O sucateamento das superintendências do INCRA nos estados e a ausência de assistência técnica para a agricultura familiar foram um dos principais problemas apontados pelas lideranças da CONTRAF BRASIL na reunião que ocorreu com os representantes das entidades nesta última quarta-feira 20.09.
Segundo o depoimento das lideranças da Fetrafs, carros sem gasolina, computadores quebrados e até mesmo a falta de materiais de escritório como o papel tem sido a realidade da maioria das superintendências do INCRA nos estados como Maranhão, Pará, Mato Grosso, Piauí, entre outros.
O desmonte do INCRA prejudica diretamente o andamento das políticas públicas, principalmente os projetos de obtenção de terras para a reforma agrária, que foi a pauta principal discutida entre lideranças e gestores do órgão.
Apesar da reforma agrária sempre ter sido uma política de segunda ordem na pauta do desenvolvimento social, o governo dos últimos 12 anos ainda tinha o compromisso com a reforma agrária, os números mostram que em 2015 foi destinado R$ 800.000.00 e em 2016 R$ 333.401.507. Já na atual conjuntura, os valores caíram sendo 2017 recursos de R$ 257.023.985 para executar as políticas de obtenção de terras e o corte brusco de 86.7% para 2018 deixou apenas R$ 34.291.986 de orçamento.
De acordo com os coordenadores, não é apenas a falta de recursos para a obtenção de terras que põe fim ao processo da reforma agrária, mas também as políticas de moradia, de comercialização, educação no campo, infraestrutura dos assentamentos, regularização fundiária, energia elétrica, estradas, crédito e outros.
Os gestores do INCRA comprometeram-se com os coordenadores de averiguar todas as denúncias apresentadas pelos coordenadores das Fetrafs, como também ficou encaminhado as reuniões nas superintendências regionais para pontuar a situação de cada estado, com a presença da direção nacional do INCRA.