FETRAF-BRASIL no Encontro Unitário dos Trabalhadores

Homens e Mulheres do Campo e das Florestas se concentram em Brasília de 22 a 25 para fazer a defesa da terra, do território, da água e da luta pela Reforma Agrária

Escrito por: FETRAF • Publicado em: 20/08/2012 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 20/08/2012 - 00:00

Escrito por Fernanda Silva, de Brasília

Foto: Ruy Sposati

Cerca de cinco mil pessoas participam do Encontro Unitário dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo e das Florestas que ocorre na capital federal nesta segunda-feira (20), até a quarta (22). 

Com a realização de seminários e oficinas temáticas sobre agroecologia, sustentabilidade e organização social e produtiva da agricultura familiar e camponesa, educação no campo e políticas, juventude, soberania energética, reforma agrária, direito e acesso à terra e à água, os participantes terminarão a atividade com uma marcha rumo à Esplanada dos Ministérios que deverá reunir mais de 10 mil trabalhadores (as). 

Durante a coletiva de imprensa, que aconteceu minutos antes da abertura oficial do Encontro às 12h30, Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, falou sobre a concepção de desenvolvimento para a entidade e como ela deve ser pensada na lógica do governo. 

“Na nossa concepção o desenvolvimento é um conjunto de políticas que tenham o olhar para a diversidade desse país. Que pense as regiões de forma que as políticas não sejam apenas assistencialistas, mas que levem em conta o potencial produtivo, o acesso à terra, a reforma agrária, políticas agrícolas, de crédito e, para a juventude”, disse a coordenadora. 

De acordo com Elisângela, a agricultura familiar e camponesa já mostrou seu potencial produtivo, e vem mostrando cada vez mais a necessidade de produzir alimentos saudáveis. Mas para isso, é preciso um conjunto de investimentos que possibilitem além da condição de produzir.

Para a FETRAF-BRASIL, a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável passa pela erradicação da miséria e da exclusão social, com o fortalecimento da agricultura familiar, efetivação da reforma agrária, desenvolvimento de práticas agroecológicas de produção, políticas públicas para fixação da juventude e educação específica para os moradores do campo.

João Pedro Stedile, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) afirmou que o centro do novo modelo de produção é a utilização de recursos naturais voltado exclusivamente para a produção de alimentos.

“Para que não precisemos importar feijão preto da China e toneladas de fertilizantes”, exemplificou. Até abril deste ano, 44% das 78,2 mil toneladas de feijão-preto importado pelo País vieram da China. 

Unidade dos movimentos 

Os movimentos sociais do campo, da floresta têm lutado unitariamente para ampliar as conquistas dos direitos no que se refere à melhores condições de produção, proteção do meio ambiente. “A organização que realiza o Encontro tem feito o Brasil pensar. Ela representa efetivamente o recorte das políticas públicas que queremos”, disse Wilian Clemetino, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG). 

A meta do Brasil em combater à miséria e à fome depende das condições e da capacidade da agricultura familiar em ofertar os alimentos. Mas a população responsável por 70% dos alimentos consumidos no país concentra o mais alto nível de pobreza.

Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Censo 2010, dos 29,83 milhões de brasileiros que moram no campo, quase um em cada quatro vivem em extrema pobreza (25,5%).

Para Clementeo, isso caracteriza o Brasil como uma contradição. “Ele [o Brasil] expropria a população da beira dos rios e condena a pobreza”.

Com representações dos povos indígenas, Otoniel Ricardo Guarani, líder da etnia guarani-kaiowá de Caarapó e dos quilombos, Denildo Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação de Comunidade Negras Rurais Quilombolas (CONAQ BRASIL), também participaram da coletiva.

 

 

Título: FETRAF-BRASIL no Encontro Unitário dos Trabalhadores, Conteúdo: Escrito por Fernanda Silva, de Brasília Foto: Ruy Sposati Cerca de cinco mil pessoas participam do Encontro Unitário dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo e das Florestas que ocorre na capital federal nesta segunda-feira (20), até a quarta (22).  Com a realização de seminários e oficinas temáticas sobre agroecologia, sustentabilidade e organização social e produtiva da agricultura familiar e camponesa, educação no campo e políticas, juventude, soberania energética, reforma agrária, direito e acesso à terra e à água, os participantes terminarão a atividade com uma marcha rumo à Esplanada dos Ministérios que deverá reunir mais de 10 mil trabalhadores (as).  Durante a coletiva de imprensa, que aconteceu minutos antes da abertura oficial do Encontro às 12h30, Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, falou sobre a concepção de desenvolvimento para a entidade e como ela deve ser pensada na lógica do governo.  “Na nossa concepção o desenvolvimento é um conjunto de políticas que tenham o olhar para a diversidade desse país. Que pense as regiões de forma que as políticas não sejam apenas assistencialistas, mas que levem em conta o potencial produtivo, o acesso à terra, a reforma agrária, políticas agrícolas, de crédito e, para a juventude”, disse a coordenadora.  De acordo com Elisângela, a agricultura familiar e camponesa já mostrou seu potencial produtivo, e vem mostrando cada vez mais a necessidade de produzir alimentos saudáveis. Mas para isso, é preciso um conjunto de investimentos que possibilitem além da condição de produzir. Para a FETRAF-BRASIL, a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável passa pela erradicação da miséria e da exclusão social, com o fortalecimento da agricultura familiar, efetivação da reforma agrária, desenvolvimento de práticas agroecológicas de produção, políticas públicas para fixação da juventude e educação específica para os moradores do campo. João Pedro Stedile, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) afirmou que o centro do novo modelo de produção é a utilização de recursos naturais voltado exclusivamente para a produção de alimentos. “Para que não precisemos importar feijão preto da China e toneladas de fertilizantes”, exemplificou. Até abril deste ano, 44% das 78,2 mil toneladas de feijão-preto importado pelo País vieram da China.  Unidade dos movimentos  Os movimentos sociais do campo, da floresta têm lutado unitariamente para ampliar as conquistas dos direitos no que se refere à melhores condições de produção, proteção do meio ambiente. “A organização que realiza o Encontro tem feito o Brasil pensar. Ela representa efetivamente o recorte das políticas públicas que queremos”, disse Wilian Clemetino, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG).  A meta do Brasil em combater à miséria e à fome depende das condições e da capacidade da agricultura familiar em ofertar os alimentos. Mas a população responsável por 70% dos alimentos consumidos no país concentra o mais alto nível de pobreza. Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Censo 2010, dos 29,83 milhões de brasileiros que moram no campo, quase um em cada quatro vivem em extrema pobreza (25,5%). Para Clementeo, isso caracteriza o Brasil como uma contradição. “Ele [o Brasil] expropria a população da beira dos rios e condena a pobreza”. Com representações dos povos indígenas, Otoniel Ricardo Guarani, líder da etnia guarani-kaiowá de Caarapó e dos quilombos, Denildo Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação de Comunidade Negras Rurais Quilombolas (CONAQ BRASIL), também participaram da coletiva.    



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