Movimentos sociais em defesa da reforma agrária
Durante o café da manhã no ginásio Nilson Nielson, FETRAF-BRASIL e Via Campesina reclamam à parlamentares a atenção do governo para as questões da terra
Escrito por: FETRAF • Publicado em: 24/08/2011 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 24/08/2011 - 00:00Na manhã desta quarta-feira (25), a FETRAF-BRASIL participou do café da manhã oferecido no ginásio Nilson Nelson, em Brasília, onde cerca de quatro mil pessoas estão acampadas desde segunda-feira (22), para a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária. Dentre as principais reivindicações estão o aumento de recursos para reforma agrária e revisão do endividamento dos assentados.
Com a participação de senadores e deputados federais e estaduais, o café da manhã foi a oportunidade de reclamar aos parlamentares que o governo proporcione a devida atenção à pauta da reforma agrária.
De acordo com as lideranças, R$ 530 milhões do orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que seriam destinados para assentar famílias que estão acampadas a quase dez anos, foram gastos em apenas um mês, e assentou menos de 10 mil famílias. O INCRA conta com recursos no valor de R$ 4 bi, para 2011.
Os movimentos também reivindicam novo modelo de financiamento de crédito voltado especificamente para os assentados, visto que ao sair do acampamento, não possuem condições de fazer o pagamento em curto espaço de tempo. O objetivo é possibilitar aos trabalhadores não apenas o acesso à terra, mas garantir condições de trabalhar nela e viver no campo.
Para Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL a unidade para lutar pelos direitos dos trabalhadores é fundamental para garantir conquistas.
?Cada vez mais nós temos juntado esforços para assegurar que a população tenha acesso à terra com condições dignas para produzir e viver no campo?, disse a coordenadora.
Após o café da manhã, integrantes da Via Campesina compuseram a Marcha unitária que reuniu cerca de 15 mil pessoas, pela Esplanada dos Ministérios, em defesa de uma plataforma política que une o conjunto da classe trabalhadora e, cujos principais pontos são a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no orçamento federal para educação pública e gratuita e a mudança de modelo agrícola, com a proibição da utilização de agrotóxicos e a realização da Reforma Agrária.