Os direitos das mulheres e a importância da sua organização foram os eixos centrais da Conferência Temática Livre das Agricultoras Familiares, realizada na última sexta-feira (03) em Constantina. Promovido pelo coletivo de mulheres do município, sindicato da agricultura familiar, Fetraf-RS e Emater/Ascar –RS o evento reuniu cerca de 400 agricultoras familiares de Constantina e região. O ato foi preparativo à 5ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, que acontecerá de 5 a 7 de novembro, em Porto Alegre, e a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que será realizada entre 15 e 18 de março de 2016.
A apresentação da cartilha sobre os agrotóxicos marcou o início da conferência. A representante do Instituto Consciência Planetária, Rosaura Berti, falou sobre os perigos do uso excessivo e indiscriminado de defensivos agrícolas. De acordo com ela, hoje, no Brasil, o uso de agrotóxicos atinge 70% dos alimentos in natura. Ela afirmou que é urgente pensar na qualidade do que se produz e se consome e, se o alimento é bom para a saúde e preserva o meio ambiente.
Para a coordenadora da Fetraf-RS, Cleonice Back, é necessário que as pessoas voltem a se preocupar com a alimentação, pois ela representa a saúde ou então, a doença, dependendo da forma como é produzida. “A saúde começa pela boca, temos que voltar a nos preocupar com o que produzimos e consumimos” ressaltou.
Nesse contexto, a representante da Universidade Costa Rica, Mariangela Escobar, lembrou que as feiras são hoje, lugares importantes de segurança alimentar e nutricional e, ao mesmo tempo, espaços relevantes para a comercialização dos produtos da agricultura familiar e, obtenção de renda para as famílias. “Uma grande variedade e quantidade de produtos, com excelente qualidade, são vendidos nesses nas feiras e é importante que os feirantes aprendam novos conhecimentos para gerar novas ideias e transformá-las em prática”, afirmou.
A representante do Coletivo de Mulheres de Constantina, Dilva Brum, evidenciou que esse e outros eventos que o coletivo e sindicato realizam anualmente com as mulheres, são frutos da organização das agricultoras familiares e de uma longa luta de afirmação e construção das pautas das mulheres do campo.