O debate ocorreu nesta semana em Chapecó e foi promovido pela Comissão de Trabalho e Serviço Público da Assembleia Legislativa através de requerimento dos deputados estaduais Dirceu Dresch e Luciane Carminatti. A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF SC) esteve representada pelo seu coordenador geral, Alexandre Bergamin e demais representantes dos sindicatos dos agricultores familiares.
Dentre as ações definidas, está o fortalecimento, defesa e manutenção da Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar de Chapecó (Cepaf) e demais empresas públicas vinculadas à Secretaria da Agricultura e Pesca catarinense, como a (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina ) Epagri e a (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) Cidasc. Essas ações se darão, inicialmente, através da realização de seminários regionais para debater a atual situação e os rumos práticos para o fortalecimento dessas instituições públicas. Servidores presentes na audiência apontaram os principais problemas enfrentados. A situação inclui falta de pessoal e de investimentos do governo estadual.
Para o coordenador geral da FETRAF SC, Alexandre Bergamin, mais do que nunca é preciso unir ações práticas em defesa destas e das demais empresas públicas catarinenses. “Nossa pauta de reivindicações apresenta estas questões há anos, e sempre temos que lidar com a postura negativa e negligente do governo estadual quando o assunto é o fortalecimento e a valorização destas estruturas”, afirmou. Bergamin ressaltou ainda a importância do Cepaf enquanto parceiro das atividades da agricultura familiar. “Precisamos de um Centro cada vez mais comprometido e atuante e entendemos que isso só é possível através do estado, que precisa fazer a sua parte.
Conforme o deputado Dirceu Dresch (PT), proponente do debate, o objetivo dos seminários regionais é apurar a demanda dos trabalhadores e a realidade dos órgãos em cada região. "Será produzido um rico diagnóstico que servirá de base para uma pauta de reivindicações ao governador. Dos 600 trabalhadores que aderiram ao último PDV, menos de 300 postos foram recompostos. No Cepaf de Chapecó, o número de servidores hoje é 50% menor que há uma década”, afirmou.
Outro exemplo que tem gerado dificuldades no setor está relacionado ao fato de que, no instante quem a agricultura representa 30% do PIB catarinense, o governo destina apenas pouco mais de 1% em investimento. Com isso, essas instituições têm dificuldades em atender a demanda crescente da agricultura familiar por mais tecnologia, conhecimento, formação em áreas como a agroecologia, e atuar em desafios como a questão da sucessão das propriedades e na geração de renda. A negligência por parte do estado é o principal motivo da atual situação.
Cepaf
Quanto à atuação do Cepaf, os participantes o foram unânimes em defender sua manutenção e atuação. A unidade foi criada em 1983, com o objetivo de desenvolver e difundir tecnologias para pequenos produtores da região. A área ocupada pela instituição é cobiçada pelo mercado imobiliário. Na audiência foram defendidas ações de integração para aproximar a comunidade da instituição. Conforme as sugestões, a sociedade só defende o que ela conhece, por isso é preciso abrir os portões e fazer com que a instituição faça parte da vida das pessoas, seja com cursos, visita de escolas ou mesmo a criação de uma horta comunitária no espaço.