Foi realizado em São Paulo na última quarta-feira, 14 de setembro, um evento com o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representantes de aproximadamente 900 cooperativas de todo o país, além da presença da coordenadora geral da
Contraf Brasil /CUT Josana Lima e o Coordenador de Política de Acesso à Terra, Organização da Produção, Meio Ambiente e Cooperativismo, Auri Júnior. No evento, a União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas) entregou a Lula a "Plataforma de ações estratégicas do cooperativismo solidário". O documento reúne propostas para a elaboração de um modelo econômico alternativo aos modelos de produção atuais, aplicando os princípios da economia solidária e do cooperativismo como estratégias de resolução para as questões relacionadas ao desemprego e à fome no país.
As lideranças presentes no evento, consideram que é muito importante a construção de um conjunto de políticas e programas que tenham como principal interesse a distribuição de riquezas, a valorização do ser humano e o respeito ao meio ambiente, tendo como pilar as cooperativas de agricultoras e agricultores familiares. A organização em cooperativas possibilita que a sociedade se renove positivamente de forma mais justa, mais altruísta e mais inclusiva. Essa forma de organização visa também a importância de haver políticas públicas que venham ao encontro das necessidades das pessoas e o fortalecimento da economia solidária como estratégia econômica no sentido de geração de empregos e da produção de alimentos saudáveis para o mercado interno.
É importante ressaltar que os movimentos cooperativistas sempre receberam apoio das gestões de Lula e Dilma Rousseff. Foi no governo do PT que foi criada a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego, que implantou projetos de fomento, beneficiando diretamente mais de 500 mil pessoas e 15,3 mil empreendimentos de economia solidária. Com grande comprometimento, Lula reforçou no evento que é responsabilidade do Estado garantir que a sociedade possa construir uma alternativa aos modelos de produção atuais, que já não conseguem abarcar toda a diversidade de trabalhadores. Lula também declarou que o Estado precisa fazer com que as pessoas tenham oportunidade de criar a forma de se organizar e fazer a própria economia. O papel do Estado é incentivar para que os cooperados comecem a produzir e a fazer a economia das cooperativas voltar a crescer e se fortalecer cada vez mais.
Saiba mais sobre as propostas
As propostas da plataforma foram apresentadas com base em três eixos: crédito para investimento, crédito para capital de giro e organização social. Entre as propostas foi citada a criação do Programa Brasil Trabalha, que deve coordenar o processo de desenvolvimento de estratégias de formação, assessoria técnica e fomento à formação de Cooperativas de Trabalho, como estratégia central, na constituição de portas de saída das políticas sociais e prioridade de contratação em obras e contratos públicos, a construção do programa Formação Profissional e Cidadã, com vistas à formação de cooperativistas urbanos e rurais em gestão, contabilidade e administração, tendo como público preferencial jovens e mulheres. Outra proposta é a constituição de fundos específicos dentro dos fundos constitucionais (Fundo de Financiamento do Centro-Oeste – FCO; Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE; Ficha de Cadastro Nacional de Empresas – FCN).