NOTA P

No município de Canaã, no último dia 17, quando mais de 40 homens dispararam tiros contra assentados e acampados da reforma agrária.

Escrito por: Coordenação da CONTRAF BRASIL e FETRAF PARÁ • Publicado em: 21/11/2016 - 11:57 Escrito por: Coordenação da CONTRAF BRASIL e FETRAF PARÁ Publicado em: 21/11/2016 - 11:57

   

NOTA PÚBLICA – CONTRAF BRASIL repudia e denuncia atentados à assentados e acampados da Reforma Agrária no Pará

A CONTRAF BRASIL divulga Nota Pública repudiando e denunciando o atentado contra a vida de assentados e acampados da reforma agrária no Pará, no município de Canaã, no último dia 17, quando mais de 40 homens dispararam tiros contra assentados e acampados da reforma agrária. A ação truculenta deixou quatro feridos, entre eles um adolescente de 16 anos.

Os acampados da reforma agrária estão na área há seis meses. As famílias, desassistidas pelo INCRA, estão há meses sem receber algum tipo de auxilio alimentação e para não passarem fome resolveram cultivar algumas hortaliças e alimentos para sobreviver na terra. Poucas horas depois, as famílias foram atacadas por mais de 40 homens fortemente armados, que deixaram quatro acampados feridos, um deles com 16 anos. Em meio ao conflito a polícia chegou a prender 10 trabalhadores do campo.

O conflito repercutiu na grande mídia, que volta a se posiciona a favor da concentração de terras nas mãos de uma minoria de empresários do agronegócio. A CONTRAF BRASIL repudia este tipo de jornalismo parcial e a falta do compromisso da grande mídia com a comunicação que respeita os direitos humanos.

A violência no campo é pauta recorrente nas mesas de debates na Câmara dos Deputados e Senado, porém o problema não ultrapassa a fase das discussões e vira apenas parte das promessas de candidatos em vésperas de eleições. Em agosto desse ano, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, discutiu o crescimento da violência no campo, onde ficou claro que o aumento dos casos é motivado pela impunidade na investigação dos crimes e na punição dos executores e autores.

Nós, povos do campo e sociedade organizada perguntamos, quantos mais precisarão morrer para que as autoridades de governo tomem providências eficazes sobre a violência no campo e seja dado um basta nestas atrocidades?

A CONTRAF BRASIL entende que a reforma agrária é uma questão estratégica para o Brasil, se de fato pretende-se ser uma sociedade efetivamente democrática e um país liberto da fome e da miséria. É necessário que os governos atentem para a construção de um Novo Plano Nacional de Reforma Agrária, com a participação efetiva da sociedade, e das organizações do campo que defendem e lutam pela reforma agrária; mais agilidade e amplitude nos processos de desapropriação e ou aquisição de terras para fins de reforma agrária; a proibição de terras a estrangeiros; entre outras pautas que farão uma política com mais equidade e justiça.

A CONTRAF BRASIL responsabiliza os Governos Federal e Estadual pelas barbaridades que ocorreram ao longo dos anos da história brasileira envolvendo as lutas pela reforma agrária. Responsabilizamos a lentidão da Justiça pela impunidade aos autores e executores de crimes que promovem a violência no campo. Responsabilizamos o latifúndio e as multinacionais envolvidas em conflitos agrários, pelas vítimas de violência no campo, onde muitas delas morreram em defesa do direito à vida, à terra e à produção.

Reivindicamos uma atitude concreta dos Governos Federal e Estadual referente aos crimes contra assentados e acampados da reforma agrária e exigimos que uma audiência entre dirigentes da Vale S.A. e gestores do INCRA, seja realizada em caráter de urgência a fim de evitar mortes nos municípios Canaã, Curionópolis e Parauapebas, no estado do Pará.

 

Coordenação da CONTRAF BRASIL e FETRAF PARÁ

 

Brasília, 21 de novembro de 2016.

Título: NOTA P, Conteúdo:     NOTA PÚBLICA – CONTRAF BRASIL repudia e denuncia atentados à assentados e acampados da Reforma Agrária no Pará A CONTRAF BRASIL divulga Nota Pública repudiando e denunciando o atentado contra a vida de assentados e acampados da reforma agrária no Pará, no município de Canaã, no último dia 17, quando mais de 40 homens dispararam tiros contra assentados e acampados da reforma agrária. A ação truculenta deixou quatro feridos, entre eles um adolescente de 16 anos. Os acampados da reforma agrária estão na área há seis meses. As famílias, desassistidas pelo INCRA, estão há meses sem receber algum tipo de auxilio alimentação e para não passarem fome resolveram cultivar algumas hortaliças e alimentos para sobreviver na terra. Poucas horas depois, as famílias foram atacadas por mais de 40 homens fortemente armados, que deixaram quatro acampados feridos, um deles com 16 anos. Em meio ao conflito a polícia chegou a prender 10 trabalhadores do campo. O conflito repercutiu na grande mídia, que volta a se posiciona a favor da concentração de terras nas mãos de uma minoria de empresários do agronegócio. A CONTRAF BRASIL repudia este tipo de jornalismo parcial e a falta do compromisso da grande mídia com a comunicação que respeita os direitos humanos. A violência no campo é pauta recorrente nas mesas de debates na Câmara dos Deputados e Senado, porém o problema não ultrapassa a fase das discussões e vira apenas parte das promessas de candidatos em vésperas de eleições. Em agosto desse ano, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, discutiu o crescimento da violência no campo, onde ficou claro que o aumento dos casos é motivado pela impunidade na investigação dos crimes e na punição dos executores e autores. Nós, povos do campo e sociedade organizada perguntamos, quantos mais precisarão morrer para que as autoridades de governo tomem providências eficazes sobre a violência no campo e seja dado um basta nestas atrocidades? A CONTRAF BRASIL entende que a reforma agrária é uma questão estratégica para o Brasil, se de fato pretende-se ser uma sociedade efetivamente democrática e um país liberto da fome e da miséria. É necessário que os governos atentem para a construção de um Novo Plano Nacional de Reforma Agrária, com a participação efetiva da sociedade, e das organizações do campo que defendem e lutam pela reforma agrária; mais agilidade e amplitude nos processos de desapropriação e ou aquisição de terras para fins de reforma agrária; a proibição de terras a estrangeiros; entre outras pautas que farão uma política com mais equidade e justiça. A CONTRAF BRASIL responsabiliza os Governos Federal e Estadual pelas barbaridades que ocorreram ao longo dos anos da história brasileira envolvendo as lutas pela reforma agrária. Responsabilizamos a lentidão da Justiça pela impunidade aos autores e executores de crimes que promovem a violência no campo. Responsabilizamos o latifúndio e as multinacionais envolvidas em conflitos agrários, pelas vítimas de violência no campo, onde muitas delas morreram em defesa do direito à vida, à terra e à produção. Reivindicamos uma atitude concreta dos Governos Federal e Estadual referente aos crimes contra assentados e acampados da reforma agrária e exigimos que uma audiência entre dirigentes da Vale S.A. e gestores do INCRA, seja realizada em caráter de urgência a fim de evitar mortes nos municípios Canaã, Curionópolis e Parauapebas, no estado do Pará.   Coordenação da CONTRAF BRASIL e FETRAF PARÁ   Brasília, 21 de novembro de 2016.



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