FETRAF comportamento do governo no processo de negociação

Aos parceiros, em café da manhã na sede da CUT, dirigentes explicam metodologia da VIII Jornada de Lutas com o objetivo de avançar na construção de políticas estruturantes

Escrito por: FETRAF • Publicado em: 16/05/2012 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 16/05/2012 - 00:00

Escrito por Fernanda Silva- IMPRENSA FETRAF-BRASIL

Na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Brasília, nesta quarta-feira (16), a direção da FETRAF-BRASIL apresentou além da estratégia de negociação adotada nesta VIII Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar, sua avaliação sobre o processo de negociação com o governo iniciado na semana passada, dia 8 de maio.

De acordo com Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, do fim do ano de 2011 à fevereiro de 2012, durante o planejamento da entidade, os dirigentes debateram sobre o processo de negociação que a entidade vinha desenvolvendo e, que não tinha os resultados esperados. “Por isso, decidimos inovar na metodologia. Elencamos sete pontos principais focados em políticas estruturantes que na nossa compreensão a agricultura familiar precisa avançar”, observou.

No documento entregue à secretaria Geral da Presidência da República em 18 de abril, e aos ministérios, a FETRAF deu ênfase na pauta de reivindicação ao tema da organização sindical e trabalhista; acesso à terra; reorganização dos instrumentos da política agrícola, e neste sentido destaca três aspectos são fundamentais, sendo a construção de um modelo democrático participativo uma ampla reformulação do crédito do PRONAF, o seguro agrícola e ATER.

“Há também a questão ambiental e; recursos hídricos porque não dá mais para termos uma política de água para todos que não tem ações relevantes para água para produção e, por fim, a inclusão sócio produtiva da juventude da agricultura familiar e, das mulheres”, explicou Elisângela.

Entretanto, o objetivo da entidade de estabelecer um processo de negociação dividido em blocos e que ocorressem com os ministérios de áreas afins não tem ocorrido.

Marcos Rochinski, secretário Geral da FETRAF-BRASIL, disse que a entidade tem dialogado com a Via Campesina todos os dias e também com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e o que está se desenhando, cada vez mais de forma clara, é a necessidade de unificar pautas em torno de um projeto comum.

“Eu tenho dito inclusive que o fato de estarmos caminhando nesse sentido é um sintoma de que as coisas não andam de acordo como deveriam, elas não estão ajustadas. Em todo o momento temos defendido o fortalecimento das instâncias internas do governo porque temos que resolver de forma estrutural algumas questões. Nessa sala, tratamos todos como parceiros para lutarmos e podermos implantar nosso projeto nesse governo”, compartilhou o secretário.

Ao expressar preocupação com a avaliação da FETRAF com relação ao processo de negociação, Laudemir Muller, secretário da Agricultura Familiar (SAF/MDA), considerou a estratégia diferenciada de articular com outros movimentos e, apresentar uma pauta mais sintética e focada, ser o que o governo precisa, “e os movimentos tem que estar juntos pelo menos no que é o cerne da pauta”.

O secretário observou que o país vive um momento em que é preciso enfrentar questões estruturais e de alta complexidade. Para ele, uma pauta estruturada e unificada é o que o governo precisa.

Em avaliação, Siwloney Barros representante da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) disse que as organizações passam por um processo de amadurecimento e que “é preciso explorar as oportunidades” no que se refere a atuar na construção de um país não crie guetos, “mas que tenha condições de incluir”.

Nesse sentido, Paulo Guilherme, secretário do Ministério do Meio Ambiente, disse que a participação dos movimentos nunca foi tão forte no minsitério, e que a expectativa é que essa jornada com pontos mais concentrados possa mudar a maneira de formulação das políticas e manter o acompanhamento constante, para que o que for reivindicado não se dilua.

Já Rosangela Cadeia, representante do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), enfatizou que a FETRAF vive o mesmo sentimento que os outros movimentos. “Angústia. Porque nós temos um compromisso com a luta do nosso povo, com as nossas bases e temos tido poucas conquistas no último período”.

Para finalizar Elisângela, explicou que a busca da FETRAF não consiste em ter ganhos para a Federação. O que a FETRAF quer, como água para produção e consumo, reformulação da política de crédito, por exemplo, estão na pauta de outros dez movimentos.

“E nós não vamos fechar essa Jornada se não avançarmos nessa pauta. Precisamos fazer um debate do todo o processo do desenvolvimento. Não dá mais para fazer Jornada com o povo na rua só porque temos que fazer. Nós trazemos o povo, passamos três semanas em negociação e depois segue a vida normal, continuamos a tratar dos temas no dia a dia, a FETRAF não quer mais isso”.

Participaram do café da manhã Celso Lacerda, presidente Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma agrária (INCRA), Noemi Aparecida Lemes, superintendente Nacional de Habitação Rural da Caixa, Pedro Urcsai (PT-SC), Dionilso Marcon (PT-RS), Luiz Alberto (PT-BA), Alvino Bomgaz (PT-RS), deputados federais e, Rogério Newald, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), diretores da SAF/MDA, Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA), representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da OXFAM, além de Paulo César Faria, da FAF/MS, dentre outros.

Às 16 horas, as organizações representativas do campo tiveram uma reunião, para tirar encaminhamentos para a Jornada unificada de lutas.

Título: FETRAF comportamento do governo no processo de negociação, Conteúdo: Escrito por Fernanda Silva- IMPRENSA FETRAF-BRASIL Na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Brasília, nesta quarta-feira (16), a direção da FETRAF-BRASIL apresentou além da estratégia de negociação adotada nesta VIII Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar, sua avaliação sobre o processo de negociação com o governo iniciado na semana passada, dia 8 de maio. De acordo com Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, do fim do ano de 2011 à fevereiro de 2012, durante o planejamento da entidade, os dirigentes debateram sobre o processo de negociação que a entidade vinha desenvolvendo e, que não tinha os resultados esperados. “Por isso, decidimos inovar na metodologia. Elencamos sete pontos principais focados em políticas estruturantes que na nossa compreensão a agricultura familiar precisa avançar”, observou. No documento entregue à secretaria Geral da Presidência da República em 18 de abril, e aos ministérios, a FETRAF deu ênfase na pauta de reivindicação ao tema da organização sindical e trabalhista; acesso à terra; reorganização dos instrumentos da política agrícola, e neste sentido destaca três aspectos são fundamentais, sendo a construção de um modelo democrático participativo uma ampla reformulação do crédito do PRONAF, o seguro agrícola e ATER. “Há também a questão ambiental e; recursos hídricos porque não dá mais para termos uma política de água para todos que não tem ações relevantes para água para produção e, por fim, a inclusão sócio produtiva da juventude da agricultura familiar e, das mulheres”, explicou Elisângela. Entretanto, o objetivo da entidade de estabelecer um processo de negociação dividido em blocos e que ocorressem com os ministérios de áreas afins não tem ocorrido. Marcos Rochinski, secretário Geral da FETRAF-BRASIL, disse que a entidade tem dialogado com a Via Campesina todos os dias e também com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e o que está se desenhando, cada vez mais de forma clara, é a necessidade de unificar pautas em torno de um projeto comum. “Eu tenho dito inclusive que o fato de estarmos caminhando nesse sentido é um sintoma de que as coisas não andam de acordo como deveriam, elas não estão ajustadas. Em todo o momento temos defendido o fortalecimento das instâncias internas do governo porque temos que resolver de forma estrutural algumas questões. Nessa sala, tratamos todos como parceiros para lutarmos e podermos implantar nosso projeto nesse governo”, compartilhou o secretário. Ao expressar preocupação com a avaliação da FETRAF com relação ao processo de negociação, Laudemir Muller, secretário da Agricultura Familiar (SAF/MDA), considerou a estratégia diferenciada de articular com outros movimentos e, apresentar uma pauta mais sintética e focada, ser o que o governo precisa, “e os movimentos tem que estar juntos pelo menos no que é o cerne da pauta”. O secretário observou que o país vive um momento em que é preciso enfrentar questões estruturais e de alta complexidade. Para ele, uma pauta estruturada e unificada é o que o governo precisa. Em avaliação, Siwloney Barros representante da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) disse que as organizações passam por um processo de amadurecimento e que “é preciso explorar as oportunidades” no que se refere a atuar na construção de um país não crie guetos, “mas que tenha condições de incluir”. Nesse sentido, Paulo Guilherme, secretário do Ministério do Meio Ambiente, disse que a participação dos movimentos nunca foi tão forte no minsitério, e que a expectativa é que essa jornada com pontos mais concentrados possa mudar a maneira de formulação das políticas e manter o acompanhamento constante, para que o que for reivindicado não se dilua. Já Rosangela Cadeia, representante do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), enfatizou que a FETRAF vive o mesmo sentimento que os outros movimentos. “Angústia. Porque nós temos um compromisso com a luta do nosso povo, com as nossas bases e temos tido poucas conquistas no último período”. Para finalizar Elisângela, explicou que a busca da FETRAF não consiste em ter ganhos para a Federação. O que a FETRAF quer, como água para produção e consumo, reformulação da política de crédito, por exemplo, estão na pauta de outros dez movimentos. “E nós não vamos fechar essa Jornada se não avançarmos nessa pauta. Precisamos fazer um debate do todo o processo do desenvolvimento. Não dá mais para fazer Jornada com o povo na rua só porque temos que fazer. Nós trazemos o povo, passamos três semanas em negociação e depois segue a vida normal, continuamos a tratar dos temas no dia a dia, a FETRAF não quer mais isso”. Participaram do café da manhã Celso Lacerda, presidente Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma agrária (INCRA), Noemi Aparecida Lemes, superintendente Nacional de Habitação Rural da Caixa, Pedro Urcsai (PT-SC), Dionilso Marcon (PT-RS), Luiz Alberto (PT-BA), Alvino Bomgaz (PT-RS), deputados federais e, Rogério Newald, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), diretores da SAF/MDA, Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA), representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da OXFAM, além de Paulo César Faria, da FAF/MS, dentre outros. Às 16 horas, as organizações representativas do campo tiveram uma reunião, para tirar encaminhamentos para a Jornada unificada de lutas.



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