Nestes 18 anos da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (CONTRAF-Brasil), a comemoração é voltada à consolidação da entidade em uma das maiores e mais importantes forças de articulação de políticas direcionadas a zona rural.
Assumindo múltiplas posições em diversos espaços governamentais e buscando dialogar com Ministros, Senadores, Deputados e lideranças do Governo Federal, a confederação vem desenvolvendo algumas propostas e projetos para o próximo ano.
Em 2023, a entidade representante dos agricultores familiares conquistou o Registro Sindical e atualmente integra a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), a Secretaria de Finanças e Administração da CUT, a Comissão Nacional da Educação do Campo (CONEC), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) e ainda integrou a equipe de transição do Governo Lula.
Josana Lima, Coordenadora Geral da CONTRAF-Brasil destaca a importância da confederação fazer parte desses projetos e o quanto ainda se faz necessário o Governo Federal se voltar para a questão da legalização dos assentamentos.
“Estamos ocupando esses espaços para que seja viável a vida no campo, especialmente as dos jovens, para que isso faça eles seguirem produzindo. Ainda precisamos destacar a legalização dos nossos assentamentos, que é uma das pautas mais importantes para o próximo ano. Vamos continuar pressionando o Governo pela reforma agrária", afirma.
Este ano, também, a Confederação foi recebida por diversas autoridades e lideranças do poder público para discutir propostas. Os dirigentes da Confederação se reuniram com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em busca de participação no Plano de Transição Agroecologica e de mais investimento do Plano Orçamentário 2024 para a zona rural e para o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
O ministério do Ministro Paulo Teixeira também foi pautado, e em julho entregaram a primeira devolutiva em reunião junto ao Ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo. As reivindicações da CONTRAF chegaram também ao líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, e à presidente do partido, Gleisi Hoffmann, ambos como meios de articulação de maior participação da política da Confederação junto ao partido.
Segundo o Coordenador de Política de Acesso à Terra, Organização da Produção, Meio Ambiente e Cooperativismo da CONTRAF-Brasil, Francisco Aurir Junior, nestes 18 anos de luta da Confederação em defesa da produção de alimentos saudáveis e sustentáveis, esse é o momento de disputar orçamento para dar impulso ao projeto de transição agroecológica.
“Nós, da CONTRAF-Brasil, continuamos defendendo um projeto de produção sustentável e para isso é necessário garantir orçamento, principalmente para avançar no processo de transição agroecológica e democratizar o acesso ao alimento saudável, que ele possa alcançar as camadas mais baixas da população. Para diminuir os efeitos das mudanças climáticas, é preciso investir na agricultura familiar, que é a categoria que se preocupa com a preservação do meio ambiente”, enfatiza.
A CONTRAF-Brasil também esteve envolvida em várias atividades promovidas pelo Governo, como é o caso do Curso de Formação da ANATER, Seminário de Bioinsumos, Seminário Diálogos ATER, e Seminário do Programa Fomento Rural. A entidade representante dos agricultores e agricultoras familiares ainda vem acompanhando de perto o andamento do programa ‘Minha Casa, Minha Vida Rural’.
O ano também foi muito produtivo para as Fetrafs, que realizaram múltiplas convenções com o intuito de debater ações e expor a produção de alimentos. Eventos como: a 7° Feira e Congresso da Agricultura Familiar do RN, o 6° Congresso da Agricultura Familiar em Santa Catarina, o 2° Congresso Estadual da Agricultura Familiar do Paraná e Mobilização da Fetraf-PA para as Jornadas de Lutas, são exemplos da força política que movimenta as regiões.
Muito ainda se faz necessário para a Confederação conseguir atingir mais espaços nas esferas governamentais, porém há vários projetos e propostas que já estão em curso para o próximo ano. Os dirigentes querem expandir o máximo que podem as áreas de atuação para defender os direitos da categoria.
No atual momento, a Confederação aspira eleger mais candidatos da base política para que as propostas e os projetos consigam avançar, de maneira que alcance todos os setores da política nacional e sejam, em sua maioria, de fato, executados.