Livro didático do campo chegará às escolas em 2013
Reivindicação da FETRAF-BRASIL e tema negociado desde a Jornada de Lutas 2011, o PNLD do Campo atenderá três milhões de alunos
Escrito por: FETRAF • Publicado em: 16/03/2012 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 16/03/2012 - 00:00Durante a Jornada de Lutas da Agricultura Familiar em 2011, a FETRAF-BRASIL levou ao Ministério da Educação a reindicação de criar uma política voltada para atender a realidade do campo. Como encaminhamento, o então ministro da Educação Fernando Haddad, anunciou a criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
De acordo com o Ministério da Educação, os alunos das séries iniciais do ensino fundamental de escolas rurais receberão os livros em 2013, e serão 12,4 milhões de livros didáticos para três milhões de alunos, em 73 mil escolas rurais.
Para Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, esse é um grande avanço para os trabalhadores do campo. “Esse é o reflexo da nossa luta que não para por aí, além da criação do livro didático, durante todo esse período discutimos a elaboração de um projeto amplo, que agregasse todos os níveis de ensino, formação específica de professores, utilização de projetos empreendidos pelos movimentos e resgate e reestruturação de programas como Saberes da Terra, que resultou no Programa Nacional de Educação no Campo (PRONACAMPO), que será lançado em breve”.
De acordo com a coordenadora, o PRONACAMPO foi construído a partir das aspirações e luta conjunta com outros movimentos sociais “sob os princípios da agroecologia, fortalecimento do vínculo do homem com o campo, formando-o adequadamente”, explicou.
O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) específico para o campo, que atenderá pela primeira vez às escolas rurais, será um dos temas do 13º Encontro Técnico dos Programas do Livro Didático, de 13 a 16 de março, em Curitiba.
As editoras interessadas podem se cadastrar e pré-inscrever suas coleções até o dia 30 de março, de acordo com os termos do edital publicado na página do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na internet.
Vale ressaltar que serão aceitas para participar do processo de avaliação coleções didáticas consumíveis (que não precisam ser devolvidos no final do ano letivo) de alfabetização matemática, letramento e alfabetização (primeiro ao terceiro ano), língua portuguesa, matemática, ciências, história e geografia (quarto e quinto anos).
Educação no campo é prioridade para Mercadante
Na manhã da última quarta-feira, 14, Aloizio Mercadante, ministro da Educação, participou de reunião conjunta entre a Comissão de Educação e Cultura e a Comissão Especial do Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10). O PNE, que deve ser votado ainda nesse semestre, tem a educação no campo como uma das prioridades.
Valorização da cultura local, com material didático e pedagógico específico para o campo, criação de escola da terra e quilombola, e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC CAMPO), a ser realizado em parceria com a EMBRAPA, compõem o texto.
Alem disso, os prefeitos que quiserem fechar as escolas no campo terão de explicar o motivo, visto que dados do Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
O MEC irá fomentar escolas em tempo integral no campo. A sua palavra é valorização da população do campo com respeito da cultura local.
*Com informações INESC