DiaDaMulher: Mais de 100 mil agricultoras familiares lutam contra a reforma da previdência

09/03/2017 - 17:15

O dia 8 de março foi marcado por protestos em todo o país e as agricultoras familiares dizem que vão manter a resistência contra os retrocessos

O Dia Internacional da Mulher é uma data é histórica para o mundo inteiro e tornou-se um levante as questões sociais tais como a violência, a desigualdade social, o feminicídio entre outras. No Brasil, neste ano de 2017, os atos foram marcados pelos protestos contra a proposta da reforma da previdência PEC 287/16, que tramita no Congresso Nacional.
 
As agricultoras familiares do país, ligadas a CONTRAF BRASIL, FETRAFs e SINTRAFs, realizaram cerca de 150 atividades em todo o país no dia 8 de março, com a participação de 100 mil mulheres. Em todos os estados da federação as mulheres foram para as ruas em caminhadas, ocupações, seminários, debates e fizeram do 8 de Março, mais um dia de reconhecimento real de suas forças sociais e luta política.
 
 
“O caráter político do Dia Internacional da Mulher foi uma largada para as lutas contra a reforma da previdência”, avalia a coordenadora de Mulheres da CONTRAF BRASIL, Graça Amorim.
 
Segundo a coordenadora, as mulheres, especialmente as agricultoras familiares entenderam que é necessário a mobilização para que seus direitos sejam mantidos. A PEC 287 retira, por exemplo, o direito da mulher se aposentar aos 55 anos e aumenta 10 anos para ter acesso ao benefício, ou seja, só aos 65 anos poderá se aposentar. Outro agravante é referente aos benefícios de proteção social, pois no projeto não há uma regra de transição, logo os contribuintes ficarão impedidos de acessar por quase um ano o salário-maternidade, o auxílio-doença, auxílio-reclusão e aposentadoria por invalidez. 
 
“Nós agricultoras familiares queremos mostrar nossa indignação a esse governo ilegítimo, que em seu discurso mostrou a que veio. Ele reforçou o papel machista colocando a posição da mulher apenas como uma dona de casa. Com isso, temos a noção do quanto devemos lutar agora, nosso lugar em todos os lugares, na presidência, no parlamento, nas lideranças e tantos outros”, explica Graça. 
 
As manifestações são a forma de resistência dos movimentos e da sociedade aos retrocessos que atingem, de cheio, os direitos dos trabalhadores em geral, principalmente das mulheres que serão as mais prejudicadas com a PEC 287.
 
 A CONTRAF BRASIL, FETRAFs e SINTRAFs continuam mobilizados contra a reforma da previdência e reafirmam que a luta é permanente contra as medidas que retiram direitos conquistados.