PNCF impulsiona produção de cebola da agricultura familiar em Santa Catarina
O Programa ajuda a impulsionar a economia local, movida pela agricultura familiar, que tem destaque no cenário nacional na produção de 30% da cebola no país.
Escrito por: Assessoria de Comunicação da CONTRAF BRASIL - Patrícia Costa • Publicado em: 24/10/2016 - 11:46 Escrito por: Assessoria de Comunicação da CONTRAF BRASIL - Patrícia Costa Publicado em: 24/10/2016 - 11:46O Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) do Governo Federal beneficia cerca de 187 famílias no município de Alfredo Wagner, que fica na região de Alto Vale em Santa Catarina. O Programa ajuda a impulsionar a economia local, movida pela agricultura familiar, que tem destaque no cenário nacional na produção de 30% da cebola no país.
O Programa não só tem fortalecido a produção de alimentos na região, mas também resolveu grande parte dos problemas do êxodo rural. Com o PNCF, os jovens conseguem permanecer no campo com dignidade, ou seja, trabalho e habitação com qualidade de vida.
Em Alfredo Wagner é comum encontrar gerações de agricultores familiares, pai, filho dando continuidade à vida no campo e essa realidade se fortaleceu depois das famílias acessarem o PNCF. Um exemplo é na localidade Rio Demoras, o agricultor Itivone Bauer e seu pai Inos Bauer, que também é agricultor. Os dois adquiriram suas terras, por meio do Programa e o resultado é que ambos, hoje, conseguem produzir e comercializar cebola, direto, para a Ceasa.
Há 1 ano e meio na propriedade, Itivone também cultiva, couve-flor, brócolis, alface, repolho e ainda há criação de galinhas. A propriedade é rica em diversidade de cultura. “ Em 2015 a comercialização foi muito boa e agora quero investir na minha terra. Tudo melhorou, tenho agora até um trator que me ajuda na lida”, comenta Itivone.
O pai dele, Srº Inos, 64 anos, também adquiriu a terra pelo PNCF em 2005, o sonho dele era ter um pedaço de chão para continuar a viver no campo. “Poder acessar o crédito foi realizar um sonho. Agora tenho minha própria roça, e ainda consegui ficar ao lado do meu filho”, diz ele.
A cidade de Alfredo Wagner também é forte no cultivo do fumo, o Srº Gilberto Silva, 43 anos, e a Srª Cleia Kuster são recentes beneficiários do PNCF. Eles conseguiram a terra em maio deste ano e já vão se beneficiar dos primeiros resultados em dezembro com a colheita do fumo. “Antes trabalhávamos em terra arrendada e não sobrava nada porque todo o dinheiro era só para pagar o arrendamento. Este ano a previsão da venda é de R$ 45 mil líquido. É outra realidade! ”, Gilberto fala sorrindo.
Além do fumo, eles também plantam milho, batata doce, melancia para o consumo. Com dois filhos, uma menina de 17 anos, casada, e um menino de 13, os próximos passos da família é tentar adquirir uma terra para filha, por meio do PNCF.
Segundo censo do IBGE de 2010, Alfredo Wagner possui uma população de 9.410 habitantes e 70% deles vivem na zona rural e são agricultores familiares. A cidade é rica em nascentes e como o forte da região provém da agricultura familiar, é fácil perceber que os recursos naturais são mais preservados.
Outro exemplo da região, é do técnico agrícola Eduardo Silveira e também agricultor familiar. Com seu pai, ele e seus dois irmãos, aprenderam a cultivar a terra. Hoje, com 25 anos, Eduardo conseguiu 6 hectares, na Fazenda Esperança por meio do PNCF e agora planta em sua própria propriedade. “Nosso pai nos levava para a roça, aprendíamos com ele. Crescemos vendo como é a vida no campo. Hoje quando vou tirar leite, eu é que levo meu filho”, proseia Eduardo acompanhado de sua esposa e dois filhos.
Eles também são um exemplo de como o PNCF tem mudado a vida de milhões de agricultores familiares. Recém beneficiários, de setembro deste ano, eles plantam a cebola para comercializar e o milho, beterraba, aipim, alface, couve-flor para o consumo.
CONTRAF BRASIL e FETRAF’s
A Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar da Brasil, unidade composta por 18 federações, defendem a política da Reforma Agrária, organizando agricultores e agricultoras sem terra a lutar pelo direito de acesso à terra. Sua missão estratégica é a luta pela construção de um projeto de desenvolvimento sustentável e solidário, que aponte um processo de transformação da sociedade.