Na noite dessa segunda-feira (31), as Federações que representam os Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do país (Fetraf- Rio Grande do Sul, Fetraf-Santa Catarina, Fetraf-Paraná), em conjunto com a Fetraf-Mato Grosso do Sul, principais regiões brasileiras atingidas pela seca, realizaram Assembleia da Agricultura Familiar e Camponesa sobre a estiagem.
A atividade remota reuniu cerca de 800 pessoas e contou com a participação de representantes de cooperativas, associações, lideranças sindicais e políticas.
O encontro surgiu da necessidade de elaborar ações de combate à uma das maiores secas já registradas na história da região Sul e teve como objetivo reunir forças para que a situação da estiagem seja tratada como prioridade pelos governos.
Entre outros pontos, durante o encontro os agricultores discutiram sobre o andamento da Lei Assis Carvalho, a situação vivenciada nos estados, e sobre a criação de um plano de sensibilização e mobilizações.
O coordenador da Contraf-Brasil pela região Sul, Rui Valença explicou que há três semanas movimentos sociais da Agricultura Familiar e do Campo entregaram à ministra da Agricultura, Tereza Cristina pauta com as principais reivindicações do setor para tentar minimizar os reflexos das perdas dos agricultores, mas ainda não houve nenhum retorno.
“Esse tema é urgente. A questão da estiagem é grave e é preciso pensar políticas a curto, médio e longo prazo para minimizar os impactos da seca. Vamos desencadear um árduo processo de mobilização nos próximos dias”, explicou Rui Valença.
Já coordenador de Relações Internacionais da Contraf-Brasil, Marcos Rochinski ressaltou que articulação das organizações foram unânimes no entendimento de que é preciso apresentar um projeto de lei que contemple políticas de crédito emergencial e a renegociação das dívidas diante das perdas nas produções.
“Seguiremos vigilantes, acompanhando o processo através da unidade de luta. Esta é uma das piores secas das últimas décadas e esperamos que o governo volte o olhar para nossas reivindicações. Diante da falta de respostas por parte do governo, a expectativa agora é que as entidades realizem diversas manifestações no próximo dia 16 de fevereiro. A agricultura familiar pede socorro neste momento”, concluiu.