Secretário alerta para uso do termo economia verde
Em debate em São Paulo, Marcos Rochinski observa que
Escrito por: FETRAF • Publicado em: 16/02/2012 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 16/02/2012 - 00:00Na segunda-feira (13), a FETRAF-BRASIL participou do debate realizado pela ONG Vitae Civillis, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais entidades, sobre a temática “Empregos verdes, trabalho decente e produção e consumo sustentáveis”. A atividade ocorreu no Instituto Goethe, em São Paulo.
A partir de um documento base, os participantes expuseram seus pontos de vista sobre como acelerar a transição da atual economia, para a verde, frente ao crescente efeito das mudanças climáticas; a importância de adotar novos padrões de consumo, e estabelecer meios de proteger o trabalhador consumidor e; promover o desenvolvimento sustentável.
Para Aron Belinky, à frente do processo internacional da ONG Vitae Civillis, quando se fala de ferramentas econômicas para tratar de questões ambientais, isso se torna polêmico. “A economia verde se tornou para as empresas uma oportunidade de negócios e na verdade, ela não se limita a pensar novos nichos. Ela tem que se valer pela responsável utilização dos recursos que temos”, pontuou.
Marcos Rochisnki, secretário Geral da FETRAF-BRASIL Rochisnki, explanou que o debate sobe economia verde, recai primeiramente sobre os agricultores familiares, os que estão no meio rural, fazendo o enfretamento ao modelo que devasta, destrói, utiliza agrotóxicos.
“Cada vez mais se faz necessária uma regulamentação no Brasil, que priorize a alimentação saudável, a extinção de venenos nas produções agrícolas. A agricultura familiar alimenta o país e faz assim. Enquanto se discute a extinção da sacolinha plástica, e o uso da biodegradável, ou oxibiodegradável, se leva veneno pra casa”, observou.
Em sua intervenção, o coordenador alertou para a cautela a ser adotada ao pronunciar o termo economia verde. “Do nosso ponto de vista, quando se fala em economia verde, o que realmente se quer dizer? Porque o agronegócio pode ser verde. Até ate mesmo no que se refere à redução da emissão de carbono, o agronegócio é bem visto, enquanto quem realmente preserva a natureza simplesmente é ignorado”.
Para ele, a discussão sobre geração de renda deve ser feita a partir de um modelo de produção que já existe, a agricultura familiar. Investir, de que forma, qual o resultado ecológico e econômico que ela trará e, como promover seu fortalecimento.
Carmem Foro, secretária de Meio Ambiente da CUT, elencou a regulamentação de mercado e a responsabilização pela cadeia produtiva como fatores que compõem positivamente o período de transição para a economia verde.
Já Lucilene Biensfild, da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS/CUT) colocou em debate o impacto que a implantação de grandes redes do distribuição causam no comércio local.
“Essas multinacionais, por exemplo, do ramo alimentício, levam embora os recursos do país. É importante ter uma avaliação do impacto ambiental que essas empresas causam; das relações de trabalho e; ter uma política de isenção tributária com contrapartidas voltadas para o social, para a geração de postos de trabalho.
O debate foi o primeiro de uma série que será realizada pela ONG e demais organizações. Dentre outros temas estão: instituições e mecanismos financeiros; governança; justiça social e biomas e territórios.
Participaram do debate, Rachel Moreno, representante do Observatório da Mulher, Leonardo Sakamoto, jornalista da ONG Repórter Brasil, Julia Nogueira, da secretaria Racial da CUT, CUT-Pará, Conselho Estadual de Meio Ambiente do Pará, representante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), GREENPEACE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho da Prefeitura Municipal de São Paulo, dentre outros.