Contraf Brasil traz a saúde do homem do campo para o debate do Novembro Azul

Para o coordenador Elvio Motta, a política nacional de saúde precisa olhar para a diversidade socioeconômica e cultural da sociedade

Escrito por: Patrícia Costa - assessoria de comunicação da Contraf Brasil • Publicado em: 20/11/2018 - 12:25 • Última modificação: 20/11/2018 - 22:18 Escrito por: Patrícia Costa - assessoria de comunicação da Contraf Brasil Publicado em: 20/11/2018 - 12:25 Última modificação: 20/11/2018 - 22:18

Patrícia Costa Contraf Brasil, representada pelo coordenador Elvio Motta

A Contraf Brasil, representada pelo coordenador Elvio Motta, participou do IV Fórum Ser Homem no Brasil, em Brasília, promovido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. A organização, é a idealizadora do ‘Novembro Azul’, campanha nacional para aumentar a conscientização sobre os tumores masculinos, como próstata, testículos e pênis.

- Veja um trecho da palestra no final da matéria

Com a preocupação não apenas com dos tumores masculinos, mas sim, com a saúde do homem de forma integral, o debate no Fórum abordou o tema ‘Discutindo Políticas Públicas para a Saúde do Homem’, no auditório do Instituto Serzedello Corrêa, do Tribunal de Contas da União.

Para Elvio Motta, as políticas de saúde precisam olhar para a diversidade sócioeconômica e cultural da sociedade brasileira. “Você tem homens nas zonas urbanas e rurais, e quando olha para esse conjunto existe uma dimensão de outras diversidades” e acrescenta, “o que é o cuidar da saúde para o homem negro, o que é o cuidar da saúde do homem não negro, do indígena, ou aquele da comunidade tradicional de quilombo, do homem que passa maior parte do tempo na boleia de um caminhão e o que é cuidar da saúde do homem quando se olha para o agricultor familiar que tem nas suas mãos a capacidade de produzir o remédio ou o veneno?. Somos resultado do que a boca come, porque vivemos em um país em que usamos oito agrotóxicos que são proibidos no mundo. Digo isso, porque sou agricultor familiar e hoje estamos plantando mais veneno do que comida”, abriu o debate.

O debate trouxe as dificuldades de se mapear a realidade e a cultura do homem, como também a falta de conhecimento de quem é o homem brasileiro, em termos de saúde.

Pensamos pouco em saúde e se formos nos territórios da floresta, das águas, ou de agricultores familiares, é muito comum o cuidado da saúde ser relegado as mulheres. Isso é muito cultural no campo. Os homens pouco falam em saúde e pouco se preocupam. Existe uma tendência de que cuidar da saúde da família é extremamente uma tarefa feminina. Penso neste debate, quando olhamos para estes territórios rurais é preciso que ele seja ampliado, principalmente, na perspectiva da política nacional”, comenta o coordenador.

A iniciativa do instituto inclui a preocupação com os temas desde o primeiro atendimento em uma unidade básica de saúde, passando pela detecção precoce das doenças, orientações sobre as doenças crônicas e fatores de risco importantes, serviços de média e alta complexidade para o tratamento das doenças até a fase de sobreviventes, que são aqueles pacientes que já superaram um câncer, por exemplo, e necessitam de cuidados para prosseguirem sua jornada de vida.

 

Título: Contraf Brasil traz a saúde do homem do campo para o debate do Novembro Azul, Conteúdo: A Contraf Brasil, representada pelo coordenador Elvio Motta, participou do IV Fórum Ser Homem no Brasil, em Brasília, promovido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. A organização, é a idealizadora do ‘Novembro Azul’, campanha nacional para aumentar a conscientização sobre os tumores masculinos, como próstata, testículos e pênis. - Veja um trecho da palestra no final da matéria Com a preocupação não apenas com dos tumores masculinos, mas sim, com a saúde do homem de forma integral, o debate no Fórum abordou o tema ‘Discutindo Políticas Públicas para a Saúde do Homem’, no auditório do Instituto Serzedello Corrêa, do Tribunal de Contas da União. Para Elvio Motta, as políticas de saúde precisam olhar para a diversidade sócioeconômica e cultural da sociedade brasileira. “Você tem homens nas zonas urbanas e rurais, e quando olha para esse conjunto existe uma dimensão de outras diversidades” e acrescenta, “o que é o cuidar da saúde para o homem negro, o que é o cuidar da saúde do homem não negro, do indígena, ou aquele da comunidade tradicional de quilombo, do homem que passa maior parte do tempo na boleia de um caminhão e o que é cuidar da saúde do homem quando se olha para o agricultor familiar que tem nas suas mãos a capacidade de produzir o remédio ou o veneno?. Somos resultado do que a boca come, porque vivemos em um país em que usamos oito agrotóxicos que são proibidos no mundo. Digo isso, porque sou agricultor familiar e hoje estamos plantando mais veneno do que comida”, abriu o debate. O debate trouxe as dificuldades de se mapear a realidade e a cultura do homem, como também a falta de conhecimento de quem é o homem brasileiro, em termos de saúde. Pensamos pouco em saúde e se formos nos territórios da floresta, das águas, ou de agricultores familiares, é muito comum o cuidado da saúde ser relegado as mulheres. Isso é muito cultural no campo. Os homens pouco falam em saúde e pouco se preocupam. Existe uma tendência de que cuidar da saúde da família é extremamente uma tarefa feminina. Penso neste debate, quando olhamos para estes territórios rurais é preciso que ele seja ampliado, principalmente, na perspectiva da política nacional”, comenta o coordenador. A iniciativa do instituto inclui a preocupação com os temas desde o primeiro atendimento em uma unidade básica de saúde, passando pela detecção precoce das doenças, orientações sobre as doenças crônicas e fatores de risco importantes, serviços de média e alta complexidade para o tratamento das doenças até a fase de sobreviventes, que são aqueles pacientes que já superaram um câncer, por exemplo, e necessitam de cuidados para prosseguirem sua jornada de vida.  



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