Em e-mail à Contraf-Brasil, The People´s Health Movement expressou sua rejeição à violência sofrida pelas famílias acampadas no acampamento Lagoa Nova Carajás, no município de Parauapebas, Pará.
Chega de crimes cometidos pela VALE O Movimento da Saúde Popular (MSP Brasil) manifesta publicamente sua rejeição à violência sofrida pelas famílias acampadas no acampamento Lagoa Nova Carajás, no município de Parauapebas, Pará.
O Pará foi marcado por massacres, assassinatos de líderes e ataques a defensores dos direitos humanos. O ataque ao campo de Parauapebas marca mais uma página nesta história de violência e violações de direitos humanos naquela região. O acampamento abriga 248 famílias há cinco anos e é coordenado pela FETRAF (Federação de Agricultores Familiares).
Na noite de domingo (21/06), trabalhadores, incluindo crianças e idosos, foram violentamente atacados por agentes da empresa de segurança PROSEGUR, atuando a serviço da mineradora VALE. O ataque deixou várias pessoas feridas, em momentos de pânico e terror. Historicamente, a violência tem sido usada no estado do Pará como um instrumento nas mãos dos latifúndios e das grandes empresas para impedir que os trabalhadores permaneçam na luta pela conquista de terras.
Não podemos permitir que a postura repetida da VALE cometa crimes sem punição. Chega de crimes como os praticados pela Vale e sua subsidiária em Mariana e Brumadinho, que vitimaram dezenas de homens e mulheres trabalhadores. Não contente com o que já fez no Brasil, a Vale, que também se tornou um dos maiores proprietários de terras do sudeste do Pará, continua promovendo atos violentos contra trabalhadores rurais que buscam seus direitos de acesso à terra para produzir e viver com dignidade.
Somos solidários com os homens e mulheres que foram alvo desse ataque covarde e expressamos nosso repúdio à violência intensificada contra os camponeses no estado do Pará.
Movimento de Saúde da Pessoa Brasil
24 de junho de 2020