Educação no campo é tema de audiência pública na Assembleia Legislativa Gaúcha
Os representantes da comunidade escolar denunciam o sucateamento das unidades educacionais, o fechamento de bibliotecas e a adoção do sistema de enturmação nos locais em que há poucos estudantes.
Escrito por: Assessoria de Comunicação da FETRAF RS • Publicado em: 01/11/2016 - 11:28 Escrito por: Assessoria de Comunicação da FETRAF RS Publicado em: 01/11/2016 - 11:28
A situação das escolas de campo no Rio Grande do Sul foi debatida na tarde desta segunda-feira (31) na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A Fetraf-RS participou da atividade, promovida pelos deputados Zé Nunes e Adão Villaverde. A Audiência reuniu centenas de alunos, professores, pais e lideranças políticas de dezenas de municípios gaúchos, que lotaram o Plenarinho, o Espaço Convergência e a sala Salzano Vieira da Cunha. Os representantes da comunidade escolar denunciam o sucateamento das unidades educacionais, o fechamento de bibliotecas e a adoção do sistema de enturmação nos locais em que há poucos estudantes.
A rede estadual de ensino tem 657 escolas de campo, que abrigam 57.544 alunos. Segundo participantes da audiência, a maior parte delas sofre com a redução de pessoal, corte de recursos, problemas em suas instalações físicas e rotatividade de professores e funcionários. “Estamos assistindo ao extermínio do ensino voltado à população rural. A realocação dos estudantes está esvaziando a zona rural e sobrecarregando as escolas urbanas”, resumiu a professora Glória Terra, de Santo Antônio da Patrulha, município que tem 17 escolas de campo de um total de 23.
Para ela, o Poder Público está deixando de lado as escolas do campo, “como se elas não fizessem parte do mesmo sistema educacional, e as crianças que lá estudam não tivessem os mesmos direitos do que aquelas que estudam na cidade”.
O deputado Zé Nunes defendeu a necessidade de construir um ambiente para que a zona rural seja uma alternativa para os jovens. “Precisamos manter os jovens no campo, oferecendo nas escolas de lá tudo o que há nas escolas urbanas”, pontuou.
Autor da Lei 14.278/2013, que cria a Política Estadual de Incentivo à Permanência de Jovens e Adultos no Meio Rural através da Qualificação da Oferta Educacional, o deputado Altemir Tortelli afirmou que é impossível pensar o futuro do meio rural sem fortalecer as escolas de campo. “A educação é fundamental para a compreensão da profissão de agricultor familiar como alavanca para o desenvolvimento da sociedade e do País”, frisou.
Segundo ele, a luta em defesa da Educação no Meio Rural precisa avançar além das questões emergenciais decorrentes do descaso e da falta de investimento do Governo Sartori, como o fechamento das escolas, as enturmações e multisseriações.
“Precisamos pensar qual a pedagogia que vamos utilizar para que nossas crianças, filhos e filhas de agricultores, possam se reapaixonar pela função de produzir alimentos, compreendendo a relevância dessa profissão, que é uma das mais importantes e fundamentais para o desenvolvimento de nossa nação”, argumentou Tortelli. “Precisamos resistir ao desmonte que está ocorrendo no RS e, ao mesmo tempo, formular um grande projeto que proponha o desenvolvimento efetivo das escolas do meio rural”, explicou.
A presidente do Cepers-Sindicato, Helenir Aguiar Schurer, afirmou que, embora as escolas de campo representem um instrumento para manter os jovens na zona rural, há um processo de desmonte destes espaços e de retirada de direitos dos estudantes, representada, especialmente, pela enturmação.
Com informações de Assembleia Legislativa e Dep. Tortelli
Título: Educação no campo é tema de audiência pública na Assembleia Legislativa Gaúcha, Conteúdo:
A situação das escolas de campo no Rio Grande do Sul foi debatida na tarde desta segunda-feira (31) na Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A Fetraf-RS participou da atividade, promovida pelos deputados Zé Nunes e Adão Villaverde. A Audiência reuniu centenas de alunos, professores, pais e lideranças políticas de dezenas de municípios gaúchos, que lotaram o Plenarinho, o Espaço Convergência e a sala Salzano Vieira da Cunha. Os representantes da comunidade escolar denunciam o sucateamento das unidades educacionais, o fechamento de bibliotecas e a adoção do sistema de enturmação nos locais em que há poucos estudantes.
A rede estadual de ensino tem 657 escolas de campo, que abrigam 57.544 alunos. Segundo participantes da audiência, a maior parte delas sofre com a redução de pessoal, corte de recursos, problemas em suas instalações físicas e rotatividade de professores e funcionários. “Estamos assistindo ao extermínio do ensino voltado à população rural. A realocação dos estudantes está esvaziando a zona rural e sobrecarregando as escolas urbanas”, resumiu a professora Glória Terra, de Santo Antônio da Patrulha, município que tem 17 escolas de campo de um total de 23.
Para ela, o Poder Público está deixando de lado as escolas do campo, “como se elas não fizessem parte do mesmo sistema educacional, e as crianças que lá estudam não tivessem os mesmos direitos do que aquelas que estudam na cidade”.
O deputado Zé Nunes defendeu a necessidade de construir um ambiente para que a zona rural seja uma alternativa para os jovens. “Precisamos manter os jovens no campo, oferecendo nas escolas de lá tudo o que há nas escolas urbanas”, pontuou.
Autor da Lei 14.278/2013, que cria a Política Estadual de Incentivo à Permanência de Jovens e Adultos no Meio Rural através da Qualificação da Oferta Educacional, o deputado Altemir Tortelli afirmou que é impossível pensar o futuro do meio rural sem fortalecer as escolas de campo. “A educação é fundamental para a compreensão da profissão de agricultor familiar como alavanca para o desenvolvimento da sociedade e do País”, frisou.
Segundo ele, a luta em defesa da Educação no Meio Rural precisa avançar além das questões emergenciais decorrentes do descaso e da falta de investimento do Governo Sartori, como o fechamento das escolas, as enturmações e multisseriações.
“Precisamos pensar qual a pedagogia que vamos utilizar para que nossas crianças, filhos e filhas de agricultores, possam se reapaixonar pela função de produzir alimentos, compreendendo a relevância dessa profissão, que é uma das mais importantes e fundamentais para o desenvolvimento de nossa nação”, argumentou Tortelli. “Precisamos resistir ao desmonte que está ocorrendo no RS e, ao mesmo tempo, formular um grande projeto que proponha o desenvolvimento efetivo das escolas do meio rural”, explicou.
A presidente do Cepers-Sindicato, Helenir Aguiar Schurer, afirmou que, embora as escolas de campo representem um instrumento para manter os jovens na zona rural, há um processo de desmonte destes espaços e de retirada de direitos dos estudantes, representada, especialmente, pela enturmação.
Com informações de Assembleia Legislativa e Dep. Tortelli