Título: Contraf Brasil participa da 31ª Reunião da Reaf que discute acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia, Conteúdo: A Contraf Brasil participa da 31ª Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (Reaf) dos países do Mercosul, sob presidência pro-tempore do Brasil. O encontro acontece até esta sexta-feira (1º), em Chapecó, Santa Catarina, estado que abriga importantes complexos agroindustriais de suínos, aves e leite, com predomínio da agricultura familiar. Para o coordenador Geral da Contraf Brasil, Marcos Rochinski, a reunião é um espaço importante, no ponto de vista da Agricultura Familiar, por ser um lugar de debate entre gestores públicos e diversas autoridades que representam os setores fundamentais para o desenvolvimento rural e de organizações sindicais e sociais. Participamos deste espaço de construção política e social desde o início dos primeiros trabalhos. Hoje discutimos o impacto do acordo gestado entre União Europeia e Mercosul. A partir desta análise, teremos o mapeamento do que ele vai significar em resultados para a Agricultura Familiar no âmbito do Mercosul. Criada em 2004 com o objetivo de fortalecer as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, a Reaf ocorre semestralmente e destaca nesta edição as possibilidades que o acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia apresentam para os pequenos produtores. O acordo prevê que, na União Europeia, 82% do comércio terá livre acesso em até 10 anos e o acesso parcial atinge 99% das nossas exportações brasileiras (carnes, açúcar, etanol). Já o Mercosul terá 96% do comércio livre em 15 anos. No Brasil, a agricultura familiar corresponde a 77% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros, segundo o IBGE. O setor é responsável por 23% do valor total da produção dos estabelecimentos agropecuários e ocupa o mesmo percentual da área de produção do país, alcançando a extensão de 80,9 milhões de hectares. No evento a delegação brasileira deve apresentar as principais cadeias produtivas que podem ser beneficiadas com o acordo entre os blocos e os setores que precisam ser fortalecidos com inovação, assistência técnica, apoio financeiro e outras ferramentas para terem condições de acesso a novos mercados, entre outros pontos. Enquanto entidade representativa da Agricultura Familiar, nós da Contraf Brasil, avaliamos que é necessário acompanhar de perto esse acordo para que ele represente mais oportunidades do que problemas para o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras da Agricultura Familiar. Nosso papel é proteger as políticas públicas que garantem nossa produção e comercialização da Agricultura Familiar, como também ampliar essa capacidade com a valorização dos produtos de origem específicos dos povos do Campo, da Floresta e das Águas.