Agricultura Familiar já está em Jornada de Lutas, dizem as lideranças dos estados

Os representantes da Agricultura Familiar estão reunidos em Brasília para deliberar mais estratégias de luta contra as reformas trabalhista, previdenciária e MP 759 que muda lei da reforma agrária

Escrito por: Assessoria de Comunicação da CONTRAF BRASIL • Publicado em: 09/05/2017 - 10:18 Escrito por: Assessoria de Comunicação da CONTRAF BRASIL Publicado em: 09/05/2017 - 10:18

Lideranças da Agricultura Familiar dos estados brasileiros estão reunidos em Brasília para definir metas e avançar nas políticas de reforma agrária do país. O encontro que acontece entre os dias 8 a 10 de maio vai discute as próximas mobilizações que devem ocorrer com a Jornada de Lutas da Agricultura Familiar do Brasil.

Entre os objetivos está o enfrentamento às reformas da previdência, trabalhista e a medida provisória que regulariza a grilagem de terras. Os projetos tramitam em caráter de urgência no Congresso Nacional e ameaçam as políticas de avanço social, como também políticas de desenvolvimento para o campo.

No primeiro dia, as lideranças aproveitaram o momento para fazer uma reflexão das mobilizações que ocorreram desde o início do ano. As Fetrafs estiveram presente em três grandes manifestações sendo elas, a largada principal, no dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher; Dia 15 de março – Dia Paralisação Nacional com os movimentos dos professores e o dia 28 de abril – Greve Geral, que conseguiu reunir em todo o Brasil, mais de 40 milhões de pessoas.

Para as lideranças, o Brasil vive um estado de exceção. “Os impactos sociais das propostas do Governo serão de extrema violência, desigualdade social e marginalização dos mais vulneráveis, caso a bancada governista aprove as reformas trabalhista, previdenciária e a regularização da grilagem de terras”, alerta Elisângela Araújo, coordenadora de educação e formação da CONTRAF BRASIL e diretora executiva da CUT Nacional.

Representando o Maranhão, Graça Amorim, coordenadora de mulheres da CONTRAF BRASIL, diz que hoje não há mais espaço de participação social. “Não há mais diálogo entre governo e sociedade civil e com poder nas mãos, o Governo cria do dia para a noite emendas para retirar cada vez mais nossos direitos”.

Na reunião, as representações dos estados contribuíram com informes que demonstram o atual cenário político nos pequenos municípios. “Nosso problema de titularização de terras no Piauí é grave. Vamos voltar aos tempos do grande latifúndio”, diz Washington Leite, da coordenação da Fetraf Piauí.  

Também no Nordeste, o coordenador da Fetraf de Pernambuco João Santos, enfatizou que a adesão aos movimentos tem sido positiva, porém ainda não trouxe resultados efetivos. “Estamos arduamente mantendo as mobilizações, mas creio que é preciso usar uma estratégia mais forte para barras as reformas de retrocesso em defesa dos nossos direitos, pois eles continuam sendo aprovados pelas comissões na Câmara e no Senado”.

No Pará, a violência e assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, agricultores e agricultoras familiares tem aumentado nos últimos meses. “Mal começamos o ano e já tivemos quase 20 assassinatos bárbaros. O INCRA, a Justiça, o Governo, deputados, senadores, e todo o poder público sabe da nossa situação. Convivemos com o medo e ameaças constante de morte. A MP 759 que muda a lei da reforma agrária vai trazer mais tragédia para nosso povo”, diz Viviane Oliveira, coordenadora de meio ambiente da CONTRAF BARSIL e coordenadora da Fetraf Pará.

O coordenador de habitação da Fetraf do Rio Grande do Norte, Raimundo Canuto, destaca que neste processo de enfrentamento político a formação sindical é essencial. “Não adianta apenas estarmos nas ruas, a educação das nossas bases é que irão sustentar nossas lutas e nos fortalecer enquanto organização”.

No Rio Grande do Sul, a Fetraf usou estratégias de denúncia dos deputados que estão a favor das medidas que retiram o direito dos trabalhadores. “Tentamos fazer um processo de conscientização e precisamos fazer pressão nas bases destes deputados, afinal nós elegemos. O poder do nosso voto ainda é forte e podemos usá-lo contra estas medidas”, pontua Cleonice Back.

Ainda, da região sul, o coordenador da Fetraf de Santa Catarina, Jandir Selzler acrescentou, “quando os trabalhadores querem se organizar superam as dificuldades. Se não formos às ruas agora, os resultados serão ainda piores”.

A Fetraf de Minas Gerais, estado com maior número de municípios no país, acompanhou todas as grandes mobilizações com a participação de quase todos as cidades. “Nos três maiores momentos de protestos fizemos três grandes atos com trancamento de rodovias e ocupações. Chegamos a 80 mil pessoas nas ruas. Falamos que Quem Luta Educa”, diz Juseleno Anacleto, coordenador da Fetraf de Minas Gerais.

Em Goiás o coordenador da Fetraf Goiás, Antônio Pereira, mais conhecido por Caiapônia, avisou que o estado está com todas as políticas agrárias suspensas. “O governo aprovou a PEC da Morte com o corte de investimentos na educação, saúde e com ela veio também os cortes na política de desenvolvimento da Agricultura Familiar”, lembrou.

Em Brasília, a situação não tem sido diferente, alertou o coordenador da Fetraf DFE, Anaildo Porfírio. “O INCRA está sucateado e nossas reivindicações tem ficado na gaveta”.

No balanço das mobilizações, os representantes se comprometeram em continuar as ações de enfrentamento nas bases. Para eles, de forma unânime, a CONTRAF BRASIL, as Fetrafs e Sintrafs já estão em plena Jornada, que somam nas grandes ações contra as medidas da bancada governista no Congresso. 

Veja fotos do primeiro dia de reunião AQUI

Título: Agricultura Familiar já está em Jornada de Lutas, dizem as lideranças dos estados, Conteúdo: Lideranças da Agricultura Familiar dos estados brasileiros estão reunidos em Brasília para definir metas e avançar nas políticas de reforma agrária do país. O encontro que acontece entre os dias 8 a 10 de maio vai discute as próximas mobilizações que devem ocorrer com a Jornada de Lutas da Agricultura Familiar do Brasil. Entre os objetivos está o enfrentamento às reformas da previdência, trabalhista e a medida provisória que regulariza a grilagem de terras. Os projetos tramitam em caráter de urgência no Congresso Nacional e ameaçam as políticas de avanço social, como também políticas de desenvolvimento para o campo. No primeiro dia, as lideranças aproveitaram o momento para fazer uma reflexão das mobilizações que ocorreram desde o início do ano. As Fetrafs estiveram presente em três grandes manifestações sendo elas, a largada principal, no dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher; Dia 15 de março – Dia Paralisação Nacional com os movimentos dos professores e o dia 28 de abril – Greve Geral, que conseguiu reunir em todo o Brasil, mais de 40 milhões de pessoas. Para as lideranças, o Brasil vive um estado de exceção. “Os impactos sociais das propostas do Governo serão de extrema violência, desigualdade social e marginalização dos mais vulneráveis, caso a bancada governista aprove as reformas trabalhista, previdenciária e a regularização da grilagem de terras”, alerta Elisângela Araújo, coordenadora de educação e formação da CONTRAF BRASIL e diretora executiva da CUT Nacional. Representando o Maranhão, Graça Amorim, coordenadora de mulheres da CONTRAF BRASIL, diz que hoje não há mais espaço de participação social. “Não há mais diálogo entre governo e sociedade civil e com poder nas mãos, o Governo cria do dia para a noite emendas para retirar cada vez mais nossos direitos”. Na reunião, as representações dos estados contribuíram com informes que demonstram o atual cenário político nos pequenos municípios. “Nosso problema de titularização de terras no Piauí é grave. Vamos voltar aos tempos do grande latifúndio”, diz Washington Leite, da coordenação da Fetraf Piauí.   Também no Nordeste, o coordenador da Fetraf de Pernambuco João Santos, enfatizou que a adesão aos movimentos tem sido positiva, porém ainda não trouxe resultados efetivos. “Estamos arduamente mantendo as mobilizações, mas creio que é preciso usar uma estratégia mais forte para barras as reformas de retrocesso em defesa dos nossos direitos, pois eles continuam sendo aprovados pelas comissões na Câmara e no Senado”. No Pará, a violência e assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, agricultores e agricultoras familiares tem aumentado nos últimos meses. “Mal começamos o ano e já tivemos quase 20 assassinatos bárbaros. O INCRA, a Justiça, o Governo, deputados, senadores, e todo o poder público sabe da nossa situação. Convivemos com o medo e ameaças constante de morte. A MP 759 que muda a lei da reforma agrária vai trazer mais tragédia para nosso povo”, diz Viviane Oliveira, coordenadora de meio ambiente da CONTRAF BARSIL e coordenadora da Fetraf Pará. O coordenador de habitação da Fetraf do Rio Grande do Norte, Raimundo Canuto, destaca que neste processo de enfrentamento político a formação sindical é essencial. “Não adianta apenas estarmos nas ruas, a educação das nossas bases é que irão sustentar nossas lutas e nos fortalecer enquanto organização”. No Rio Grande do Sul, a Fetraf usou estratégias de denúncia dos deputados que estão a favor das medidas que retiram o direito dos trabalhadores. “Tentamos fazer um processo de conscientização e precisamos fazer pressão nas bases destes deputados, afinal nós elegemos. O poder do nosso voto ainda é forte e podemos usá-lo contra estas medidas”, pontua Cleonice Back. Ainda, da região sul, o coordenador da Fetraf de Santa Catarina, Jandir Selzler acrescentou, “quando os trabalhadores querem se organizar superam as dificuldades. Se não formos às ruas agora, os resultados serão ainda piores”. A Fetraf de Minas Gerais, estado com maior número de municípios no país, acompanhou todas as grandes mobilizações com a participação de quase todos as cidades. “Nos três maiores momentos de protestos fizemos três grandes atos com trancamento de rodovias e ocupações. Chegamos a 80 mil pessoas nas ruas. Falamos que Quem Luta Educa”, diz Juseleno Anacleto, coordenador da Fetraf de Minas Gerais. Em Goiás o coordenador da Fetraf Goiás, Antônio Pereira, mais conhecido por Caiapônia, avisou que o estado está com todas as políticas agrárias suspensas. “O governo aprovou a PEC da Morte com o corte de investimentos na educação, saúde e com ela veio também os cortes na política de desenvolvimento da Agricultura Familiar”, lembrou. Em Brasília, a situação não tem sido diferente, alertou o coordenador da Fetraf DFE, Anaildo Porfírio. “O INCRA está sucateado e nossas reivindicações tem ficado na gaveta”. No balanço das mobilizações, os representantes se comprometeram em continuar as ações de enfrentamento nas bases. Para eles, de forma unânime, a CONTRAF BRASIL, as Fetrafs e Sintrafs já estão em plena Jornada, que somam nas grandes ações contra as medidas da bancada governista no Congresso.  Veja fotos do primeiro dia de reunião AQUI



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