FETRAF e INCRA discutem reforma agrária
Instituto apresenta diagnóstico e GTs com as organizações são formados para traçar diretrizes para orientar o governo
Escrito por: FETRAF • Publicado em: 20/09/2011 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 20/09/2011 - 00:00Escrito por Fernanda Silva- IMPRENSA FETRAF-BRASIL
Às 14 horas de segunda-feira (19), a direção executiva da FETRAF-BRASIL reuniu-se com Celso Lacerda, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para discutir o conjunto de medidas à serem adotadas para orientar as ações do governo para realizar a reforma agrária. A discussão teve como base o diagnóstico sobre a realidade agrária no país que o INCRA elaborou.
Além de números, o diagnóstico apresentou aspectos que apontam para a necessidade de realizar a reforma agrária sob novo modelo de desenvolvimento. De acordo com o documento, a produção da agricultura familiar tradicional e orgânica aliadas à reforma agrária demonstra maior rentabilidade e, atenta para a necessidade de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), além de pesquisas qualificadas voltadas para a categoria.
Para Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, o estudo feito pelo Instituto é fundamental para discutir a reforma agrária.
“Pela primeira vez na história o INCRA elaborou um diagnóstico real sobre a reforma agrária. E essa abertura para traçar diretrizes junto com as organizações é de extrema importância para o debate. Os assentamentos não podem ser tratados como um mundo a parte, a política de reforma agrária tem que ser reformulada e efetivada”, considerou Elisângela.
Atualmente, o processo de consolidação de um assentamento demora cerca de 10 anos. Para a FETRAF esse tempo deve ser reduzido no mínimo à metade, já que a reforma agrária é estratégica para o país.
Na ocasião, Lázaro Bento, coordenador de Reforma Agrária da FETRAF-BRASIL, atentou para que a política de desenvolvimentos dos assentamentos tenha foco na produção e comercialização.
A agricultura familiar, que conta com mais de 4,3 milhões de unidades produtivas, o que corresponde a 84% do número de estabelecimentos rurais do Brasil, é responsável também por 38% do Valor Bruto da Produção Agropecuária.
“É importante o INCRA perceber que é no processo de produção e comercialização que se dá a estruturação dos assentamentos, é isso que vai garantir renda e a vida nos assentamentos”, disse Lázaro.
Com a formação de Grupos de Trabalho para detalhamento do diagnóstico e construção de propostas, as mesmas deverão ser encaminhadas à presidenta Dilma Rousseff. O objetivo é que a pauta esteja no centro do governo e possa ser transformada em política pública. As próximas reuniões acontecem nos dias 29 e 30 de setembro.
Participaram da reunião Marcos Rochinski, secretário Geral da FETRAF-BRASIL, Marco Antonio Augusto Pimentel, secretário de Gestão e Finanças e, Maria da Graça Amorim, coordenadora de Meio Ambiente da FETRAF-BRASIL.