Escrito por: FETRAF • Publicado em: 24/03/2010 - 00:00
Escrito por: FETRAF
Publicado em: 24/03/2010 - 00:00
Nesta quinta, com o brado de ?fortalecer, organizar, viva a agricultura familiar?, os trabalhadores e trabalhadoras que já tomavam quase todo o parque da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE) deram início oficialmente ao 3.º Congresso da Fetraf-Sul.
Escrito por Luiz Carvalho, de Erechim
As 11h desta quinta-feira, com o brado de ?fortalecer, organizar, viva a agricultura familiar?, os trabalhadores e trabalhadoras que já tomavam quase todo o parque da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE) deram início oficialmente ao 3.º Congresso da Federação da Agricultura Familiar do Sul (Fetraf-Sul), em Erechim, no Rio Grande do Sul.
Na mesa de abertura, a presença de representantes dos movimentos sociais, cooperativas habitacionais, bancos públicos, delegações internacionais, parlamentares e prefeitos da região demonstravam a importância dos agricultores familiares para o Brasil.
Coordenador geral do encontro, Marcos Rochinski, resgatou a importância do processo democrático na construção do evento. ?Foram mais de três mil debates reunindo cerca de 50 mil trabalhadores comprometidos em dar um novo rumo ao desenvolvimento do País. Os companheiros que deixaram suas propriedades por três dias para participar desse congresso sabem que estão trabalhando coletivamente para melhorar as condições de milhões de famílias no território brasileiro.?
Ele destacou ainda o motivo da agricultura familiar ser o único modelo capaz de produzir alimento de forma sustentável. ?Ao contrário dos agroindustriais, vivemos onde trabalhamos e por isso precisamos de um ambiente preservado?, comentou.
CUT presente na caminhada ? Secretária Nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, falou sobre a atuação da central na conquista de benefícios para todos os trabalhadores, inclusive rurais. ?Surgimos como uma forma de dizer que o sindicalismo deveria unir o enfrentamento com a negociação e a mobilização. Quando o trabalhador recebe o 13º salário, férias remuneradas, quando o agricultor tem acesso ao Pronaf (Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar) ele deve saber que tudo isso foi fruto da mobilização da classe trabalhadora, com a CUT e sindicatos cutistas à frente dessa mobilização.?
O Brasil escolheu os brasileiros
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) apontou que a parceria do governo federal com a agricultura familiar fez com que o segmento se transformasse em prioridade estratégica para o desenvolvimento do País. ?Elevamos o valor do Pronaf de dois para 15 bilhões, conquistamos o seguro rural, implementamos um programa de aquisição de alimentos e investimos na criação de escolas técnicas próximas aos trabalhadores rurais, ações que só foram possíveis porque o povo brasileiro teve coragem de dizer que ia arregaçar as mangas e governar o Brasil.?
Em compensação, o representante do Movimento dos Sem Terra e da Via Campesina, Isaias Vedovatto, deixou claro que o caminho para a democratização inclui diversos obstáculos. ?Há um processo de criminalização dos movimentos sociais que é orquestrado e inclui setores do Judiciário, do Ministério Público e do governo. Um exemplo é o que acontece na cidade de São Gabriel, onde o prefeito é contra a reforma agrária, defende o agronegócio e proibiu as escolas itinerantes, prejudicando mais de 400 filhos de assentados. O governo gaúcho não tem dialogado conosco e isso deixa a certeza de que não é esse o futuro que queremos para o nosso Estado.?
Prefeito de Erechim, Paulo Polis (PT), mostrou como o poder público deve atuar. ?Fomos o primeiro município a fechar um acordo com o ministério da Educação e levar às escolas os produtos da agricultura familiar. Mais do que produzir, queremos levar os alimentos às mesas das crianças. Se conseguimos melhorar a distribuição de renda foi por conta das políticas públicas adotadas nos últimos anos?, defende.
Uma mesa para todos
Ex-ministro da Justiça, Tarso Genro usou uma metáfora para demonstrar a inversão no processo democrático comandada pela presidente Lula. ?Havia uma grande mesa em os trabalhadores, agricultores, camponeses, aqueles que estavam na base da pirâmide social, tinham uma cadeira bem baixinha e não podiam enxergar o que estava sobre a mesa do capital, ao contrário dos grande banqueiros, dos grandes indústrias, no topo, que viam de forma muito alta. O presidente Lula deu uma cadeira igual para todos sentarem em torno da mesa democrática com capacidade política de pressão e organização.?
Por fim, após pedir uma salva de palmas a todas as agricultoras como forma de homenagear o mês das mulheres, o coordenador geral da Fetraf-Sul, Altemir Tortorelli, disse a todas as pessoas com menos de 30 anos que se dirigissem para a frente do palco. Ao ser atendido por boa parte do plenário parabenizou a ?multidão de jovens que acreditam na agricultura familiar e dará continuidade à nossa luta.?
O dirigente lembrou ainda dos avanços conquistados nos últimos três anos, mas salientou que cada passo foi resultado de muita luta. ?Não fosse a nossa capacidade de negociar, não teríamos avançado na assistência técnica, nos programas nacionais de habitação baseados em nossas experiências de cooperativa, no Mais Alimento e na Lei da alimentação escolar ? que leva às merendas produtos da agricultura familiar. Nosso desafio é aprofundar a organização para que os mais de 20 milhões de agricultores no Brasil possam ter acesso às nossas vitórias?, afirma.
Título: , Conteúdo: Nesta quinta, com o brado de ?fortalecer, organizar, viva a agricultura familiar?, os trabalhadores e trabalhadoras que já tomavam quase todo o parque da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE) deram início oficialmente ao 3.º Congresso da Fetraf-Sul.
Escrito por Luiz Carvalho, de Erechim
As 11h desta quinta-feira, com o brado de ?fortalecer, organizar, viva a agricultura familiar?, os trabalhadores e trabalhadoras que já tomavam quase todo o parque da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Erechim (ACCIE) deram início oficialmente ao 3.º Congresso da Federação da Agricultura Familiar do Sul (Fetraf-Sul), em Erechim, no Rio Grande do Sul.
Na mesa de abertura, a presença de representantes dos movimentos sociais, cooperativas habitacionais, bancos públicos, delegações internacionais, parlamentares e prefeitos da região demonstravam a importância dos agricultores familiares para o Brasil.
Coordenador geral do encontro, Marcos Rochinski, resgatou a importância do processo democrático na construção do evento. ?Foram mais de três mil debates reunindo cerca de 50 mil trabalhadores comprometidos em dar um novo rumo ao desenvolvimento do País. Os companheiros que deixaram suas propriedades por três dias para participar desse congresso sabem que estão trabalhando coletivamente para melhorar as condições de milhões de famílias no território brasileiro.?
Ele destacou ainda o motivo da agricultura familiar ser o único modelo capaz de produzir alimento de forma sustentável. ?Ao contrário dos agroindustriais, vivemos onde trabalhamos e por isso precisamos de um ambiente preservado?, comentou.
CUT presente na caminhada ? Secretária Nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, falou sobre a atuação da central na conquista de benefícios para todos os trabalhadores, inclusive rurais. ?Surgimos como uma forma de dizer que o sindicalismo deveria unir o enfrentamento com a negociação e a mobilização. Quando o trabalhador recebe o 13º salário, férias remuneradas, quando o agricultor tem acesso ao Pronaf (Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar) ele deve saber que tudo isso foi fruto da mobilização da classe trabalhadora, com a CUT e sindicatos cutistas à frente dessa mobilização.?
O Brasil escolheu os brasileiros
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) apontou que a parceria do governo federal com a agricultura familiar fez com que o segmento se transformasse em prioridade estratégica para o desenvolvimento do País. ?Elevamos o valor do Pronaf de dois para 15 bilhões, conquistamos o seguro rural, implementamos um programa de aquisição de alimentos e investimos na criação de escolas técnicas próximas aos trabalhadores rurais, ações que só foram possíveis porque o povo brasileiro teve coragem de dizer que ia arregaçar as mangas e governar o Brasil.?
Em compensação, o representante do Movimento dos Sem Terra e da Via Campesina, Isaias Vedovatto, deixou claro que o caminho para a democratização inclui diversos obstáculos. ?Há um processo de criminalização dos movimentos sociais que é orquestrado e inclui setores do Judiciário, do Ministério Público e do governo. Um exemplo é o que acontece na cidade de São Gabriel, onde o prefeito é contra a reforma agrária, defende o agronegócio e proibiu as escolas itinerantes, prejudicando mais de 400 filhos de assentados. O governo gaúcho não tem dialogado conosco e isso deixa a certeza de que não é esse o futuro que queremos para o nosso Estado.?
Prefeito de Erechim, Paulo Polis (PT), mostrou como o poder público deve atuar. ?Fomos o primeiro município a fechar um acordo com o ministério da Educação e levar às escolas os produtos da agricultura familiar. Mais do que produzir, queremos levar os alimentos às mesas das crianças. Se conseguimos melhorar a distribuição de renda foi por conta das políticas públicas adotadas nos últimos anos?, defende.
Uma mesa para todos
Ex-ministro da Justiça, Tarso Genro usou uma metáfora para demonstrar a inversão no processo democrático comandada pela presidente Lula. ?Havia uma grande mesa em os trabalhadores, agricultores, camponeses, aqueles que estavam na base da pirâmide social, tinham uma cadeira bem baixinha e não podiam enxergar o que estava sobre a mesa do capital, ao contrário dos grande banqueiros, dos grandes indústrias, no topo, que viam de forma muito alta. O presidente Lula deu uma cadeira igual para todos sentarem em torno da mesa democrática com capacidade política de pressão e organização.?
Por fim, após pedir uma salva de palmas a todas as agricultoras como forma de homenagear o mês das mulheres, o coordenador geral da Fetraf-Sul, Altemir Tortorelli, disse a todas as pessoas com menos de 30 anos que se dirigissem para a frente do palco. Ao ser atendido por boa parte do plenário parabenizou a ?multidão de jovens que acreditam na agricultura familiar e dará continuidade à nossa luta.?
O dirigente lembrou ainda dos avanços conquistados nos últimos três anos, mas salientou que cada passo foi resultado de muita luta. ?Não fosse a nossa capacidade de negociar, não teríamos avançado na assistência técnica, nos programas nacionais de habitação baseados em nossas experiências de cooperativa, no Mais Alimento e na Lei da alimentação escolar ? que leva às merendas produtos da agricultura familiar. Nosso desafio é aprofundar a organização para que os mais de 20 milhões de agricultores no Brasil possam ter acesso às nossas vitórias?, afirma.