Entre os dias 12 e 13 deste mês a Fetraf Santa Catarina realizou a plenária estadual da Agricultura Familiar com o objetivo de elaborar estratégias específicas para atuação da entidade em 2019, como também fazer uma avaliação das ações de 2018 e quais os desafios na conjuntura política, em nível estadual e federal.
A plenária foi uma ação continuada ao compromisso firmado durante uma reunião da categoria em janeiro, quando firmou-se um acordo de avaliar o papel da Fetraf e sua relação com as entidades, como fonte de ligação com a base numa macro estratégia da agricultura familiar.
“As políticas públicas de Governo impactam diretamente na vida das famílias agricultoras, no que diz respeito aos processos de produção, comercialização, incentivo ao crédito e outros espaços que influenciam na renda e trabalho. Logo, é importante fazer a reflexão da importância do Estado para a agricultura familiar e projetarmos ações para os próximos períodos, trazendo a construção da nossa pauta de reivindicações”, pontuou Alexandre Bergamin, o coordenador da Fetraf SC.
Ainda, o coordenador destacou as questões organizativas e mobilização das bases. “Trabalhamos também a construção do nosso Congresso e projetos de formação visando o fortalecimento dos sindicatos, junto a nossa campanha de sindicalização na busca de novos associados”.
Segundo os dirigentes, a Fetraf SC avançou com a organização sindical e suas ações políticas. No entanto, no atual cenário político será preciso consolidar ainda mais a continuidade dos projetos de formação sindical e reafirmar os posicionamentos da federação contra as propostas de retrocessos que virão nos novos governos, tanto estadual como federal.
“Conseguimos reunir 130 lideranças e fazer um debate qualificado. As palavras chaves foram diálogo, unidade e fortalecimento. Sempre queremos avançar mais, no entanto não podemos deixar de avaliar como uma atuação positiva dentro do cenário atual. Teremos muitos desafios que passam pela revitalização, a formação e organização. São mais de 4 milhões de agricultores familiares no país e apenas uma parte, cerca de 1 milhão são vistos pelo governo que está por vir. Nossa luta será firme para incluir os demais nas políticas públicas, como também ampliar nossos direitos”, comenta Neuri Alves, assessor de Formação e Elaboração na Fetraf-SC.
A programação do evento aprofundou algumas temáticas, sendo elas a perspectiva política e ações para os próximos períodos, a organização sindical da agricultura familiar, a sucessão rural e transição nas propriedades. Também houve apresentação do cenário da política internacional e como isso impacta no Brasil e em Santa Catarina.
Ainda, as lideranças também incluíram a comunicação como uma ação estratégica para ampliar o diálogo e debate. “A plenária disse aos nossos dirigentes: a Luta não é um mero laboratório de magia, é um instrumento de transformação que só se alcança por meio das práxis, a inserção nos cenários adversos que se apresente. Os remédios para os desafios atuais não são encontrados em farmácias”, destaca Neuri.
Além das lideranças da Fetraf SC e agricultores e agricultoras familiares, o evento também contou com a presença de representações de outros movimentos sociais, como Via Campesina, CUT SC, Unicafes, Cresol Central e parlamentares.