Famílias correm risco de despejo após Incra não cumprir com processos

20/01/2020 - 18:01

As famílias estão acampadas há mais de cinco anos na Fazenda TorresTaquari, no município de Caiapônia, no estado de Goiás

Com os cancelamentos dos processos de desapropriações de terras para reforma agrária feitas pela presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cerca de 40 famílias ligadas a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar de Goiás – FETRAF GO, acampadas na "Fazenda Torres Taquari/Tira Teima", no município de Caiapônia, estado de Goiás, estão sob ameaçada de despejo, após a reintegração de posse expedida pelo órgão.

As famílias vivem há 5 anos na terra, onde produzem alimentos e tiram seu sustento desta mesma produção. A propriedade já passou pela vistoria e para completar o processo só estava dependendo da publicação do decreto e emitir o pagamento ao proprietário. Porém, devido a morosidade do andamento dos processos o dono da área resolveu pedir a reintegração de posse.

“Infelizmente com o descaso do governo com a reforma agrária, famílias agora vivem em pânico. O acampamento já tem criação de suínos, aves, arroz, feijão, abóbora, melancia, hortaliças e muitas outras plantações. Agora, imagina todo o investimento destas famílias na terra e perderem todo esse trabalho de anos. Isso é uma injustiça. Pagamos com a fome e a miséria pelo desgoverno”, explica Gerailton Ferreira, coordenador geral da Fetraf Goiás.

A federação vai realizar nos dias 29 a 31 deste mês a plenária da organização sindical com o objetivo de elaborar seu planejamento estratégico de lutas e enfretamento a esses retrocessos. Para a organização, 2020 é um ano em que decisões vão impactar nas políticas municipais, logo é importante chamar atenção da agricultura familiar para que situações como estas acima, que dependem do conjunto de políticas de reforma agrária, sejam priorizadas nas agendas do executivo e legislativo.