Como parte do processo da construção e fortalecimento da unidade dos povos do campo, da floresta e das águas, os principais movimentos sociais do campo, da floresta e das águas estão reunidos no Seminário do Campo Unitário, que começa hoje (15) e segue até sexta-feira (17), na sede da CONTAG, em Brasília.
As organizações buscam discutir e definir estratégias de luta para o enfrentamento às medidas que estão sendo implementadas pelo governo ilegítimo de Michel Temer, que retira direitos dos (as) trabalhadores (as), desmonta a estrutura do Estado e pretende a entrega do Brasil ao grande capital nacional e internacional.
Como parte do Seminário, foi realizada na manhã de hoje uma análise da conjuntura pelo assessor da liderança no PT no Senado, Gilberto Carvalho, e pela vice-presidente da CUT, Carmen Foro. Para ambos, os principais desafios dos movimentos sociais são chegar até à base e efetivar a mobilização em cada município para barrar a agenda de retrocessos planejada por setores da economia que hoje controlam os poderes Executivo e grande parte do Legislativo e Judiciário. Além disso, Carvalho e Foro sublinharam a importância da unidade entre os movimentos para o enfrentamento aos ataques dos representantes do modelo neoliberal patriarcal, explorador, concentrador de renda.
A tarde os movimentos debateram sobre a PEC 287 – que trata da Reforma da Previdência Social, com o ex-ministro Carlos Gabas, que destacou ser uma proposta clara das intenções do Governo privatizar o serviço e sobretudo um ataque a rede de proteção social. Ele também falou que ao longo dos anos os movimentos defenderam que a previdência para o trabalhador rural não é uma assistência, pois ele contribui de forma diferenciada, ou seja, com 2,1% da comercialização da sua produção. Para o ministro, o sistema é eficaz e precisa ser fortalecido e não destruído.
Na mesa do debate sobre a previdência a coordenadora da secretaria geral da CONTRAF BRASIL, Josana Lima contribui com as proposições e lembrou que a mulher do campo no contexto da reforma da previdência é a mais penalizada, pois dentre as várias perdas de direitos ela terá 10 anos a mais na idade mínima para aposentadoria, sem falar no desamparo do salário maternidade por quase um ano.