Eleita por 193 países da Organização das Nações Unidas (ONU), 2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar. A declaração é o reconhecimento da categoria por seu papel estratégico no combate à fome e na garantia da segurança alimentar.
“Esse anuncio é um avanço. E a FETRAF-BRASIL participou dos espaços de discussão como fóruns da Organização Mundial do Comércio (OMC), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e Conferências enfatizando que a agricultura familiar é a alternativa de modelo de produção capaz de conduzir ao desenvolvimento sustentável”, observou Marcos Rochisnki, secretário Gral da FETRAF-BRASIL.
2014, como o ano Internacional da Agricultura Familiar, é considerado uma vitória das 350 organizações de 60 países ligadas à agricultura familiar que apoiaram uma campanha iniciada em fevereiro de 2008 em favor dessa decisão.
Para Rochinski, no atual momento em que a preocupação mundial abrange o aumento da população, a volatilidade dos preços dos alimentos e a fome, “a agricultura familiar e especificamente as experiências no Brasil de combate miséria e, inclusão deste setor produtivo nesse objetivo, tem mostrado que com políticas públicas criadas para atender à agricultura familiar será possível alimentar o mundo, sem destruir os recursos naturais e gerando renda à população”.
Vale ressaltar que o documento final da Conferência Mundial de Agricultura Familiar, realizada em outubro do ano passado, intitulado “Alimentar o mundo, cuidar do planeta”, identifica que atualmente há 1,5 milhão de agricultores familiares trabalhando em 404 milhões de unidades rurais de menos de dois hectares; 410 milhões cultivando em colheitas ocultas nos bosques e savanas; entre 100 e 200 milhões dedicados ao pastoreio; 100 milhões de pescadores artesanais; 370 milhões pertencem a comunidades indígenas.
Além de mais 800 milhões de pessoas que cultivam hortas urbanas. No Brasil, segundo o Censo Agropecuário de 2006, entre 1996 e 2006, havia 13,7 milhões de pessoas ocupadas na agricultura familiar.