A Contraf Brasil, por meio do coordenador da secretaria Geral Lázaro Bento, participou na manhã desta terça-feira (04) do lançamento do ato o Empate dos Povos da Amazônia, que tem o objetivo de apresentar o manifesto que denuncia ataques aos direitos e conquistas históricas da população amazônica. A ação ocorreu no Salão Verde da Câmara dos Deputados, com a presença de parlamentares, movimentos sociais e organizações sindicais.
“Esse é um momento importante em que nós das organizações sociais junto aos parlamentares e entidades, unidos, defenderemos a Amazônia. Certamente, o Empate será uma iniciativa forte, no sentido de realizar ações para defender esse território nacional que é a Amazônia, o coração do Brasil. Temos a clareza da necessidade de defender a classe trabalhadora e todos aqueles que estão nesta região trabalhando com sustentabilidade, protegendo a terra, a água, a conservação da natureza. Esse é o nosso papel enquanto organização social, defender e consolidar esse ato”, explica Lázaro Bento, durante a coletiva.
O nome “empate” é inspirado nas ações de mesmo nome, promovidas pelo líder seringueiro Chico Mendes, que comandava mobilizações de enfrentamento para defender os territórios dos povos da floresta e impedir sua derrubada pelos invasores.
“Enfrentamos tempos difíceis e resistir é o verdadeiro objetivo do Empate. Resistir tudo aquilo que está acontecendo, a estas pessoas que não tem menor compromisso com o futuro, com o socioambiental e tentam destruir a todo instante o que nós conseguimos construir com muito suor, sangue, as custas de muitas vidas”, declara Angela Mendes, coordenadora do Comitê Chico Mendes e filha do líder seringueiro.
No manifesto apresentado à comunidade e à imprensa, são listadas uma série de denúncias e exigências. As denúncias passam pelos atos do atual governo, consideradas ataques aos povos da Amazônia, como a ameaça às conquistas da luta indígena, entrega dos territórios quilombolas, extinção de seções climáticas dos Ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, limitação de patrocínio de estatais às atividades culturais e a Reforma da Previdência, que prejudica, sobretudo, os trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Além disso, o texto apresenta as exigências que cada um desses segmentos requer do Poder Executivo e propõe uma série de políticas afirmativas para o desenvolvimento sustentável da socioeconomia amazônica.
O ato de lançamento é a primeira ação pública de uma agenda com diversas atividades que serão promovidas pelas entidades organizadoras do Empate.
A ação no Congresso conta com o apoio dos parlamentares Airton Faleiro (PT-PA), José Ricardo (PT-AM), Beto Faro (PT-PA), Célio Moura (PA-TO), Professora Rosa Neide (PT-MT), Zé Carlos (PT-MA) e o senador Paulo Rocha (PT-PA).O manifesto Empate dos Povos da Amazônia é assinado pelas entidades Central Única dos Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Contraf Brasil), União Nacional dos Estudantes (UNE), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).