Operação 'Pax Agrária' prende suspeitos no caso Ronilson e reforça combate aos conflitos agrários no Pará
Escrito por: Allanda Dias • Publicado em: 25/04/2025 - 16:52 • Última modificação: 25/04/2025 - 17:35 Escrito por: Allanda Dias Publicado em: 25/04/2025 - 16:52 Última modificação: 25/04/2025 - 17:35
Foto: Divulgação
A Polícia Civil do Pará deflagrou, na manhã desta quarta-feira (23), a Operação 'Pax Agrária', que resultou na prisão de três pessoas e na apreensão de armas, munições e equipamentos eletrônicos. A ação é parte das investigações do assassinato do agricultor familiar Ronilson de Jesus Santos, ocorrido no dia 18 de abril de 2025, no município de Anapu, região marcada por graves conflitos fundiários.
Coordenada pela Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (DECA) de Altamira, a operação contou com apoio da 22ª Seccional Urbana, da Delegacia de Homicídios, do Núcleo de Apoio à Investigação e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE). As diligências começaram por volta das 6h e ocorreram nos municípios de Pacajá e Anapu, onde foram apreendidos diversos materiais ligados ao crime, incluindo armas artesanais, munições de uso restrito e equipamentos de comunicação.
Três pessoas foram presas: Arlene Santos da Cruz, por posse ilegal de munição; Cássio Henrique dos Santos do Carmo, que já possuía mandado de prisão em aberto; e Antônio Alex Pacheco Nunes, flagrado com cinco espingardas artesanais. O principal suspeito de ser o mandante e um dos executores do homicídio, João Antônio Pereira Franco, segue foragido. A polícia acredita que ele agiu motivado por interesses na área do PDS Virola Jatobá, onde Ronilson liderava a Associação de Desenvolvimento Social e Promoção do Pequeno Agricultor – ADESPAVAPA.
O avanço da operação é fruto direto da ação articulada entre os órgãos de segurança pública, o Ministério Público e demais instituições envolvidas na luta contra a violência no campo. A mobilização intensa de organizações como a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (CONTRAF-BRASIL/CUT), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Pará (FETRAF-PA), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o INCRA e entidades de direitos humanos foi fundamental para manter o caso em evidência e cobrar respostas rápidas e eficazes do Estado.
Testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram que João tentava tomar à força os lotes da associação, oferecendo dinheiro e ameaçando lideranças. A recusa de Ronilson em abandonar o território teria motivado o crime, conforme aponta a principal linha de investigação.
A CONTRAF-BRASIL/CUT e a FETRAF-PA seguem acompanhando os desdobramentos do caso e cobrando a prisão do mandante, além de mais segurança para as famílias agricultoras da região. A operação é considerada um passo importante no enfrentamento à impunidade e à violência nos territórios em discuta.