No primeiro dia do Fórum Social Mundial de 2018, que acontece na UFBA em Salvador, a coordenadora de formação da CONTRAF BRASIL e diretora executiva da CUT Nacional Elisângela Araújo, participou da mesa temática Agricultura Familiar e fixação no Campo, na Tenda Futuro do Trabalho da CUT, trazendo as reflexões sobre o conjunto de políticas públicas que fizeram do campo o melhor lugar para se viver.
Para a diretora, falar em permanecer no campo, quando é o melhor lugar para se viver, daqueles que já vivem nele, como também para quem busca oportunidade de renda e trabalho, é falar de qual contexto social e político que estamos e que tipo de perspectiva queremos dentro da diversidade agrária que existe no nosso país. “Nós da agricultura familiar, somos aqueles que estamos perto das comunidades com o modelo de produção sustentável e saudável. E nossa luta dos movimentos sociais, das centrais sindicais sempre foi pautada nesta linha de um Brasil com desenvolvimento solidário, melhor distribuição de renda e oportunidade para todos”.
Com cerca de 700 famílias agricultoras familiares na Bahia, o estado está entre os maiores em números de trabalhadores no campo. A agricultora familiar Elaine de Jesus, falou da sua experiência na produção de mandioca. “ Com o acesso a tecnologia consegui aumentar para 40 toneladas a minha produção, além de diversificar com outras culturas. Antes não olhava para agricultura familiar como empreendimento, mas graças a cooperativa aprendemos a administrar o negócio e transformamos nossa realidade. Agora tenho minha casa, meu carro e não quero sair da zona rural, quero cada vez mais adquirir conhecimento e poder aumentar minha produtividade”, conta a agricultora.
Participaram da mesa, o mediador Osvaldo da Paz, do SINPAF de Cruz das Almas e os ministrantes Elaine de Jesus dos Santos, da COOPATAM; Jerônimo Rodriguez, da SDR do Governo do Estado; Alberto Feiden, do SINPAF de Corumbá; Luiz Carlos Guilherme da Embrapa; Antônio Barbosa, do SINPAF Codevasf de Aracaju; e Carlos Hermínio, do SINPAF Coodevasf de Aracaju.
Na atividade os demais palestrantes abordaram sobre as políticas públicas para agricultura familiar e o desmonte do conjunto de programas após o golpe; da necessidade de um novo modelo de financiamento para atender as demandas do campo; da tecnologia como ferramenta de produção e de agregar valor aos alimentos.
'Quem mais chegou perto do modelo de desenvolvimento sustentável com produção de alimentos saudáveis, de acesso à terra, como também de dar a visibilidade e valor a Agricultura Familiar foi no Governo Lula e Dilma. Nestes 13 anos conseguimos construir um conjunto de políticas públicas que possibilitou o avanço da Agricultura Familiar. Mas hoje com os desmontes voltamos a ser assombrados pela fome, desemprego e êxodo rural. Se não temos terra, não teremos nem aonde viver e nem como produzir alimentos”, avalia Elisângela referindo-se às políticas de reforma agrária do país.
#FSM2018 #FórumSocialMundial #MulheresNaLuta