Com os cancelamentos dos processos de desapropriações de terras para reforma agrária feitas pela presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cerca de 40 famílias ligadas a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar de Goiás – FETRAF GO, acampadas na "Fazenda Torres Taquari/Tira Teima", no município de Caiapônia, estado de Goiás, estão sob ameaçada de despejo, após a reintegração de posse expedida pelo órgão.
As famílias vivem há 5 anos na terra, onde produzem alimentos e tiram seu sustento desta mesma produção. A propriedade já passou pela vistoria e para completar o processo só estava dependendo da publicação do decreto e emitir o pagamento ao proprietário. Porém, devido a morosidade do andamento dos processos o dono da área resolveu pedir a reintegração de posse.
“Infelizmente com o descaso do governo com a reforma agrária, famílias agora vivem em pânico. O acampamento já tem criação de suínos, aves, arroz, feijão, abóbora, melancia, hortaliças e muitas outras plantações. Agora, imagina todo o investimento destas famílias na terra e perderem todo esse trabalho de anos. Isso é uma injustiça. Pagamos com a fome e a miséria pelo desgoverno”, explica Gerailton Ferreira, coordenador geral da Fetraf Goiás.
A federação vai realizar nos dias 29 a 31 deste mês a plenária da organização sindical com o objetivo de elaborar seu planejamento estratégico de lutas e enfretamento a esses retrocessos. Para a organização, 2020 é um ano em que decisões vão impactar nas políticas municipais, logo é importante chamar atenção da agricultura familiar para que situações como estas acima, que dependem do conjunto de políticas de reforma agrária, sejam priorizadas nas agendas do executivo e legislativo.