Com queda de quase 10% no trimestre, PIB tem seu pior resultado histórico
Retração de 9,7% no segundo trimestre e de 11,4% em relação a 2019 foi a mais intensa da s
Escrito por: Escrito por: Vitor Nuzzi, da RBA • Publicado em: 01/09/2020 - 17:45 • Última modificação: 01/09/2020 - 17:48 Escrito por: Escrito por: Vitor Nuzzi, da RBA Publicado em: 01/09/2020 - 17:45 Última modificação: 01/09/2020 - 17:48O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 9,7% do primeiro para o segundo trimestre. Na comparação com igual período de 2019, a queda foi de 11,4%. Nos dois casos, foram as retrações mais intensas da série histórica, iniciada em 1996, segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã desta terça (1º). No semestre, tombo de 5,9%. No primeiro trimestre, em relação ao último de 2019, o PIB já havia caído 2,5%.
A atividade econômica, que já vinha mal das pernas, piorou bastante com a pandemia. Entre os setores, também do primeiro para o segundo trimestre, a indústria caiu 12,3% e os serviços, 9,7%. A agropecuária teve leve variação positiva, de 0,4%.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,653 trilhão. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), um indicador de investimento, caiu 15,4% no segundo trimestre. O consumo das famílias teve queda de 12,5% e o do governo, de 8,8%. A taxa de investimento recuou para 15% do PIB e a taxa de poupança subiu para 15,5%.%.
Safra segura
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a agropecuária também cresceu (1,2%), “o que pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela produtividade”. Já a indústria caiu 12,7%. E a indústria de transformação, especificamente, recuou 20%, mais um recorde negativo, com influência dos setores automobilístico, de máquinas e equipamentos, têxtil e de vestuário, entre outros. Na construção, queda de 11,1%, “corroborada pela redução da ocupação e da produção de seus insumos”.
Já os serviços caíram 11,2%, também a maior queda da série histórica. O consumo das famílias sofreu retração de 13,5%. “O índice pode ser explicado pelo isolamento social no país, proibição de funcionamento de algumas atividades especialmente de serviços prestados às famílias, além queda da massa de salarial no país no segundo trimestre”, aponta o IBGE.
A FBCF recuou 15,2%. “A queda é justificada pelos resultados negativos registrados tanto na produção interna de bens de capital quanto na construção”, diz o instituto. E o consumo do governo caiu 8,6%. Exportações cresceram 0,5%, importações encolheram 14,9%.
Resultado acumulado
No acumulado em quatro trimestres, até junho, o PIB cai 2,2% em relação ao período imediatamente anterior. Quedas de 2,5% na indústria e de 2,2% nos serviços e alta de 1,5% na agropecuária.
O tombo no semestre foi de 5,9%, mesma taxa do setor de serviços. A indústria caiu 6,5% nos seis primeiros meses de 2020, enquanto a agropecuária tem alta de 1,6%.