Nesta quinta e sexta-feira (4 e 5 de agosto), dirigentes da FETRAF-BRASIL e lideranças da juventude nos estados participam da Oficina Nacional de Juventude da Agricultura Familiar, que acontece na sede da CUT Nacional em Brasília. A atividade, coordenada pelas pastas de Juventude e Formação da FETRAF-BRASIL, tem o objetivo de debater o papel da juventude na consolidação do projeto de desenvolvimento da agricultura familiar, bem como fortalecer o Coletivo Nacional de Juventude da entidade.
Ao fazer uma breve análise do cenário no que se refere a juventude, Elisângela Araujo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL apontou para o principal desafio da entidade, que consiste em trabalhar perspectivas para a juventude.
“Ao longo dos anos, o país teve foco num desenvolvimento que causava a desertificação. Com a vitória do ex-presidente Lula, e as ações voltadas para o desenvolvimento no campo, aliada as nossas ações nas bases mostraram que era possível ter um desenvolvimento voltado, e com a participação da juventude. Pensar na juventude é pensar em políticas públicas para a agricultura familiar é pensar num Brasil Rural com gente, com dignidade, com perspectivas de futuro”, pontuou.
Com a proposta de definir um projeto de inclusão e participação da juventude, o trabalho da entidade, e em específico desta Oficina, visa identificar as necessidades da juventude nos estados para que seja possível “propor um projeto capaz de sustentar o enfrentamento com governo, que não seja apenas um discurso, nem se contente com ações específicas isoladas, como conseguir crédito para o jovem aqui, estabelecer uma agroindústria ali. Mas, consolidar um projeto de sociedade, de desenvolvimento do país”, disse Elisângela.
Fernanda Corezola, diretora do Departamento da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) abordou a importância da agricultura familiar que, com o Censo Agropecuário 2006, revelou a relevante contribuição econômica e social da categoria para o país, mas atentou para o fato das inúmeras atividades não agrícolas desenvolvida na zona rural.
“Nos espaços rurais tem muita produção de atividades não agrícolas, como as culturais, por exemplo. Isso também é fator indutor de desenvolvimento econômico. O meio rural é também uma opção de vida. Hoje, com mais qualidade para viver”, considerou Fernanda.
De acordo com a diretora, os maiores desafios da SDT consistem em assegurar representação democrática e participação política da diversidade social; participar da construção de alternativas de permanência da juventude no campo, com qualidade, num contexto de criatividade, identidade e coesão social, com acesso e articulação das políticas setoriais como educação, comunicação, cultua, lazer e saúde, meio ambiente.
SNJ participa da Oficina
Severine Macedo, secretária Nacional de Juventude da Presidência da República, informou, durante a Oficina que, pela primeira vez, o Plano Plurianual (PPA) conta com um programa específico para a juventude, que visa capacitar 50 mil jovens nos próximos quatro anos. Entretanto, o PPA ainda não foi aprovado e passará por aprovação na Câmara dos Deputados.
Ao desempenhar papel de articulação entre os ministérios para implantação e desenvolvimento das políticas públicas, Severine explicou que a secretaria tem estabelecido relação mais próxima com os ministérios das Comunicações, Educação, e Desenvolvimento Agrário. De acordo com secretária, a secretaria Nacional de Juventude tem tarefas imediatas, dentre elas: ajudar a construir de fato uma política nacional de juventude.
Conscientes da defasagem educacional e cultura no campo, por determinação da presidenta Dilma Rousseff, um plano de educação voltado para o campo e a inclusão digital para a população rural deverá ser implantado. Em parceria com o ministério da Cultura, a SNJ está em fase de finalização de edital que irá incentivar grupos organizados selecionados para acesso ao recurso e desenvolvimento da atividade cultural.