As lideranças da Fetraf de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul entregaram, nesta semana, a pauta de reivindicação emergencial, da região Sul, para a Secretaria de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, em Brasília. O objetivo é minimizar os impactos da crise e da paralisação dos caminhoneiros que ocasionaram inúmeros prejuízos para os agricultores e agricultoras familiares.
As perdas de produção têm provocado o abandono da atividade, que diante das dificuldades de custo para produção e baixo preço pago, comercialização, não conseguem se manter. Essa situação é mais grave na cadeia do leite, que desde de 2017 vem enfrentando uma crise e que se agravou mais ainda após a paralisação nacional dos caminhoneiros.
Outra medida que acentua a crise do leite é a medida do Governo em determinar a importação do produto de outros países, sendo que o Brasil produz leite o suficiente para abastecer o mercado interno e exportar.
No mês de maio as perdas nas propriedades foram altíssimas, principalmente do leite e derivados, produção de frango, suínos e hortifrutigranjeiros. Sem ter como escoar os produtos, a falta de insumos, medicamentos, perda de peso ou morte de animais com a redução da alimentação, a produção dos agricultores ficou comprometida. Ainda, a perda de alimentos por conta da perecibilidade que obrigou o descarte foi significativa e impactou diretamente na renda de inúmeras famílias.
Diante do cenário, as lideranças das Fetrafs do Sul reivindicam do Governos as seguintes medidas:
- Linha de crédito emergencial no valor de 20 mil reais por famílias atingida com as perdas na produção;
- Suspensão da importação de leite;
- Suspensão do tramite das instruções normativas 38 e 39 - que estabelecem regras rígidas e dificulta a produção resultando na exclusão de pequenos produtores de leite;
- Implementar política de valorização do salário mínimo para garantir o aumento superior a inflação e ganho real;
- Rebate nos financiamentos de custeio agropecuário e de investimento;
- Aumento no preço mínimo de referência dos produtos de PGPAF e PGPM;
- Redução nos preços dos combustíveis, gás e mudanças no formato de gestão da Petrobras.
Os agricultores familiares reafirmam que sem agricultura familiar forte não há e nem haverá sustentabilidade no desenvolvimento.