Nesta sexta-feira (10), em Chapecó, Santa Catarina, lideranças e dirigentes de cooperativas de produção e comercialização participaram do curso de capacitação e, cadastramento das entidades na Rede Brasil Rural (RBR), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A ideia é que RBR seja um canal de compra e venda dos produtos da agricultura familiar.
Lançada em 2011, em Porto Alegre, a Rede é um ambiente que pode ser acessado pelo portal do MDA onde, com as cooperativas de agricultores familiares cadastradas, é possível comprar e vender produtos, insumos como sementes, máquinas e equipamentos.
A RBR, além da cooperação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como agente financiador, conta com a parceria dos Correios para logística de entrega de produtos, tanto para os agricultores, quanto para os clientes destes.
De acordo Alexandre Bergamin, coordenador de Política Agrícola da FETRAF-BRASIL, o objetivo da RBR além de muito positivo para o desenvolvimento da agricultura familiar, uma vez que amplia a capacidade de comercialização, representa também um desafio.
“A partir dessa política o desafio que teremos é organizar os agricultores familiares e preparar as cooperativas para poder dar conta do mercado que poderá demandar muitos pedidos. Temos que nos preparar para atender grandes redes de supermercado que poderão solicitar nossos produtos”, pontuou Bergamin.
Essa política do governo traz a tona três aspectos do tratamento do Estado com a agricultura familiar, que há anos a FETRAF luta para que seja adequados e efetivados à categoria: a tributação e questões fiscal e sanitária.
Na visão do coordenador, a agricultura familiar tem que dispor de uma legislação diferenciada e específica para constituição de cooperativas de produção e comercialização, assim como resolver os impasses do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), pois a impossibilidade de comercializar produtos em diferentes municípios é um limitador e causa prejuízo para o produtor.
“Além disso, não é justo, por exemplo, que o agricultor familiar, na produção de leite pague a mesma carga tributária que uma grande empresa, que uma indústria. O governo tem que fazer um ajuste nas políticas crédito, assistência técnica para contemplar a agricultura familiar. Por isso, as cooperativas só irão se cadastrar se tiverem capacidade de atender a demanda que poderá surgir”.
O estado de Santa Catarina possui cerca de 75 cooperativas de produção e comercialização, organizadas pela FETRAF, cadastradas na União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes).
Desse total, aproximadamente 60 entidades possuem capacidade de atender grandes redes de supermercado com produtos da agricultura familiar. Na última terça-feira (7), em Salvador, ocorreu a segunda etapa da capacitação e cadastramento de cooperativas para operar no ambiente da Rede Brasil Rural.
As próximas datas e estados para a atividade são:
Goiás
*Goiânia 13/02
Minas Gerais
* Belo Horizonte 13/02 a 15/02
Paraná
* Curitiba 16/02
São Paulo
* São Paulo 23/02
Rio Grande do Sul
* Pelotas 28/02
* Santo Augusto 29/02
* Sarandi 01/03
* Erechim 02/03 Ceará
* Fortaleza 29/02 a 01/03