Plantar orgânicos é preservar o meio ambiente

A agricultura familiar tem um papel importante na preservação do meio ambiente. Dos 12 mil produtores de orgânicos no Brasil, 70% são de familiares.

Escrito por: Fonte:MDA • Publicado em: 06/07/2016 - 08:00 Escrito por: Fonte:MDA Publicado em: 06/07/2016 - 08:00
Ao consumirmos alimentos orgânicos, não estamos apenas zelando pela nossa saúde, estamos também preservando o meio ambiente. Cultivar orgânicos significa produzir a partir dos princípios agroecológicos, que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.
 
A agricultura familiar tem um papel importante na preservação do meio ambiente. Dos 12 mil produtores de orgânicos no Brasil, 70% são de familiares.  O dado é do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atualizado em fevereiro deste ano.
 
Conforme Juliano de Oliveira, técnico extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF), a agricultura orgânica impacta muito menos no meio ambiente por usar insumos e técnicas naturais, além de dar prioridade para tecnologias que usam de forma mais eficiente o solo e a água. Segundo o extensionista, um herbicida químico pode deixar resíduos no solo por até dois anos, o que não acontece no caso do cultivo de orgânicos.
 
Além de usar insumos naturais autorizados, para ter direito ao certificado de produto orgânico, o agricultor também tem que cumprir a legislação ambiental, tanto sanitária como a de reserva legal.  “O agricultor tem que respeitar as Áreas de Preservação Permanente (APP) e ter as licenças ambientais exigidas”, explica Oliveira.
 
Um nicho de mercado para a agricultura familiar
 
Segundo o extensionista, a agricultura orgânica é considerada um nicho de mercado para os empreendimentos familiares no Distrito Federal, por agregar mais valor aos alimentos na hora da comercialização. “Dependendo do mercado, do nível tecnológico da propriedade e da cultura, a renda do agricultor, com orgânicos, pode aumentar até 50% em relação aos produtos convencionais”, ressalta.
 
A transição da agricultura convencional para a orgânica requer esforço, mas está longe de ser impossível. Hoje, de acordo com Oliveira, a legislação permite que se tenha os dois tipos de produção na propriedade por até dois anos. Depois desse período, tem que converter tudo para orgânicos.
 
No Distrito Federal, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) orienta os agricultores, que desejam investir nesse tipo de cultivo, a adotarem aos poucos as tecnologias orgânicas. “A mudança tem que ser tranquila para evitar que os agricultores tenham alguma perda na produção e renda. Se usa adubo químico, substituí gradualmente pelo orgânico”, explica.
 
O desafio da agricultura orgânica
 
O agricultor familiar Agostinho de Souza, 53 anos, é um dos oito produtores orgânicos certificados do assentamento Pequeno Willian, perto de Planaltina, no Distrito Federal, que reúne 22 famílias.
 
Filho de produtores rurais da Bahia, Souza se interessou por esse método de cultivo devido aos benefícios que traz para a saúde e para o meio ambiente. Desde que recebeu o seu lote, há três anos, o agricultor só planta orgânicos. Por mês, ele produz uma média de uma tonelada de alimentos, com uma variedade de 10 tipos de produtos, entre tubérculos e verduras. “Eu queria um método de produção que contribuísse com a saúde e segurança alimentar para as pessoas”, conta.
 
Boas práticas
 
Produzir orgânicos exige mais cuidados e manejo do solo do que o método convencional. Souza explica que é um tipo de agricultura que requer muita prevenção para que as pragas não ataquem a produção. “Na agricultura convencional tem veneno para tudo, diferentemente da orgânica. Por isso temos que evitar que as pragas cheguem. Usamos produtos naturais como ervas medicinais e urina de gado misturada a outros produtos para afugentar as pragas”, fala.
 
Outro método aplicado por Souza são as chamadas barreiras naturais, uma faixa de capim ou feijão que ajuda a segurar o vento, evitando que a terra seque, assim economizando mais água e também protegendo contra as pragas.
 
O agricultor acredita que as pessoas hoje estão mais conscientes, motivo pelo qual estão comprando mais produtos orgânicos. “O consumidor não está preocupado apenas com a sua saúde, está preocupado também com a preservação do meio ambiente”, acredita Souza.
 
 O assentamento tem uma área total de 104 hectares, sendo que só a metade pode ser desmatada para o cultivo de alimentos. Fora do assentamento tem mais 60 hectares de reserva ambiental. Dos 5,5 hectares da sua propriedade, Souza usa ¼ para a agricultura. “Mesmo na área onde é permitido plantar, há muitas árvores que não podem ser retiradas. Plantar orgânicos é também preservar, não desmatar”, ressalta.
 
Fonte:MDA
Título: Plantar orgânicos é preservar o meio ambiente, Conteúdo: Ao consumirmos alimentos orgânicos, não estamos apenas zelando pela nossa saúde, estamos também preservando o meio ambiente. Cultivar orgânicos significa produzir a partir dos princípios agroecológicos, que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.   A agricultura familiar tem um papel importante na preservação do meio ambiente. Dos 12 mil produtores de orgânicos no Brasil, 70% são de familiares.  O dado é do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atualizado em fevereiro deste ano.   Conforme Juliano de Oliveira, técnico extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF), a agricultura orgânica impacta muito menos no meio ambiente por usar insumos e técnicas naturais, além de dar prioridade para tecnologias que usam de forma mais eficiente o solo e a água. Segundo o extensionista, um herbicida químico pode deixar resíduos no solo por até dois anos, o que não acontece no caso do cultivo de orgânicos.   Além de usar insumos naturais autorizados, para ter direito ao certificado de produto orgânico, o agricultor também tem que cumprir a legislação ambiental, tanto sanitária como a de reserva legal.  “O agricultor tem que respeitar as Áreas de Preservação Permanente (APP) e ter as licenças ambientais exigidas”, explica Oliveira.   Um nicho de mercado para a agricultura familiar   Segundo o extensionista, a agricultura orgânica é considerada um nicho de mercado para os empreendimentos familiares no Distrito Federal, por agregar mais valor aos alimentos na hora da comercialização. “Dependendo do mercado, do nível tecnológico da propriedade e da cultura, a renda do agricultor, com orgânicos, pode aumentar até 50% em relação aos produtos convencionais”, ressalta.   A transição da agricultura convencional para a orgânica requer esforço, mas está longe de ser impossível. Hoje, de acordo com Oliveira, a legislação permite que se tenha os dois tipos de produção na propriedade por até dois anos. Depois desse período, tem que converter tudo para orgânicos.   No Distrito Federal, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) orienta os agricultores, que desejam investir nesse tipo de cultivo, a adotarem aos poucos as tecnologias orgânicas. “A mudança tem que ser tranquila para evitar que os agricultores tenham alguma perda na produção e renda. Se usa adubo químico, substituí gradualmente pelo orgânico”, explica.   O desafio da agricultura orgânica   O agricultor familiar Agostinho de Souza, 53 anos, é um dos oito produtores orgânicos certificados do assentamento Pequeno Willian, perto de Planaltina, no Distrito Federal, que reúne 22 famílias.   Filho de produtores rurais da Bahia, Souza se interessou por esse método de cultivo devido aos benefícios que traz para a saúde e para o meio ambiente. Desde que recebeu o seu lote, há três anos, o agricultor só planta orgânicos. Por mês, ele produz uma média de uma tonelada de alimentos, com uma variedade de 10 tipos de produtos, entre tubérculos e verduras. “Eu queria um método de produção que contribuísse com a saúde e segurança alimentar para as pessoas”, conta.   Boas práticas   Produzir orgânicos exige mais cuidados e manejo do solo do que o método convencional. Souza explica que é um tipo de agricultura que requer muita prevenção para que as pragas não ataquem a produção. “Na agricultura convencional tem veneno para tudo, diferentemente da orgânica. Por isso temos que evitar que as pragas cheguem. Usamos produtos naturais como ervas medicinais e urina de gado misturada a outros produtos para afugentar as pragas”, fala.   Outro método aplicado por Souza são as chamadas barreiras naturais, uma faixa de capim ou feijão que ajuda a segurar o vento, evitando que a terra seque, assim economizando mais água e também protegendo contra as pragas.   O agricultor acredita que as pessoas hoje estão mais conscientes, motivo pelo qual estão comprando mais produtos orgânicos. “O consumidor não está preocupado apenas com a sua saúde, está preocupado também com a preservação do meio ambiente”, acredita Souza.    O assentamento tem uma área total de 104 hectares, sendo que só a metade pode ser desmatada para o cultivo de alimentos. Fora do assentamento tem mais 60 hectares de reserva ambiental. Dos 5,5 hectares da sua propriedade, Souza usa ¼ para a agricultura. “Mesmo na área onde é permitido plantar, há muitas árvores que não podem ser retiradas. Plantar orgânicos é também preservar, não desmatar”, ressalta.   Fonte:MDA



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