Chuva destrói produção de alimentos que abastecia região no DF

25/03/2020 - 23:15

Agricultores Familiares que estavam entregando cestas de alimentos pelo sistema delivery na região de São Sebastião perderam toda a produção com a forte chuva

Agricultores Familiares que trabalhavam em força tarefa para não faltar alimentos para a população, durante a pandemia do coronavírus, perderam toda a produção após uma forte chuva na localidade de São Sebastião, em Brasília.

A plantação de verduras, hortaliças e outras culturas que corresponderiam a quatro meses de abastecimento tanto para venda como consumo foram arrastadas na enxurrada.

A agricultora familiar Kelly Ornelas, sua família e amigos também produtores, da região de São Sebastião, estavam atendendo pedidos de cestas de alimentos por telefone. Eles faziam a entrega na cidade satélite, que hoje possui cerca de 130 mil moradores e 12 bairros.

Com a voz trêmula, ainda no momento em que se formou um rio no meio da plantação, Kelly diz “infelizmente é a vida do produtor, a gente planta sem saber se vai vender e agora com a chuva não sabe se vai colher. Muito triste!”.

Por Whatsapp, Michele Islane da Associação de Agricultores Familiares da Eco Comunidade, ligada a Fetraf – DFE, também conta: “Vamos ter que suspender as entregas de amanhã, as estradas estão caóticas. Todo o nosso plantio vamos perder”.

Nesta mesma quarta-feira (25), a Contraf Brasil, entidade que representa os trabalhadores e trabalhadoras na Agricultura Familiar, chegou a publicar informe sobre ações junto aos governantes para que a agricultura familiar não fique desassistida neste período de calamidade, visto que ela é fundamental para garantir a alimentação da população.

O coordenador geral, Marcos Rochinski, em matéria publicada disse, “a agricultura familiar é a responsável por produzir os principais alimentos da cesta básica dos brasileiros, logo estamos dialogando com os governos para que não haja um processo de desaceleração da produção. E mais do que isso, que o governo crie mecanismos como programas de compras institucionais e facilitar o processo de comercialização entre agricultores familiares e grandes empresas para que os alimentos continuem chegando à mesa do povo brasileiro”.

Outra ação em conjunto com mais de 80 entidades civis foi a publicação de um documento que apresenta uma série de propostas de combate à fome a serem implementadas, em caráter urgente e emergencial, pelos governos nas esferas federal, estadual e municipal.

Entre elas está o pedido de políticas públicas e programas que fortaleceram a Agricultura Familiar como o seguro safra, crédito e outras que neste momento de calamidade pública são essenciais para que a produção de alimentos se mantenha e garanta a alimentação do povo.