Movimentos sociais mobilizam em Porto Alegre em defesa da moradia e da agricultura familiar

Escrito por: Allanda Dias | Vanessa Alburquerque • Publicado em: 15/05/2025 - 11:22 Escrito por: Allanda Dias | Vanessa Alburquerque Publicado em: 15/05/2025 - 11:22

Vanessa Albuquerque

Na manhã desta quinta-feira (15), cerca de 1.500 pessoas foram as ruas de Porto Alegre em uma grande mobilização que reuniu agricultores e agricultoras familiares, atingidos por enchentes, trabalhadorese trabalhadoras urbanos e movimentos sociais em defesa de direitos básicos e políticas públicas estruturantes. A mobilização é resultado de uma pauta conjunta construída por movimentos como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (FETRAF-RS), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

A pauta foi construída de forma coletiva a partir das necessidades urgentes das comunidades afetadas por eventos climáticos extremos — como as enchentes de 2023 e 2024 — e por anos consecutivos de estiagem no estado. A agenda também foi apresentada em reuniões com órgãos do Governo Federal, durante uma série de encontros realizados em Brasília ao longo da semana anterior ao ato. Entre os temas discutidos estiveram comercialização de alimentos, segurança hídrica, regularização fundiária e o fortalecimento de programas específicos para o campo.

Durante o ato em Porto Alegre, Rui Valença, dirigente da FETRAF-RS e representante da Contraf-Brasil/CUT, reforçou a gravidade da situação e as principais demandas. “Depois de quatro anos de dificuldades aqui no Rio Grande do Sul — com três secas e uma enchente — os prejuízos na agricultura familiar são enormes. Estamos reivindicando a reformulação do Proagro, que é o seguro agrícola; a renegociação e o alongamento das dívidas; e a isenção da agricultura familiar na declaração do imposto de renda”, afirmou.

A pauta também inclui o pedido de um Plano Safra com condições diferenciadas para a agricultura familiar produtora de alimentos, a criação do programa “Desenrola 2” para renegociação de dívidas rurais, e a implementação de um PAC da Agricultura Familiar, que promova a transição agroecológica e o fortalecimento da agroindustrialização no campo.

Do lado estadual, os movimentos reivindicam programas para recuperação de solo e recomposição florestal, além de irrigação, distribuição de sementes crioulas e crédito acessível. A FETRAF-RS também solicita a contratação imediata das moradias previstas pelo programa Minha Casa Minha Vida Rural e a retomada das faixas II e III do programa habitacional.

A mobilização foi antecedida por reuniões em Brasília com o presidente da CONAB, Edegar Pretto, e com o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do MDA, Vanderley Ziger. As articulações integram uma jornada nacional de luta para garantir políticas públicas que respondam à realidade vivida por agricultores, ribeirinhos e moradores de periferias urbanas.

Segundo Douglas Cenci, coordenador geral da FETRAF-RS, “as manifestações são o mecanismo mais eficaz de chamar a atenção da sociedade e do governo sobre as dificuldades que enfrentamos e as medidas que precisamos construir. É urgente que tenhamos anúncios das nossas pautas”.

A manifestação percorreu pontos simbólicos da capital gaúcha, com paradas no Chocolatão e na Praça da Matriz, e reforçou a união entre campo e cidade em busca de justiça climática, moradia e soberania alimentar.

Título: Movimentos sociais mobilizam em Porto Alegre em defesa da moradia e da agricultura familiar, Conteúdo: Na manhã desta quinta-feira (15), cerca de 1.500 pessoas foram as ruas de Porto Alegre em uma grande mobilização que reuniu agricultores e agricultoras familiares, atingidos por enchentes, trabalhadorese trabalhadoras urbanos e movimentos sociais em defesa de direitos básicos e políticas públicas estruturantes. A mobilização é resultado de uma pauta conjunta construída por movimentos como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (FETRAF-RS), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A pauta foi construída de forma coletiva a partir das necessidades urgentes das comunidades afetadas por eventos climáticos extremos — como as enchentes de 2023 e 2024 — e por anos consecutivos de estiagem no estado. A agenda também foi apresentada em reuniões com órgãos do Governo Federal, durante uma série de encontros realizados em Brasília ao longo da semana anterior ao ato. Entre os temas discutidos estiveram comercialização de alimentos, segurança hídrica, regularização fundiária e o fortalecimento de programas específicos para o campo. Durante o ato em Porto Alegre, Rui Valença, dirigente da FETRAF-RS e representante da Contraf-Brasil/CUT, reforçou a gravidade da situação e as principais demandas. “Depois de quatro anos de dificuldades aqui no Rio Grande do Sul — com três secas e uma enchente — os prejuízos na agricultura familiar são enormes. Estamos reivindicando a reformulação do Proagro, que é o seguro agrícola; a renegociação e o alongamento das dívidas; e a isenção da agricultura familiar na declaração do imposto de renda”, afirmou. A pauta também inclui o pedido de um Plano Safra com condições diferenciadas para a agricultura familiar produtora de alimentos, a criação do programa “Desenrola 2” para renegociação de dívidas rurais, e a implementação de um PAC da Agricultura Familiar, que promova a transição agroecológica e o fortalecimento da agroindustrialização no campo. Do lado estadual, os movimentos reivindicam programas para recuperação de solo e recomposição florestal, além de irrigação, distribuição de sementes crioulas e crédito acessível. A FETRAF-RS também solicita a contratação imediata das moradias previstas pelo programa Minha Casa Minha Vida Rural e a retomada das faixas II e III do programa habitacional. A mobilização foi antecedida por reuniões em Brasília com o presidente da CONAB, Edegar Pretto, e com o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do MDA, Vanderley Ziger. As articulações integram uma jornada nacional de luta para garantir políticas públicas que respondam à realidade vivida por agricultores, ribeirinhos e moradores de periferias urbanas. Segundo Douglas Cenci, coordenador geral da FETRAF-RS, “as manifestações são o mecanismo mais eficaz de chamar a atenção da sociedade e do governo sobre as dificuldades que enfrentamos e as medidas que precisamos construir. É urgente que tenhamos anúncios das nossas pautas”. A manifestação percorreu pontos simbólicos da capital gaúcha, com paradas no Chocolatão e na Praça da Matriz, e reforçou a união entre campo e cidade em busca de justiça climática, moradia e soberania alimentar.



Informativo CONTRAF-BRASIL

Cadastre-se e receba periodicamente
nossos boletins informativos.