“A ocupação no Ministério da Fazenda, nesta quarta-feira (23), tem o objetivo de destravar a nossa pauta de reivindicação da VIII Jornada Nacional de Lutas da Agricultura Familiar. A Fazenda é responsável pela liberação de recurso para fazer as benfeitorias que reivindicamos aos trabalhadores do campo”, explicou Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL.
Fruto do processo de negociação “morno” estabelecido pelo governo federal durante as duas semanas de audiências iniciadas em 7 de maio, os agricultores familiares ligados à FETRAF se indignaram com a falta de respostas para ações concretas aos temas propostos.
Com uma pauta de reivindicação centrada em sete eixos principais, a entidade havia participado o governo federal sobre a importância das negociações ocorrerem de forma integrada com ministérios de áreas afins e em blocos, o que não ocorreu.
Os agricultores familiares querem respostas e ações efetivas para as questões da pauta de reivindicação que abrange: a reformulação da política de crédito [que inclui o seguro agrícola e ATER]; acesso à terra, inclusão sócio-produtiva da juventude e das mulheres; a questão ambiental; organização sindical e trabalhista e; a pauta emergencial que diz respeito aos recursos hídricos.
Por volta das 10h40 a FETRAF desocupou o prédio porque foi confirmada audiência com Nelson Barbosa, secretário Executivo do ministério. Também devem participar Ministério do Desenvolvimento Agrário, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e, Ministério do Desenvolvimento Social.
Mobilização nos Estados
Enquanto cerca de 400 agricultores familiares estão em Brasília, pressionando o governo federal, o Sul do Brasil bloqueia o trevo de acesso à Chapecó, Coronel Freitas, Xanxerê e Pinhalzinho, em Santa Catarina. Sarandi, Erechim, no Rio Grande do Sul, também seguem mobilizados.
Em Pernamabuco, cinco mil agricultores familiares estão acampados na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
No Mato Grosso do Sul, a mobilização ocorre no INCRA em Campo Grande.