12 de agosto: Dia Internacional da Juventude

Na agenda da FETRAF, a juventude é tema de artigo publicado na revista Agriculturas

Escrito por: FETRAF • Publicado em: 12/08/2011 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 12/08/2011 - 00:00

Escrito por Eliane Oliveira, coordenadora de Juventude da Fetraf Brasil, Daniela Celuppi, secretária de Juventude da Fetraf-Sul e Diego Sigmar Kohwald, secretário-geral da Fetraf-Sul

A Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar Fetraf) insere o tema da juventude nos seus debates com o objetivo de ampliar as conquistas em políticas públicas que garantam o acesso à terra, geração de renda, inclusão social e digital e a sucessão nas propriedades da agricultura familiar. Os jovens são fundamentais no processo construtivo de participação social para a diminuição das desigualdades sociais e para continuidade da produção de alimentos do país.

Dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a juventude representava, em 2000, 21% da população total residente no meio rural, ou seja, 7,1 milhões de jovens entre 15 e 25 anos. Entre 1996 e 2000, as áreas rurais perderam mais de 1,6 milhões de jovens que migraram para as cidades em busca de melhores condições de vida. De fato, quando comparada com os jovens urbanos, constatamos que no meio rural há um número superior de jovens sem instrução ou com defasagem escolar do que nas áreas urbanas. Também é limitado o acesso a instrumentos de política pública capazes de viabilizar melhorias nas condições socioeconômicas tais como programas de acesso à terra, de crédito, de formação e qualificação profissional, de educação, de acesso à internet e outras  infra-estruturas básicas como moradia, estradas e serviços de eletrificação e telefonia.

Esses problemas revelam um contexto marcado pela falta de alternativas que garantam as condições necessárias à permanência da juventude no meio rural, tanto na produção agrícola quanto nas atividades não agrícolas.

Juventude participativa

Para enfrentar essa situação e construir alternativas para o futuro, jovens rurais têm se mobilizado ao participar de organizações sociais tais como associações, cooperativas e agroindústrias. A juventude também tem se integrado em espaços culturais, resgatando tradições culturais locais. Os sindicatos vinculados à Fetraf têm desempenhado importante papel no processo de organização nacional da juventude rural, contribuindo fundamentalmente para a definição de uma pauta de reivindicações específicas, na luta pela defesa de interesses e representação política de rapazes e moças rurais.

No âmbito nacional, a Fetraf integrou o processo que promoveu maior visibilidade ao tema da juventude, propondo a criação do Comitê Permanente de Juventude dentro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável Rural (Condraf), o principal espaço institucional do governo federal para negociação de políticas para a agricultura familiar.

A juventude da Fetraf, que critica o atual modelo tecnológico e é proponente de mudanças do modelo de desenvolvimento do país, valoriza e defende a Agroecologia, a biodiversidade e formas de produção rentáveis e sustentáveis que estimulem novas relações sociais, potencializando a participação - especialmente das mulheres - para que haja o rompimento do processo excludente e a garantia da permanência da juventude no campo.

Jornada de Lutas

Durante a VII Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar, a juventude contribuiu na elaboração de uma pauta nacional de reivindicações aos governos federal e estaduais. Por essa razão, aos eixos centrais da pauta que se referiam a temas como reforma agrária, meio ambiente, renda agrícola e comercialização foi incorporada a necessidade de educação  específica, cultura e inclusão social e digital para os jovens. Como resultado, obteve-se o compromisso do governo federal de criar um plano de recuperação da educação no campo com base nas experiências das escolas agrícolas e na própria legislação da educação; a criação do Programa Nacional do Livro Didático do Campo (PNLD); Projeto de Inclusão Digital a ser implantado nos Territórios da Cidadania (telecentros), além da disponibilidade do serviço de telefonia para o campo com custo reduzido para as famílias de baixa renda.

A participação da juventude no processo de construção da pauta foi determinante para avançarmos. Sob coordenação do coletivo de jovens da Fetraf-Sul, cerca de 1.500 jovens participaram do III Acampamento da Juventude da Agricultura Familiar para discutir demandas da juventude e reafirmar as agendas nacionais de luta. Com a consciência de que esse trabalho está apenas no começo, não falta à juventude da agricultura familiar vontade e perseverança de fazer História.

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Título: 12 de agosto: Dia Internacional da Juventude, Conteúdo: Escrito por Eliane Oliveira, coordenadora de Juventude da Fetraf Brasil, Daniela Celuppi, secretária de Juventude da Fetraf-Sul e Diego Sigmar Kohwald, secretário-geral da Fetraf-Sul A Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar Fetraf) insere o tema da juventude nos seus debates com o objetivo de ampliar as conquistas em políticas públicas que garantam o acesso à terra, geração de renda, inclusão social e digital e a sucessão nas propriedades da agricultura familiar. Os jovens são fundamentais no processo construtivo de participação social para a diminuição das desigualdades sociais e para continuidade da produção de alimentos do país. Dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a juventude representava, em 2000, 21% da população total residente no meio rural, ou seja, 7,1 milhões de jovens entre 15 e 25 anos. Entre 1996 e 2000, as áreas rurais perderam mais de 1,6 milhões de jovens que migraram para as cidades em busca de melhores condições de vida. De fato, quando comparada com os jovens urbanos, constatamos que no meio rural há um número superior de jovens sem instrução ou com defasagem escolar do que nas áreas urbanas. Também é limitado o acesso a instrumentos de política pública capazes de viabilizar melhorias nas condições socioeconômicas tais como programas de acesso à terra, de crédito, de formação e qualificação profissional, de educação, de acesso à internet e outras  infra-estruturas básicas como moradia, estradas e serviços de eletrificação e telefonia. Esses problemas revelam um contexto marcado pela falta de alternativas que garantam as condições necessárias à permanência da juventude no meio rural, tanto na produção agrícola quanto nas atividades não agrícolas. Juventude participativa Para enfrentar essa situação e construir alternativas para o futuro, jovens rurais têm se mobilizado ao participar de organizações sociais tais como associações, cooperativas e agroindústrias. A juventude também tem se integrado em espaços culturais, resgatando tradições culturais locais. Os sindicatos vinculados à Fetraf têm desempenhado importante papel no processo de organização nacional da juventude rural, contribuindo fundamentalmente para a definição de uma pauta de reivindicações específicas, na luta pela defesa de interesses e representação política de rapazes e moças rurais. No âmbito nacional, a Fetraf integrou o processo que promoveu maior visibilidade ao tema da juventude, propondo a criação do Comitê Permanente de Juventude dentro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável Rural (Condraf), o principal espaço institucional do governo federal para negociação de políticas para a agricultura familiar. A juventude da Fetraf, que critica o atual modelo tecnológico e é proponente de mudanças do modelo de desenvolvimento do país, valoriza e defende a Agroecologia, a biodiversidade e formas de produção rentáveis e sustentáveis que estimulem novas relações sociais, potencializando a participação - especialmente das mulheres - para que haja o rompimento do processo excludente e a garantia da permanência da juventude no campo. Jornada de Lutas Durante a VII Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar, a juventude contribuiu na elaboração de uma pauta nacional de reivindicações aos governos federal e estaduais. Por essa razão, aos eixos centrais da pauta que se referiam a temas como reforma agrária, meio ambiente, renda agrícola e comercialização foi incorporada a necessidade de educação  específica, cultura e inclusão social e digital para os jovens. Como resultado, obteve-se o compromisso do governo federal de criar um plano de recuperação da educação no campo com base nas experiências das escolas agrícolas e na própria legislação da educação; a criação do Programa Nacional do Livro Didático do Campo (PNLD); Projeto de Inclusão Digital a ser implantado nos Territórios da Cidadania (telecentros), além da disponibilidade do serviço de telefonia para o campo com custo reduzido para as famílias de baixa renda. A participação da juventude no processo de construção da pauta foi determinante para avançarmos. Sob coordenação do coletivo de jovens da Fetraf-Sul, cerca de 1.500 jovens participaram do III Acampamento da Juventude da Agricultura Familiar para discutir demandas da juventude e reafirmar as agendas nacionais de luta. Com a consciência de que esse trabalho está apenas no começo, não falta à juventude da agricultura familiar vontade e perseverança de fazer História. Clique e leia a Revista



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