Para Lula, trabalho da FETRAF-BRASIL

Escrito por: FETRAF • Publicado em: 27/07/2010 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 27/07/2010 - 00:00


Por Fernanda Silva
Fotos: Claudio Zacchino

Foi em solo nordestino que a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar do Brasil (FETRAF-BRASIL) realizou o II Encontro Nacional da Agricultura Familiar com a presença do presidente da República Luís Inácio Lula da Silva e, mais de cinco mil trabalhadores do campo de 19 estados do país. A ocasião representou momento histórico para a entidade que demarcou as bandeiras de luta, os avanços conquistados pela categoria, assim como os desafios a serem superados.

Em sua fala, o presidente lembrou os primeiros passos para surgimento da FETRAF-BRASIL que no início atuava apenas em Erechim e alguns estados do Paraná e a relação com a entidade. ?No começo ela era como o Pronaf, só funcionava nos estados mais organizados. Hoje, ver pessoas de 19 estados do país é um feito extraordinário. Em nenhum momento vocês deixaram de reivindicar, mesmo quando nos cobravam e eram duros nisso, mesmo assim sempre foram parceiros. A agricultura familiar deu certo?. Embora tenha declarado ter ainda vários ?sonhos? para a categoria, o presidente disse ter sido ?a grande conquista do nosso governo a relação que estabelecemos com os movimentos sociais e a FETRAF-BRASIL?.

Lula fez ainda um breve resgate sobre os avanços do governo para que ?diminuísse as letras, baixasse os juros e aumentasse o dinheiro?, referindo-se à política de simplificar, por exemplo, as regras do Pronaf.

?Quando assumi o governo, o Brasil só tinha R$ 380 bi de crédito disponíveis, hoje, R$ 1 trilhão e 500 bi. Nós aprendemos, saímos de R$2 bi e 400 mil de Pronaf para R$ 16 bi. E preciso que se diga que para quem quiser que há crédito para ajudar os pequenos a se tornarem um pouco maior. Criamos o Luz Para Todos, em 2005, que já atendeu mais de 2 milhões de casas a maioria no campo. Nós trouxemos 2 milhões e 400 mil pessoas do século XVIII para o século XXI, apagando cada candieiro?. Ainda segundo o presidente, o Brasil aprendeu e mostrou que só precisa de oportunidade, pois ?com ela sabemos trabalhar com dignidade?.

Sendo o primeiro a sair e entrar na maior crise financeira mundial, Lula atentou para a atual situação em que o Brasil passou de devedor à credor do Fundo Monetário Internacional (FMI), o qual nos deve hoje US$ 14 bi. ?O país quebrou três vezes na crise da Rússia, México e Malásia, mas na maior do mundo, como eu apelidei, foi uma marolinha. A Europa, teve 16 milhões de demissões de trabalhadores, nós, de janeiro a junho, já criamos quase 1 milhão e 500 mil empregos formais. Enquanto as pessoas diziam que não podíamos aumentar o salário mínimo porque a inflação subiria e previdência quebraria, eu já falava, é melhor quebrar a previdência do que ter um cidadão morrendo de fome nesse país?, disse orgulhoso.

Em discurso, Elisângela Araújo, trabalhadora no corte do sisal no nordeste, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, levantou as políticas públicas implantadas que valorizaram a atividade da agricultura familiar, assim como reconheceram seu potencial produtivo e ativo economicamente.

?O Pronaf, crédito fundiário e solidário, seguro agrícola, o programa de habitação, Luz Para Todos, as políticas de desenvolvimento territorial, Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), assim como a produção nos assentamentos da reforma agrária, são conquistas importantes que tivemos e mostram que a agricultura familiar tem capacidade, está com vontade de transformar e que a reforma agrária é viável nesse país?.

Referindo-se aos desafios que a Federação, como entidade representativa da categoria enfrenta, Elisângela falou sobre a importância de melhor funcionamento do Mais Ambiente e da reestruturação da previdência para o segurado especial fortalecendo as secretarias dentro do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

?Precisamos avançar e isso consiste em disputar e implementar outro modelo de desenvolvimento com sustentabilidade social, econômica e ambiental, efetivando a reforma agrária, instituindo modelo de produção com princípios agroecológicos garantindo a preservação do meio ambiente, garantia de preço para os produtos da agricultura familiar e possibilitando a industrialização dos produtos. Com a capacidade organizativa da nossa FETRAF e a unidade com outras entidades, somos fortes para construir cada vez mais um Brasil rural melhor?, terminou emocionada.

Evolução

Luiz Dulci, ministro da Secretaria Geral da presidência, abordou a evolução da FETRAF-BRASIL que, ao longo dos anos, ampliou a participação em diversos setores para melhoria da qualidade de vida da categoria e aprimorou a pauta de reivindicação. Dulci ressaltou a participação dos movimentos populares, Centrais sindicais, organização de mulheres, de igualdade racial, entre outras, que contribuíram para os avanços na sociedade brasileira e na agricultura familiar.

?A FETRAF participou junto ao ministério da educação da expansão das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), agora, que discutimos a ampliação do conjunto do MERCOSUL, para que ele não seja apenas um simples mercado, mas desenvolva também o estado social, a FETRAF atua na discussão. Na luta pela Lei Maria da Penha, participou ativamente e inovou o sindicalismo brasileiro com a criação da secretaria da juventude?. Ainda segundo o ministro, ?foi uma honra política e enorme prazer ter convivido com a militância e dirigentes, a FETRAF é legítima, autêntica com raízes profundas no mundo rural?.

Já Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), parabenizou a entidade pela combatividade e ressaltou que os oito anos de parceria foram de aprendizado. ?Aprendemos muito nesse tempo, mesmo com as divergências e em cada acordo feito foi permitido que o governo avançasse na Reforma Agrária e na agricultura familiar. Tivemos mudanças que geraram mais empregos e diminuíram as desigualdades sociais. Na Bahia, 1 milhão e 900 mil pessoas trabalham na agricultura familiar, contribuem com 44% da produção e tivemos o assentamento de 15 mil famílias nesse período. A agricultura familiar é produtiva e decisiva para o crescimento do país?, discursou Cassel.

Em exposição, Jaques Wagner, governador da Bahia foi enfático ao dizer que a agricultura familiar não é e ?não quer ser vista como coitadinha, mas sim ter investimento para que haja também a verticalização da produção por meio de agroindústrias, produção orgânica e com maior número de famílias assentadas?.

Também estiveram presentes no evento Rolf Hackbart, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), representantes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, Martiniano Costa, presidente da Central Unica dos Trabalhadores (CUT) Bahia, Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT, parlamentares e prefeitos.

Título: Para Lula, trabalho da FETRAF-BRASIL , Conteúdo: Por Fernanda SilvaFotos: Claudio Zacchino Foi em solo nordestino que a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar do Brasil (FETRAF-BRASIL) realizou o II Encontro Nacional da Agricultura Familiar com a presença do presidente da República Luís Inácio Lula da Silva e, mais de cinco mil trabalhadores do campo de 19 estados do país. A ocasião representou momento histórico para a entidade que demarcou as bandeiras de luta, os avanços conquistados pela categoria, assim como os desafios a serem superados. Em sua fala, o presidente lembrou os primeiros passos para surgimento da FETRAF-BRASIL que no início atuava apenas em Erechim e alguns estados do Paraná e a relação com a entidade. ?No começo ela era como o Pronaf, só funcionava nos estados mais organizados. Hoje, ver pessoas de 19 estados do país é um feito extraordinário. Em nenhum momento vocês deixaram de reivindicar, mesmo quando nos cobravam e eram duros nisso, mesmo assim sempre foram parceiros. A agricultura familiar deu certo?. Embora tenha declarado ter ainda vários ?sonhos? para a categoria, o presidente disse ter sido ?a grande conquista do nosso governo a relação que estabelecemos com os movimentos sociais e a FETRAF-BRASIL?. Lula fez ainda um breve resgate sobre os avanços do governo para que ?diminuísse as letras, baixasse os juros e aumentasse o dinheiro?, referindo-se à política de simplificar, por exemplo, as regras do Pronaf. ?Quando assumi o governo, o Brasil só tinha R$ 380 bi de crédito disponíveis, hoje, R$ 1 trilhão e 500 bi. Nós aprendemos, saímos de R$2 bi e 400 mil de Pronaf para R$ 16 bi. E preciso que se diga que para quem quiser que há crédito para ajudar os pequenos a se tornarem um pouco maior. Criamos o Luz Para Todos, em 2005, que já atendeu mais de 2 milhões de casas a maioria no campo. Nós trouxemos 2 milhões e 400 mil pessoas do século XVIII para o século XXI, apagando cada candieiro?. Ainda segundo o presidente, o Brasil aprendeu e mostrou que só precisa de oportunidade, pois ?com ela sabemos trabalhar com dignidade?. Sendo o primeiro a sair e entrar na maior crise financeira mundial, Lula atentou para a atual situação em que o Brasil passou de devedor à credor do Fundo Monetário Internacional (FMI), o qual nos deve hoje US$ 14 bi. ?O país quebrou três vezes na crise da Rússia, México e Malásia, mas na maior do mundo, como eu apelidei, foi uma marolinha. A Europa, teve 16 milhões de demissões de trabalhadores, nós, de janeiro a junho, já criamos quase 1 milhão e 500 mil empregos formais. Enquanto as pessoas diziam que não podíamos aumentar o salário mínimo porque a inflação subiria e previdência quebraria, eu já falava, é melhor quebrar a previdência do que ter um cidadão morrendo de fome nesse país?, disse orgulhoso. Em discurso, Elisângela Araújo, trabalhadora no corte do sisal no nordeste, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, levantou as políticas públicas implantadas que valorizaram a atividade da agricultura familiar, assim como reconheceram seu potencial produtivo e ativo economicamente. ?O Pronaf, crédito fundiário e solidário, seguro agrícola, o programa de habitação, Luz Para Todos, as políticas de desenvolvimento territorial, Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), assim como a produção nos assentamentos da reforma agrária, são conquistas importantes que tivemos e mostram que a agricultura familiar tem capacidade, está com vontade de transformar e que a reforma agrária é viável nesse país?. Referindo-se aos desafios que a Federação, como entidade representativa da categoria enfrenta, Elisângela falou sobre a importância de melhor funcionamento do Mais Ambiente e da reestruturação da previdência para o segurado especial fortalecendo as secretarias dentro do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). ?Precisamos avançar e isso consiste em disputar e implementar outro modelo de desenvolvimento com sustentabilidade social, econômica e ambiental, efetivando a reforma agrária, instituindo modelo de produção com princípios agroecológicos garantindo a preservação do meio ambiente, garantia de preço para os produtos da agricultura familiar e possibilitando a industrialização dos produtos. Com a capacidade organizativa da nossa FETRAF e a unidade com outras entidades, somos fortes para construir cada vez mais um Brasil rural melhor?, terminou emocionada. Evolução Luiz Dulci, ministro da Secretaria Geral da presidência, abordou a evolução da FETRAF-BRASIL que, ao longo dos anos, ampliou a participação em diversos setores para melhoria da qualidade de vida da categoria e aprimorou a pauta de reivindicação. Dulci ressaltou a participação dos movimentos populares, Centrais sindicais, organização de mulheres, de igualdade racial, entre outras, que contribuíram para os avanços na sociedade brasileira e na agricultura familiar. ?A FETRAF participou junto ao ministério da educação da expansão das Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), agora, que discutimos a ampliação do conjunto do MERCOSUL, para que ele não seja apenas um simples mercado, mas desenvolva também o estado social, a FETRAF atua na discussão. Na luta pela Lei Maria da Penha, participou ativamente e inovou o sindicalismo brasileiro com a criação da secretaria da juventude?. Ainda segundo o ministro, ?foi uma honra política e enorme prazer ter convivido com a militância e dirigentes, a FETRAF é legítima, autêntica com raízes profundas no mundo rural?. Já Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), parabenizou a entidade pela combatividade e ressaltou que os oito anos de parceria foram de aprendizado. ?Aprendemos muito nesse tempo, mesmo com as divergências e em cada acordo feito foi permitido que o governo avançasse na Reforma Agrária e na agricultura familiar. Tivemos mudanças que geraram mais empregos e diminuíram as desigualdades sociais. Na Bahia, 1 milhão e 900 mil pessoas trabalham na agricultura familiar, contribuem com 44% da produção e tivemos o assentamento de 15 mil famílias nesse período. A agricultura familiar é produtiva e decisiva para o crescimento do país?, discursou Cassel. Em exposição, Jaques Wagner, governador da Bahia foi enfático ao dizer que a agricultura familiar não é e ?não quer ser vista como coitadinha, mas sim ter investimento para que haja também a verticalização da produção por meio de agroindústrias, produção orgânica e com maior número de famílias assentadas?. Também estiveram presentes no evento Rolf Hackbart, presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), representantes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, Martiniano Costa, presidente da Central Unica dos Trabalhadores (CUT) Bahia, Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT, parlamentares e prefeitos.



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