FETRAF-SUL intensifica mobilizações da VI Jornada de Lutas

Escrito por: FETRAF • Publicado em: 05/05/2010 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 05/05/2010 - 00:00

Para garantir a efetivação das políticas públicas para a agricultura familiar e a garantia dos direitos dos trabalhadores do campo, cerca de dois mil agricultores familiares ligados à Fetraf Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar dos Três Estados do Sul) estiveram em Porto Alegre (RS), Tubarão (SC) e Curitiba (PR), realizando manifestos em torno da Pauta de Reivindicações da VI Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar.

No Rio Grande do Sul, a manifestação ocorreu durante a última terça e quarta-feira (04 e 05). Os agricultores reivindicaram a renegociação das dívidas dos financiamentos com o Feaper (Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais), ampliação da contrapartida no programa de habitação rural e a participação do governo do RS no mesmo e ainda temas como melhoria da energia elétrica no meio rural.

No primeiro dia, os agricultores familiares de diversas regiões do RS iniciaram o manifesto em caminhada pelas ruas de Porto Alegre e bloquearam a entrada do Centro Administrativo do Governo do Estado. O grupo de negociações encontrou-se com o Chefe da Casa Civil, Bercílio Silva, para negociar uma audiência com a governadora do estado, Yeda Crussius. Na expectativa de serem recebidos pela governadora, os agricultores permaneceram na capital por mais um dia e novamente seguiram em caminhada até a sede do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) permanecendo no local até a primeira hora da tarde, após, protestaram em frente ao Palácio Piratini.

Descontente e indignado, o coordenador geral da Fetraf Sul, Altemir Tortelli disse que é uma vergonha o descaso que o governo estadual tem perante os agricultores familiares. Dentre os motivos de tanta indignação estão o não atendimento de vários pontos da pauta, como exemplo a renegociação de dívidas do Feaper, que se arrasta há mais de um ano e o fato de mais uma vez a governadora não receber os representantes da Fetraf Sul para o diálogo.

Tortelli explica que, a renegociação das dividas do Feaper foi fechada ainda no ano passado, quando o governo definiu que daria anistia de 90 % das dividas aos agricultores que tiveram perdas com a estiagem. Ele afirma que o beneficio ainda não chegou e os agricultores estão sendo incluídos no Serasa, recebendo notificações e perdendo seus direitos de cidadão. ?E uma vergonha nós termos pessoas que estão sendo enroladas há um ano. E ainda nos dizem que existem problemas jurídicos e administrativos. Se em um ano não resolveram estes problemas, é porque falta vontade política. Então nos digam que não vão resolver?, desabafa.

Outro ponto que Tortelli fez questão de ressaltar foi o fato da governadora não receber os agricultores familiares, representados pela Fetraf Sul, para o diálogo. Fato que vem se repetindo desde o inicio de seu governo no RS. ?Sempre tivemos diálogo com todos os governadores, mas neste governo há três anos e meio estamos esperando uma conversa. Queremos um compromisso concreto com a nossa pauta. Estamos cansados de vermos compromissos que não se tornam ações concretas.Deixamos claro que a concretização da promessa da data em que ela irá nos receber e o resultado das negociações serão decisivos para definir os próximos protestos?, afirma Tortelli.

O subsídio de R$ 3 mil do Governo do Estado para os financiamentos para moradia rural e a melhoria da rede de energia elétrica no meio rural, também foram pontos abordados nas negociações.

Os agricultores encerraram a manifestação apenas com a promessa de que no próximo dia 27 de maio, a governadora irá atendê-los e de que a partir de segunda- feira (10) será criada uma comissão de negociação integrada com Secretários de Governo e membros da Fetraf Sul, para encaminhar todos os pontos da Pauta Estadual de Reivindicações da VI Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar. Antes de retornarem para seus municípios os agricultores deixaram um aviso escrito com grãos de milho, no chão em frente ao Palácio, ?27 de maio, voltaremos?.

Junto ao governo federal, os agricultores buscam uma política de renda para garantir preços mínimos aos produtos e reduzir o êxodo rural. Os manifestantes também pedem agilidade do Congresso Nacional na votação do Projeto que prevê compensação ambiental aos agricultores que preservam áreas ambientais em suas propriedades.

Vale ressaltar que um dos únicos avanços obtidos até agora, foi o resultado das manifestações ocorridas em Chapecó, Passo Fundo e Cascavel, no final de abril, em que a habitação rural foi o enfoque principal. Diante dos protestos realizados os agricultores conquistaram a regulamentação de categorias e a liberação de asassinatura de contratos habitacionais dos agricultores familiares enquadrados no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR Minha Casa Minha Vida).

Mobilizações mais extensivas em frente a bancos estaduais e federais e em rodovias estão programadas para o final de maio e inicio de junho. O coordenador da Fetraf Sul salienta ainda que, como no ano passado, a entidade vai trabalhar na construção de alianças com outros movimentos sociais, entidades representativas e cooperativistas, que representam a agricultura familiar, para somar forças e ampliar a pressão social para o atendimento das reivindicações.

"E fundamental o atendimento das reivindicações da agricultura familiar que produz 70% dos alimentos consumidos. E um segmento estratégico para assegurar soberania alimentar ao país", conclui Tortelli.

Rosiane de Oliveira
Assessoria de Imprensa
(54) 9975 - 4169

Título: FETRAF-SUL intensifica mobilizações da VI Jornada de Lutas, Conteúdo: Para garantir a efetivação das políticas públicas para a agricultura familiar e a garantia dos direitos dos trabalhadores do campo, cerca de dois mil agricultores familiares ligados à Fetraf Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar dos Três Estados do Sul) estiveram em Porto Alegre (RS), Tubarão (SC) e Curitiba (PR), realizando manifestos em torno da Pauta de Reivindicações da VI Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar. No Rio Grande do Sul, a manifestação ocorreu durante a última terça e quarta-feira (04 e 05). Os agricultores reivindicaram a renegociação das dívidas dos financiamentos com o Feaper (Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais), ampliação da contrapartida no programa de habitação rural e a participação do governo do RS no mesmo e ainda temas como melhoria da energia elétrica no meio rural. No primeiro dia, os agricultores familiares de diversas regiões do RS iniciaram o manifesto em caminhada pelas ruas de Porto Alegre e bloquearam a entrada do Centro Administrativo do Governo do Estado. O grupo de negociações encontrou-se com o Chefe da Casa Civil, Bercílio Silva, para negociar uma audiência com a governadora do estado, Yeda Crussius. Na expectativa de serem recebidos pela governadora, os agricultores permaneceram na capital por mais um dia e novamente seguiram em caminhada até a sede do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) permanecendo no local até a primeira hora da tarde, após, protestaram em frente ao Palácio Piratini. Descontente e indignado, o coordenador geral da Fetraf Sul, Altemir Tortelli disse que é uma vergonha o descaso que o governo estadual tem perante os agricultores familiares. Dentre os motivos de tanta indignação estão o não atendimento de vários pontos da pauta, como exemplo a renegociação de dívidas do Feaper, que se arrasta há mais de um ano e o fato de mais uma vez a governadora não receber os representantes da Fetraf Sul para o diálogo. Tortelli explica que, a renegociação das dividas do Feaper foi fechada ainda no ano passado, quando o governo definiu que daria anistia de 90 % das dividas aos agricultores que tiveram perdas com a estiagem. Ele afirma que o beneficio ainda não chegou e os agricultores estão sendo incluídos no Serasa, recebendo notificações e perdendo seus direitos de cidadão. ?E uma vergonha nós termos pessoas que estão sendo enroladas há um ano. E ainda nos dizem que existem problemas jurídicos e administrativos. Se em um ano não resolveram estes problemas, é porque falta vontade política. Então nos digam que não vão resolver?, desabafa. Outro ponto que Tortelli fez questão de ressaltar foi o fato da governadora não receber os agricultores familiares, representados pela Fetraf Sul, para o diálogo. Fato que vem se repetindo desde o inicio de seu governo no RS. ?Sempre tivemos diálogo com todos os governadores, mas neste governo há três anos e meio estamos esperando uma conversa. Queremos um compromisso concreto com a nossa pauta. Estamos cansados de vermos compromissos que não se tornam ações concretas.Deixamos claro que a concretização da promessa da data em que ela irá nos receber e o resultado das negociações serão decisivos para definir os próximos protestos?, afirma Tortelli. O subsídio de R$ 3 mil do Governo do Estado para os financiamentos para moradia rural e a melhoria da rede de energia elétrica no meio rural, também foram pontos abordados nas negociações. Os agricultores encerraram a manifestação apenas com a promessa de que no próximo dia 27 de maio, a governadora irá atendê-los e de que a partir de segunda- feira (10) será criada uma comissão de negociação integrada com Secretários de Governo e membros da Fetraf Sul, para encaminhar todos os pontos da Pauta Estadual de Reivindicações da VI Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar. Antes de retornarem para seus municípios os agricultores deixaram um aviso escrito com grãos de milho, no chão em frente ao Palácio, ?27 de maio, voltaremos?. Junto ao governo federal, os agricultores buscam uma política de renda para garantir preços mínimos aos produtos e reduzir o êxodo rural. Os manifestantes também pedem agilidade do Congresso Nacional na votação do Projeto que prevê compensação ambiental aos agricultores que preservam áreas ambientais em suas propriedades. Vale ressaltar que um dos únicos avanços obtidos até agora, foi o resultado das manifestações ocorridas em Chapecó, Passo Fundo e Cascavel, no final de abril, em que a habitação rural foi o enfoque principal. Diante dos protestos realizados os agricultores conquistaram a regulamentação de categorias e a liberação de asassinatura de contratos habitacionais dos agricultores familiares enquadrados no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR Minha Casa Minha Vida). Mobilizações mais extensivas em frente a bancos estaduais e federais e em rodovias estão programadas para o final de maio e inicio de junho. O coordenador da Fetraf Sul salienta ainda que, como no ano passado, a entidade vai trabalhar na construção de alianças com outros movimentos sociais, entidades representativas e cooperativistas, que representam a agricultura familiar, para somar forças e ampliar a pressão social para o atendimento das reivindicações. "E fundamental o atendimento das reivindicações da agricultura familiar que produz 70% dos alimentos consumidos. E um segmento estratégico para assegurar soberania alimentar ao país", conclui Tortelli. Rosiane de Oliveira Assessoria de Imprensa (54) 9975 - 4169



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