciam violência da Vale do Rio Doce e reivindicam regularização das terras, Conteúdo: Na última semana, a Contraf-Brasil/CUT acompanhou de perto o drama vivenciado por agricultoras e agricultores familiares no estado do Pará. Desde 2015, um grupo de agricultores têm travado uma árdua batalha para garantir a regularização do acampamento Nova Conquista I, no município de Parauapebas, área que atualmente pertence a mineradora Vale do Rio Doce. Ao todo, vivem no acampamento mais 360 famílias, das quais cerca de 250, formadas por homens, mulheres, jovens, crianças e, em maior parte, idosos, que juntos desenvolvem atividades voltadas à agricultura Familiar, entre elas, suinocultura, psicultura, avicultura, bem como uma diversidade de produtos hortifruti. Além da luta pela regularização da área onde vivem e produzem alimentos saudáveis e de qualidade, os moradores reivindicam o acesso à energia elétrica, um direito básico e fundamental para dignidade humana, para qualidade de vida e para o desempenho pleno de suas atividades produtivas. Eles alegam que há muito tempo a mineradora Vale tem bloqueado o acesso dos moradores à luz, além de realizar uma série de abordagens truculentas. Em julho do ano passado, os ocupantes do acampamento Nova Conquista contrataram uma empresa para instalar postes com vistas à distribuição de energia elétrica nas moradias, e no momento em que a instalação estava sendo concluída, os moradores realizavam uma assembleia, quando foram brutalmente atacados por mais de 50 seguranças da Prossegur, empresa que presta serviços de vigilância à Vale.   De acordo as informações colhidas no inquérito civil, instaurado pelo Ministério Público, a ação violenta e desmedida dos seguranças que estavam fortemente armados, resultou no ferimento de cerca de 20 integrantes do grupo de agricultores, sendo que um jovem foi alvejado por 16 tiros de bala de borrada e uma idosa brutalmente atingida na cabeça e nos braços. Os moradores alegam ainda que na mesma ocasião, a companheira coordenadora da Fetraf-Pará, Vívia Oliveira também foi agredida, caiu e bateu a cabeça durante o conflito com a Prossegur, o que contribuiu para o agravamento de seu estado de saúde. Para a coordenação da Contraf-Brasil/CUT a ações da Vale foram completamente descabidas. Além disso, manter esses trabalhadores até os dias atuais sem acesso à energia elétrica é, no mínimo, desumano. O coordenador da pasta de Política de Acesso à Terra, Organização da Produção, Meio Ambiente e Cooperativismo da Contraf-Brasil, Auri Junior faz um apelo para que os órgãos competentes, as demais entidades representativas da Agricultura Familiar, parlamentares, além das companheiras e companheiros agricultores  voltem o olhar para a situação vivenciada no acampamento Nova Conquista I.  “Nós, da Contraf-Brasil/CUT nos solidarizamos a causa dos agricultores familiares e repudiamos veementemente os atos de violência protagonizados pela Vale do Rio Doce.  Nos colocamos à disposição para fortalecer esta importante luta e reivindicamos junto aos companheiros e companheiras a imediata regulamentação dessas terras, que nada mais é do que uma questão de justiça. Além disso, é fundamental que haja também a reparação aos danos sofridos por esses companheiros, pois é inaceitável que trabalhadores e trabalhadoras que só querem um pedaço de terra para produzir e viver sejam tratados com tanta violência”, pontuou o dirigente.                      



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