Olhar para a história de organização da Federação dos trabalhadores e trabalhadoras da Agricultura Familiar é perceber que a formação sempre esteve entre o eixo central da entidade. Por ser assimilada como ferramenta fundamental para a organização do novo sindicalismo a Fetraf tem buscado desenvolver um programa de formação continuada. Programa esse que deve se consolidar num futuro próximo com a institucionalização de uma Escola de Formação Especifica da Entidade.
Atendendo a esse propósito realizou nesta primeira quinzena de junho atividades de formação com o Curso ‘Metodologia, Trabalho e Organização de Base’ tendo como mediador Valdemar Arl, um estudioso da temática.
As atividades têm como propósito capacitar os dirigentes dos Sindicatos da Agricultura Familiar para o trabalho de visitas em suas bases sindicais e para os desafios que enfrentamos neste momento da nossa história. É uma proposição aprovada no planejamento da entidade no mês de fevereiro que aponta a importância do contato mais direto com o trabalhador da agricultura familiar e visando também as comemorações do mês de julho: Dia 24 da Agricultura Familiar e o Dia 25 do Colono e Motorista.
Atravessamos uma fase da modernidade que as visitas de outrora se mecanizaram em ferramentas tecnológicas, passaram ser confundidas e até substituídas em muitas realidades como meras visitas a perfis virtuais (páginas da internet) - para deixar recado e até convocar para a luta. Sabemos que embora importante sejam os diversos mecanismos tecnológicos hoje, eles jamais conseguiram substituir o contato direto com o trabalhador lá na sua propriedade, pois este é um dos grandes diferenciais na luta de classe e na história da Fetraf.
Segundo o coordenador Alexandre Bergamin, nesse momento em que o agronegócio hegemoniza cada vez mais o campo, precisamos refletir sobre nosso projeto de desenvolvimento e a nossa ação junto aos nossos agricultores e agricultoras familiares. Refletirmos sobre a estrutura da sociedade, nosso projeto de desenvolvimento sustentável e solidário e a nossa prática, método e relação com nossa base. Fortalecer nossas ferramentas de luta e de organização é fundamental para se contrapor a esse modelo que excluiu e ainda vai excluir muitas famílias do campo e concentrar ainda mais a terra. ‘’Este primeiro dia de curso foi um momento rico de troca de experiência, de aprendizado, de reflexão acerca de nossa prática e ação sindical’’.
