Ciclo de Debates da Contraf-Brasil Mapeia Desafios da Juventude Rural e Exige Políticas de Permanência no Território.
Escrito por: Letícia Lima • Publicado em: 25/11/2025 - 17:40 Escrito por: Letícia Lima Publicado em: 25/11/2025 - 17:40
Contraf Brasil Arquivo Pessoal
O ciclo de debates da Contraf-Brasil avançou, no dia trinta de outubro, com o tema Sucessão e Permanência da Juventude no Campo. As lideranças reforçaram que o principal desafio para manter jovens no território rural é garantir condições reais de vida, trabalho, estudo e participação política, articuladas a políticas que dialoguem com as novas realidades da juventude.
Cosmerinda destacou que os jovens rurais de hoje enfrentam outro contexto social, marcado pela busca por sustentabilidade, educação e sobrevivência no próprio território. Em sua fala, afirmou que “a juventude precisa pensar no seu contexto de vida, desde o processo educacional até a sua sustentabilidade para conseguir sobreviver na sua comunidade”.
Ela também pediu que o movimento supere estigmas culturais sobre os jovens, dizendo que “a gente precisa fazer com que esse preconceito com a identidade da juventude ande de fato quebrado”.
O debate ressaltou ainda a necessidade de fortalecer a formação política desde a base, integrando escolas, sindicatos e movimentos sociais. Lideranças defenderam a criação de um programa nacional de formação técnica e política, maior presença dos jovens nos espaços decisórios e a institucionalização de um setor permanente de juventude dentro da Contraf.
Houve apontamentos sobre o bloqueio geracional dentro dos sindicatos, com a lembrança de que ainda falta abertura para que novos quadros assumam funções de direção.
Outro ponto central foi o êxodo juvenil, impulsionado pela falta de emprego, lazer, acesso à terra, internet e oportunidades locais. Propostas incluíram ampliar o crédito fundiário para jovens, revisar políticas como o PNCF, criar redes inter-regionais de juventude e fortalecer ações que integrem tecnologia, meio ambiente e agroecologia, temas vistos como mais atrativos às novas gerações.
O encontro também valorizou iniciativas de formação híbrida, presencial e online, além de destacar experiências positivas em cursos de agroecologia que permitem ao jovem estudar sem deixar sua comunidade.
