Lideranças da Fetraf de Santa Catarina participaram do debate na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (14), que marcou o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.
“É importante a presença dos movimentos que defendem os direitos dos trabalhadores de todos os segmentos nestes debates e espaços. Digo isso porque, a exemplo da Agricultura Familiar, estamos preocupados com o cenário das privatizações dos setores que influenciam diretamente no dia a dia dos nossos trabalhadores e trabalhadoras, como a energia, o gás, a água. São elementos fundamentais para nosso processo de produção, abastecimento e vida”, explica Jandir Selzler, da direção da Fetraf de Santa Catarina.
Representantes de diversos setores da economia, atingidas pelas privatizações, estiveram presentes. Presidida pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN), a Frente foi lançada no Congresso Nacional no último dia 3 e já foi apresentada no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
O objetivo do colegiado é enfrentar a política de desmonte de setores estratégicos nas áreas de educação, energia, ciência, tecnologia e informação, além de empresas públicas.
Zenaide declarou que é preciso dar visibilidade à população sobre a possível venda das estatais. "A soberania não é só a defesa do território, como muitos argumentam. A venda do nosso patrimônio é a coisa que mais massacra a soberania do país. O setor elétrico é estratégico para o nosso desenvolvimento."
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul, o deputado federal Pedro Uczai (PT/SC) explicou que a iniciativa reúne senadores e deputados federais com entidades da sociedade civil para debater a soberania nacional. “Qual é o futuro do Brasil? Fortalecer as empresas privadas brasileiras? Fortalecer as estatais? Ou privatizá-las?”, indagou. Segundo ele, a experiência histórica nas nações que privatizaram setores semelhantes provocou a diminuição do serviço público, além de reduzir a qualidade e encarecer os serviços públicos. “Na área de água, saneamento e energia, por exemplo, 844 empresas no mundo foram reestatizadas. Os países tiveram que assumir novamente por causa da queda na qualidade. Aqui no Brasil falamos de Correios, Eletrobras, Petrobras, Serpro, Casa da Moeda ou de setores de bancos públicos.”
Participaram ainda estudantes e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC), trabalhadores do sistema bancário, da Petrobras, Dataprev, dos Correios e movimentos por moradia, indígenas e quilombolas.