No terceiro dia de Jornada de Lutas dos movimentos sociais, a Fetraf Paraná está presente no ato político em Curitiba com os agricultores e agricultoras familiares em protesto ao congelamento, cortes no orçamento público dos programas da Agricultura Familiar e a crise do leite. A manifestação acontece em frente ao Ministério da Fazenda, onde as lideranças se reuniram com os gestores para entregarem a pauta de reivindicações.
No estado, outros municípios também realizam atos como na cidade de Pato Branco. Os agricultores familiares produtores de leite dizem não a queda do preço pago aos produtores que hoje recebem por litro de leite entre R$ 0,90 à R$ 0,66.
De acordo com os agricultores familiares, o motivo real da crise é o modelo produtivo adotado pelo atual Governo Federal que no lugar da exportação incentiva mais a importação, ou seja, fortalece não a economia local e sim a estrangeira.
No último período a importação de lácteos cresceu passando de 113,12 mil toneladas em 2010 para 245,28 mil toneladas em 2016 e a diminuição das exportações que de 86,0 mil toneladas em 2014 caiu para 76,8 mil toneladas em 2015, reduzindo mais ainda em 2016 chegando apenas a 55,1 mil toneladas, isso representa 28% a menos no último ano.
As lideranças das Fetrafs do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina agendaram uma audiência com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, nesta quinta-feira às 9h no Ministério da Agricultura, para entregar a pauta dos agricultores e agricultoras familiares construída a nível nacional pelo conjunto das entidades.
“Se este modelo produtivo e econômico referente a cadeia do leite não mudar, o resultado será a exclusão de muitos agricultores e agricultoras familiares da atividade leiteira. Já demonstramos que temos capacidade de produção, tanto que a agricultura familiar é responsável por 58% do que é produzido de leite a nível nacional, ou seja, estamos como carro chefe neste setor e o Governo com medidas de importação irá quebrar a lógica de desenvolvimento econômico no mercado do leite brasileiro”, explica Neveraldo Oliboni, coordenador da Fetraf Paraná.